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quinta-feira, março 28, 2024

A borra de café mata o mosquito da dengue?

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E-mail que circula pela rede afirma que usar borra de café no vaso das plantas mata o mosquito da dengue. Será que essa história é real? Nós pesquisamos e você confere aqui:

A Dengue é uma doença transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti e, a cada início de verão, aumentam as epidemias da doença em todo o Brasil. De tempos em tempos, alguns e-mails voltam a circular com textos ensinando “simpatias” ou métodos infalíveis para acabarmos com a doença, porém nem todas são eficazes.

O texto em questão sugere que o uso de borra de café, ou seja, o pó do café usado, na água das plantas pode acabar com o mosquito.

Será que esse sistema resolve?

Será que a borra de café espanta o mosquito da dengue? (foto: Reprodução/Twitter)

Verdade ou mentira?

Sim e não!

Um site especializado em ajuda ao combate à dengue, diz em sua seção de perguntas e respostas o seguinte:

Aplicar borra de café na água das plantas e sobre a terra ajuda a combater o Aedes?
A eficácia da borra de café na dosagem de duas colheres de sopa para meio copo de água não foi comprovada e a sua utilização não simplifica os cuidados atualmente recomendados que são: a eliminação dos pratos ou a utilização de pratos justos aos vasos, a colocação de areia até as bordas dos pratos ou eliminar a água e lavar os pratos com bucha e sabão semanalmente.

Além disso, segundo o site do Dr. Drauzio Varella, dois biólogos, Cleide Albuquerque e André Furtado, descobriram larvas do Aedes em água suja com restos de alimentos e de sabão. Isso prova que a larva do causador da dengue, ao contrário do que se pensava, pode ser encontrado também em água suja.

É importante lembrar também que os ovos do infeliz são muito resistentes! Pesquisas comprovaram que os ovinhos podem ficar ressecados por um ano e se nesse período forem molhados, os filhotes do mosquito podem nascer.

Essa história surgiu em 2001, quando a Dra. Hermione E. M. C. Bicudo – que é Coordenadora do Laboratório de Vetores do IBILCE – UNESP, em São José do Rio Preto, coordenou a dissertação de mestrado da Dra. Alessandra Theodoro Laranja sobre o uso da cafeína no controle de insetos. A pesquisa confirmou que a cafeína, na dose certa, pode matar a larva do mosquito Aedes, impedindo que ele chegue à fase de procriação. No entanto, como a Dra. Bicudo mesmo informa, é preciso se usar a dose certa e não deixar nenhum local sem aplicar o pó de café! Além de outros cuidados que devem ser tomados para evitar a propagação do mosquitinho.

É evidente que os inseticidas continuarão a ter que ser usados para eliminar os mosquitos adultos se estes forem produzidos. Porque não basta eliminarmos os Aedes em nossas casas, se os terrenos baldios não forem limpos, mesmo de tampas de latas ou vidros ou pedaços de plástico que se encurvam fazendo pequenos reservatórios para água da chuva. Para que o Aedes se reproduza, basta que a água esteja parada, seja limpa ou suja. Não podemos esquecer ainda que os ovos resistem ao dessecamento por até um ano. Assim, temos que estar atentos. Se nossas vidas estão em jogo, vale empregarmos todos os recursos, do bom senso à borra do café.“, diz a doutora.

Conclusão

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Está mais do que comprovado que a história ao ser repassada vai sendo aumentada (quem conta um conto aumenta um pouco!… acho que assim o ditado!) e quando recebemos o e-mail o texto vem com um tom alarmista, sugerindo que o governo sabe desse “remédio” milagroso e prefere ficar gastando dinheiro publico com inseticidas caríssimos.

Em tempo. Está sendo testada também uma técnica que consiste em soltar no ambiente mosquitos estéreis para que a espécie seja extinta em poucos anos, como aconteceu com uma espécie de mosca nos Estados Unidos. Um resumo das pesquisas pode ser lido nesse PDF

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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8 COMENTÁRIOS

  1. Já viram o preço do café? Se eu tiver que fazer café em grande quantidade todo dia pra colocar a borra nos vasos de planta, nossa, quem vai morrer de tanto gastar sou eu!

    • isso é verdade!!! vá pesquisar!! uma cientista paulista descobriu que a borra de café MATA a larva do mosquito da dengue.
      cientista paulista, a bióloga Alessandra Laranja, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp/São José do Rio Preto)

  2. Farsa é você!! essa é uma descoberta de uma pesquisadora da USP, você é uma pessoa totalmente cretina, que usa isso aqui pra encobrir as verdades mais simples. A cientista paulista, bióloga Alessandra Laranja, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp/São José do Rio Preto)

  3. Como o pessoal que tem estudo é o mais burro, e se deixa levar pelos mais espertos. Não percebem que essa informação vem de uma Universidade super confiável e é verídica, apenas os fabricantes de repelentes (que custam 62 reais) e os fabricantes de inseticidas (fora a indústria farmacêutica), não querem que você use uma coisa que eles não podem vender, e que não custa nada, pois vai para o lixo todos os dias no Brasil toneladas de borra de café? Não precisa fazer café todo dia, a eficiência da borra dura meses. Ela não mata nada, ela INATIVA a reprodução, cortando o mal pela raiz. Veja no próprio site da Unesp http://www.unesp.br/portal#!/noticia/1464/biologa-descobre-cafeina-e-borra-de-cafesao-tiro-e-queda-contra-o-mosquito-da-dengue/

    ” Em laboratório, a cafeína utilizada na concentração de 500 microgramas por mililitro de água bloqueou o desenvolvimento do mosquito já na fase de larva, impedindo-o, portanto, de chegar à fase adulta.
    Tanto a cafeína quanto a borra de café alteram as enzimas esterases, responsáveis por vários processos fisiológicos do mosquito, como o metabolismo hormonal, a transmissão do impulso nervoso, a digestão e a reprodução. A cafeína também reduziu a longevidade dos mosquitos adultos, especialmente das fêmeas, responsáveis pela transmissão do vírus da dengue

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