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quinta-feira, março 28, 2024

É verdade que só 3 países usam urna eletrônica no mundo? Elas são seguras?

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Texto afirma que fora o Brasil, somente a Cuba e a Venezuela usam a urna eletrônica em suas eleições! Será verdade? Elas são 100% seguras? Assista ao nosso vídeo e descubra!

O texto foi compartilhado nas redes sociais em junho de 2018 e de lá pra cá sempre volta a aparecer em alguma postagem. De acordo com a afirmação, de 193 países no mundo, os únicos que utilizam a urna eletrônica em suas eleições são o Brasil, a Cuba e a Venezuela.

Será que isso é verdade mesmo? A urna eletrônica só tão insegura que nenhum país quis adota-la?

Assista ao vídeo que preparamos para você e descubra a verdade sobre esse assunto:

Resumão do vídeo

Antes de responder a essa pergunta, é bom dar uma olhada em um artigo publicado aqui no E-farsas em 2014 sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas

A implantação do voto eletrônico no Brasil teve inicio em 1996 e de lá pra cá muito se questiona a respeito da segurança do sistema de votação brasileiro. O Tribunal Superior Eleitoral “coloca a sua mão no fogo” e apresenta as urnas eletrônicas como sendo o que há de mais moderno em tecnologia no mundo, com um sistema de apuração de votos 100% confiável.

No entanto, essa afirmação é falsa!

Mas calma!

O sistema eleitoral brasileiro não é 100% seguro porque não existe sistema 100% seguro! Mas isso não significa que o processo eleitoral brasileiro pode ser fraudado com facilidade.

Vamos analisar as etapas onde a urna poderia ser fraudada:

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Um tempo antes das eleições, ocorre a Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas, que acontecem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nessa ocasião, as urnas são lacradas pelo TSE, juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil, com o Ministério Público e conta com a presença dos partidos políticos e coligações que se mostram interessadas em acompanhar o ato.

Como exemplo, a cerimônia de assinatura digital e lacração dos sistemas ocorreu no dia 04 de setembro, quando os programas são compilados e gravados nas urnas.

Todo o processo é companhado de perto por muita gente e é aí que o bicho pega pra quem quiser fraudar as eleições nessa fase. A façanha teria que ser feita com o consentimento de muitos e em muitas urnas, ou não valeria a pena.

No dia da eleição, as urnas são ligadas pelos presidentes mesários, sempre na presença de um ou mais fiscais dos partidos políticos. Como mesário voluntário desde as primeiras eleições eletrônicas, o E-farsas acompanha tudo de pertinho.

Quando a urna é ligada no dia da eleição, o equipamento imprime um relatório chamado Zerésima, mostrando que não há nenhum voto gravado na memória da máquina. Nesse momento poderia haver uma fraude? Sim, alguém poderia trocar a urna por uma falsa!

Só que isso teria que ser feito com a ajuda dos mesários, fiscais de partido e também da Polícia Militar – que cuida da segurança do pleito!

Durante o treinamento para mesário, somos treinados para não permitir que nenhum eleitor permaneça mais do que alguns minutos dentro da cabine de votação.

O terminal que fica junto ao mesário avisa que o cidadão está demorando e os mesários tem que tentar ajuda-lo. Essa ajuda deve ser feira de longe, sem comprometer o sigilo do voto.

Nessa fase pode ocorrer alguma fraude? Sim! Mas isso teria que ser feito em poucos segundos e, novamente, com a ajuda dos mesários, fiscais de partido e da PM.

Final do dia, a urna deve ser encerrada

O presidente da mesa, juntamente com os demais mesários e fiscais de partido, imprimem um relatório em várias vias com o resultado dos votos daquela seção. São os Boletins de Urna. Nesse boletim temos o numero de pessoas que votaram naquela sala, e quantos votos cada candidato teve!

Um desses boletins é afixado na porta da sala e as vias são entregues ao pessoal do TRE (e também para os fiscais de partido, que estão sempre de olho em tudo para evitar alguma maracutaia).

Quem quiser conferir o resultado de todos os boletins de urna dessas eleições, o TSE disponibiliza esses arquivos em sua página!

Pode haver alguma fraude nesse momento? Não sei não, hein? O encerramento das urnas é acompanhado de perto por muita gente!

Ah! é bom lembrar que todos os boletins de urna tem um QRcode único, que pode ser acompanhado através de aplicativos como o Totalização Paralela das Eleições 2018.

Além da impressão dos boletins de urna, o presidente da mesa também é responsável pela retirada do pendrive que estava lacrado dentro da urna eletrônica. O dispositivo onde estão gravado os votos daquela seção é guardado dentro de um envelope lacrado e assinado por todos os mesários e também pelos fiscais de partidos. Tudo é enviado para o TRE em automóveis escoltados pela Polícia.

