Título:

  Suicídio ou Assassinato? A incrível morte de Ronald Opus!
 

Status:

  Falsa!
 

Publicado em:

  11 de julho de 2004

ICQ: 138013945Windows Messenger: luciene_gilmar@hotmail.com

 

Recebida em março de 2002

Esta é para deixar qualquer advogado maluco...

No jantar de premiação anual de ciências forenses, em 1994, o Presidente Dr. Don Harper Mills impressionou o público com as complicações legais de uma morte bizarra.

Aqui está a história:

Em 23 de março de 1994, o médico legista examinou o corpo de Ronald Opus e concluiu que a causa da morte fora um tiro de espingarda na cabeça. O sr. Opus pulara do alto de um prédio de 10 andares, pretendendo se suicidar.
Ele deixou uma nota de suicídio confirmando sua intenção. Mas quando estava caindo, passando pelo nono andar, Opus foi atingido por um tiro de espingarda na cabeça, que o matou instantaneamente.
O que Opus não sabia era que uma rede de segurança havia sido instalada um pouco abaixo, na altura do oitavo andar, a fim de proteger alguns trabalhadores, portanto Ronald Opus não teria sido capaz de consumar seu suicídio como pretendia.
"Normalmente," continuou o Dr. Mills, "quando uma pessoa inicia um ato de suicídio e consegue se matar, sua morte é considerada suicídio, mesmo que o mecanismo final da morte não tenha sido o desejado."
Mas o fato de Opus ter sido morto em plena queda, no meio de um suicídio que não teria dado certo por causa da rede de segurança, transformou o caso em homicídio. O quarto do nono andar, de onde partiu o tiro assassino, era
ocupado por um casal de velhos. Eles estavam discutindo em altos gritos, e o marido ameaçava a esposa com uma espingarda. O homem estava tão furioso que, ao apertar o gatilho, o tiro errou completamente sua esposa,
atravessando a janela e atingindo o corpo que caía. Quando alguém tenta matar a vítima A mas acidentalmente mata a vítima B, esse alguém é culpado pelo homicídio de B.
Quando acusado de assassinato, tanto o marido quanto a esposa foram enfáticos, ao afirmar que a espingarda deveria estar descarregada. O velho disse que ele tinha o hábito de costumeiramente ameaçar sua esposa com a
espingarda descarregada durante suas discussões. Ele jamais tivera a intenção de matá-la. Portanto, o assassinato do sr. Opus parecia ter sido um acidente; quer dizer, ambos achavam que a arma estava descarregada, portanto a culpa seria de quem carregara a arma. A investigação descobriu uma testemunha que vira o filho do casal carregar a espingarda um mês antes.
Foi descoberto que a senhora havia cortado a mesada do filho e ele, sabendo das brigas constantes de seus pais, carregara a espingarda na esperança que seu pai matasse sua mãe. O caso passa a ser portanto do assassinato do sr. Opus pelo filho do casal.
Agora vem a reviravolta surpreendente. As investigações descobriram que o filho do casal era, na verdade, Ronald Opus. Ele encontrava-se frustrado por não ter até então conseguido matar sua mãe. Por isso, em 23 de março, ele se atirou do décimo andar do prédio onde morava, vindo a ser morto por um tiro de espingarda quando passava pela janela do nono andar. Ronald Opus havia efetivamente assassinado a si mesmo, por isso a polícia encerrou o caso como suicídio.
 

 

    Essa história é tão inacreditável, não é?

    Sabe aquelas histórias que a gente ouve e pensa: "Só pode ser mentira!"? Pois essa é uma daquelas. Mas só que essa é falsa mesmo!

    Na verdade, o fato não aconteceu em lugar nenhum! A incrível morte do Sr. Ronald Opus por assassinato-suicídio é apenas um pequeno exercício de lógica criado para os estudiosos de leis que se espalhou pela rede desde 1994 (em inglês). O Sr. Ronald Opus nunca existiu.

     A única coisa real nessa lenda é somente o fato dela ter saído de dentro da cabeça do Dr. Don Harper Mills. O palestrante, Dr. Harper contou em 1987 essa fábula durante uma apresentação na Academia Americana de Ciências Forenses. Ele queria, com isso, mostrar que ao alterar-se pequenas circunstâncias, mudam-se as completamente as conseqüências legais.

    Segundo o próprio Dr. Harper, alguém copiou esse texto e jogou na Web em 1994. Passados dois anos ele já havia recebido mais de 400 telefonemas de professores e estudantes de leis, bibliotecários perguntando sobre a questão e diversos autores pedindo autorização para incluir esse texto em seus livros.

    A mensagem foi se modificando e ganhando novos trechos. Tem uma que começa assim:

    "Essa é uma história real, foi publicada pela Associated Press..."

    Em 1998, o improvável suicídio-assassinato ganhou versões televisivas: foi mostrada em um episódio do programa Homicide; também foi tema de um programa chamado Law & Order, a Australian TV mostrou essa história na série Murder Call e, finalmente, mostrado no filme Magnólia.

Prêmio Darwin!    Só pra se ter certeza de que tudo não passou de uma história fantasiosa, no ano de 1995, foi criado o "Prêmio Darwin" para homenagear aqueles que contribuíram para a evolução humana. O Darwin Awards (que é uma alusão à teoria da evolução de Charles Darwin, que diz que só os mais fortes sobrevivem!) todo ano premia as melhores histórias de mortes que aconteceram de forma inusitada ou estúpida. Dessa forma, os mais "estúpidos" morrendo, se retiram do caminho da evolução. Muitas mortes esquisitas são relatadas no site deles. Algumas são reais e outras não se sabe ao certo. Mas a morte de Ronald Opus foi colocada na seção Lendas.

    Sem querer estender muito, gostaria de indicar o Jus Navigandi. Lá, o Dr. Damásio E. de Jesus - advogado em São Paulo, autor de diversas obras, presidente do Complexo Jurídico Damásio de Jesus, ex-procurador de Justiça de São Paulo - tenta explicar quais seriam as conseqüências legais para o caso fictício do Sr. Opus, caso o fato acontecesse aqui no Brasil. Vale a pena dar uma olhada.

  

A história é impossível de ter acontecido! É falsa! De qualquer forma, é uma história boa pra se contar em uma roda de amigos, né não?

Gilmar Henrique Lopes

   Colaboraram conosco os internautas: Luciano Tavares Mira - RJ e Odimar Nogacz. 


 

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