Como todo o processo é feito às claras e na presença de muitas pessoas, seria muito difícil ocorrer algum tipo de fraude nesse momento.

Os dados dos pendrives são enviados pela internet (através de conexões seguras) para os computadores do TSE, onde são descriptografados e apurados.

Alguns especialistas em segurança acreditam que durante o envio dessas informações podem ocorrer ataques, mas parece pouco provável que isso ocorra com sucesso. Pelo menos não há registros desse tipo de ataque.

Note que não estamos afirmando aqui que o processo eleitoral é perfeito e que não existam falhas. Há muitas denúncias de fraude nas eleições eletrônicas assim como também havia muitas denúncias de fraudes no tempo da votação de papel.

Pra quem não sabe, houve uma época em que a votação era feita em cédulas de papel e um voto em branco podia muito bem virar um voto válido para algum candidato, bastando algum fiscal fazer um risco no papel (dando um voto para o seu partido, é claro).

A fraude nas eleições começam bem antes, durante as campanhas eleitorais, com a compra de votos, sejam por coação, sejam por oferecimento de “presentinhos” para quem votar em determinado candidato…

Voltando as urnas, em 2012, surgiu uma notícia nas internet de que um hacker afirmou ter conseguido invadir os computadores do TRE no Rio de Janeiro e diz ter conseguido alterar os dados da votação. Para isso, o rapaz (que não tem nome) teria afirmado possuir acesso privilegiado à rede usada pelo TSE. Conforme apurado na ocasião, não há nenhuma prova de que isso tenha ocorrido de fato e uma investigação feita pela Polícia Federal também não resultou em nenhuma prisão (ineficácia da polícia ou o  tal “hacker” estava apenas “contando vantagem”?).

Na vida real, o então professor de Ciência da Computação da UNB, Diego Freitas Aranha, conseguiu quebrar em 2012 junto com a sua equipe a criptografia que protegia a ordem dos votos gravados na urna eletrônica durante um teste publico de segurança promovido pelo TSE.

Sabendo a ordem em que os votos foram gravados no banco de dados do equipamento, a equipe do professor Aranha conseguiu determinar quem votou em quem, quebrando assim o sigilo dos votos.

Na ocasião, o professor Diego Aranha explicou que a tarefa de violar completamente o sigilo do voto ainda estava incompleta, pois para se chegar aos nomes dos eleitores seria necessário acesso à lista externa de votação.

Então, para se conseguir quebrar essa criptografia (e quebrar o sigilo do voto), seria preciso:

  • Ter acesso físico à urna;
  • Ter acesso ao pendrive onde estão gravados os votos;
  • Ter um bom tempo para se quebrar as chaves eletrônicas de segurança;
  • Ordenar os votos e a determinar a ordem dos eleitores;
  • Ter acesso à lista com todos os nomes dos eleitores que votaram naquela seção;
  • Cruzar essas informações;
  • E tudo isso apenas para descobrir quem votou em quem…

Note que a quebra do sigilo do voto, apesar de ser um crime eleitoral, é diferente de computar votos incorretamente!

Em 2017, a equipe do professor Diego Aranha também conseguiu explorar algumas vulnerabilidades na urna eletrônica durante um novo teste público de segurança promovido pelo TSE, e conseguiram alterar mensagens de texto exibidas ao eleitor na urna para fazer propaganda a um certo candidato, mas não tiveram tempo para tentar desviar o voto de um candidato para outro!

Novamente, o acesso a esse tipo ataque deve ser físico. Ou seja, o sujeito teria que ficar ali do lado da urna, com tempo suficiente para rodar os scripts necessários.

Em resposta, o TSE afirmou que correções foram feitas para resolver essas vulnerabilidades.

Como a urna poderia ser mais segura?

Especialistas em segurança lutam há anos para que o TSE implante um sistema que imprima o voto no momento em que o eleitor vota na tela da urna.

Em 2015, o Congresso Nacional aprovou lei obrigando a impressão do voto, mas ela foi derrubada em junho de 2018 sob a alegação de que isso quebraria o sigilo do voto!

Não entendemos como a impressão do voto quebraria o sigilo do voto, mas… o STF também alegou que o custo para adaptar a impressão nas urnas atuais ultrapassaria os 2 bilhões de reais!

Resumindo, a urna eletrônica não é 100% segura assim como também não era na época da cédula de papel, mas todo o processo que envolve o sistema eleitoral brasileiro é fiscalizado por muita gente e, até hoje, não houve nenhum caso confirmado de fraude nas urnas eletrônicas.

Cabe a nós, como cidadãos, ajudar a fiscalizar todo o processo e denunciar toda e qualquer tentativa de atrapalhar o pleito!  

Agora voltando ao tema desse vídeo:

É verdade que só 3 países usam urna eletrônica no mundo?

Não! Além do Brasil, outros países possuem votação eletrônica, como o Canadá, a Índia e o Butão e em alguns estados norte-americanos.

Mensagem falsa espalhada pela web afirma que apenas 3 países usam a urna eletrônica!

Uma consulta ao Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (International Idea), que é uma organização independente que acompanha processos eleitorais em todo o mundo, são 23 países que usam sistemas de votação eletrônica em eleições nacionais. A entidade também apurou que mais 18 países usam a urna eletrônica em eleições regionais.

Um detalhe que o texto espalhado na web errou é que na Venezuela o voto é impresso pela urna eletrônica que é depositado depois pelo eleitor na urna, mas em Cuba os votos ainda são feitos em cédulas de papel!

Ah! De todos os países que realizam eleições eletrônicas, só o Brasil ainda usa um sistema sem a impressão para possível conferencia!

Conclusão

A urna eletrônica não é 100% segura e ainda faltam recursos que a torne mais confiável e que possibilitem a auditoria dos votos!

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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65 COMENTÁRIOS

  1. Sabe aquela compra de votos em que o candidato rasga a nota e o eleitor só pega a outra metade se o cara for eleito? Pois é, com a impressão não precisaria disso: seria um desastre para a democracia

          • Ele sim . Quem tem desejos de dar o toba a è cagar no chão são os eleitores da esquerda , então está mais fácil você fazer isso do que quem vota em bolsonaro . Seu dumbass ( se não sabe.ique procure no Google )

            Quem vai votar em bolsonaro tem consciência limpa de não votar em cprrupto .
            Essa lei deposits um papel na urna è de bolsonaro , porém você não sabia .
            Tudo que os manipulados do ele não falam quem pensa assim è quem eles vão votar Haddad e Ciro .
            Só tenho pena dos que segue o ele não , pois deve ter problemas mentais ou só serem burros mesmo .
            Vocês realmente acham que no socialismo mulheres e gays são bem tratados , só rindo lá mulher è escravos e gay è fuzilado , bem vindo ao que vai acontece se Haddad ganhar nos países dos sejas aliados acontece exatamente isso . Já se bolsonaro ganhar os dois vão ser respeitado igual ao resto do Brasil . Já que ninguém è superior ou inferior a outro

          • Fonte de toda essa bosta que você falou: CU. Tá certo, como todos os argumentos dos Maria-fuzis que vão votar no Bozonazi… aproveita pra dar o toba pra ele também, arrombado.

        • Parafraseando a resposta do Gilmar em outro comentário:

          http://www.thecanadaguide.com/government/elections/

          “Canadian Ballots
          Ballots in Canadian federal elections have looked the same way for decades, and are marked with a pencil or pen. Seen here, an Elections Canada sample ballot featuring the names of various Canadian historical figures running in an imaginary election. Provinces and cities run their own elections and thus have different styles of ballots, with some places using electronic voting machines.”

          “As cédulas nas eleições federais canadenses têm sido parecidas por décadas e são marcadas com lápis ou caneta. Visto aqui, uma cédula de amostra de Canadá de eleições que apresenta os nomes de várias figuras históricas canadenses que correm em uma eleição imaginária. Províncias e cidades realizam suas próprias eleições e, portanto, têm diferentes estilos de voto, com alguns lugares usando urnas eletrônicas.”
          Ou seja, as urnas ainda não são usadas no país todo, como no Brasil, mas algumas cidades já adotaram o sistema!

  2. A urna eletrônica não é 100% segura, mas o voto em papel é 1000 vezes mais inseguro. Não sei como ainda pode ter gente defendendo o retorno do voto em papel.

    • A idéia nao seria substituir pelo voto em papel(que seria um retrocesso mil vezes pior sem sombra de dúvida!).Mas apenas ter uma impressão do voto para o eleitor confirmar que o voto realmente foi computado.Para garantir o anonimato do eleitor ele não poderia levar o papel, mas simplesmente ver ele dentro de uma máquina.
      Assim, caso houvesse qualquer dúvida ou disparidade, a recontagem dos papeis seria feita.

      Esse sistema por pouco não foi implementado pelo TSE para as eleicoes de 2018.

      • Mas pra isso já existe o Boletim de Urna, um papelzinho não mudaria em nada a desconfiança, primeiro pq um “hacker” engajado pode fazer a impressão ser diferente do voto salvo, se esse fosse o caso, e segundo pq um único voto “impresso” faltante ou divergente já invalidaria o processo inteiro.
        Eu entendo que quanto maior o nível de redundância, mais difícil e e menos interessante se torna a fraude, mas nunca vai ser 100%. Sempre que alguém quiser botar defeito, vai lançar o “Ah, mas E SE…” e já era, tá tudo em cheque outra vez.

    • Não é apenas papel!! Seria um sistema híbrido. Com a urna eletrônica o resultado sai mais rápido, mas se necessário pode-se fazer uma auditoria com o papel impresso. No papel também NÃO teria como falsificar porque sairia impresso apenas o nome do candidato votado, no caso de branco sairia impresso BRANCO! Ao mesmo tempo que é impresso o eleitor está vendo se bate com os seu voto. Ele não tem contato e cai direto na urna.

        • A ideia é que o eleitor possa ver a impressão do voto do candidato que ele escolheu. O voto impresso é exibido dentro de uma caixa de acrílico transparente, onde o eleitor não poderá retirar. Se o voto estiver correto, o voto impresso cai em uma urna, caso contrário, a urna mancha a impressão com tinta e imprime o novo voto.

  3. …, mas não tiveram tempo para tentar desviar o voto de um candidato para outro!…

    A fraude pode muito bem já vir programada e não haveria a situação citada acima por vocês.

    A ciência da programação não é honesta. Ela realiza exatamente aquilo que foi programo.

  4. , mas não tiveram tempo para tentar desviar o voto de um candidato para outro!

    A fraude pode muito bem já estar nela não precisando do fator tempo para ocorrer.

    A ciência da programação não é “honesta”.

    Ela realiza o que é programado por um programador.

  5. , mas não tiveram tempo para tentar desviar o voto de um candidato para outro!

    A fraude já pode vir com a urna não havendo o fator tempo para o ocorrer.

    A CIÊNCIA DA PROGRAMAÇÃO não é “honesta”.

    Ela realiza o que for programado para realizar por um técnico da área que pode ou não cometer atos ilícitos.

    Logo…

  6. …mas não tiveram tempo para tentar desviar o voto de um candidato para outro…

    A fraude já pode vir na urna antes de ser usada não havendo o fator tempo para a mesma acontecer.

    A CIÊNCIA DA PROGRAMAÇÃO não é “honesta”.

    A urna faz o que o profissional da área determina que ela deva fazer.

    Logo…

  7. O artigo é bom, porém errou feio, mas feio mesmo, em dizer que faltam recursos que permitam a auditoria dos votos. A urna tem diversos meios de auditoria e o voto impresso, além de custoso, não seria uma auditoria segura, além de ser sim um risco ao sigilo do voto.

  8. Bom dia Gilmar,

    …e em alguns estados americanos??

    Sou brasileiro e cidadão americano, com residencia nos USA há 29 anos.

    1) O eleitor vota numa cartela, preenchendo com caneta os círculos ao lado de cada candidato ou de novas leis;
    2) O eleitor passa essa cartela por um ‘scanner’ e a cartela é automaticamente direcionada a uma urna lacrada que está acoplada ao ‘scanner’;
    3) O voto é contado eletronicamente e, se houver dúvidas, as urnas serão abertas e as cartelas recontadas.

    Todos os Estados americanos seguem o mesmo Sistema de votação.

    Um grande abraço,

  9. Tenho duas perguntas:

    1 – Por que, num País super tecnológico, usam o voto de papel? Estou falando do Japão.
    2 – A fraude não poderia acontecer na programação das urnas?

    • 1 – O Japão já está usando votação eletrônica em algumas eleições – https://www.tecmundo.com.br/seguranca/133958-japao-testando-sistema-voto-protegido-blockchain.htm
      2 – Sim, pode! Mas é preciso uma ajuda de muita gente e não houve nenhuma prova até agora de que isso tenha acontecido.
      Uma sugestão minha é que quem insiste nessa teoria faça uma busca entre os eleitos através das urnas eletrônicas desde 1996 (quando ela começou a ser implantada). Se houvesse mesmo um plano de fraude nas urnas, apenas esse ou aquele partido estaria no poder e isso não vem acontecendo.
      A menos que aceitemos a teoria de que quem pagar mais para o fraudador consegue se eleger. Só que nesse casos (se houvesse um “leilão” de compra de votos, mais cedo ou mais tarde isso vazaria na mídia).
      Entenda, eu também não confio 100% nessas urnas e por isso também insisto que sejam instalados mais requisitos de segurança e de transparência no equipamento e nas eleições como um todo! O que não dá é voltar para o voto de papel!

      • Isso com certeza! Eu já trabalhei muito nas eleições do voto em papel. Era presidente de seção…. Quando fechávamos, a urna com um lacre simples, ia pra nossa casa e só no dia seguinte levávamos para a contagem…. Eu levava andando, já que morava no mesmo bairro. Eu sou honesta e não mexia, claro, mas pensava que, quem quisesse abriria e depois lacrava de novo!

  10. Imprimir voto quebra sim a confidencialidade do voto. Alguém paga para vc votar nele, vc vota e depois para provar teria que levar o voto impresso para mostrar pra ele.

    A menos que o voto impresso seja colocado em outra urna e n~]ao fique com o eleitor. Mas o que queria aqui era que vc ficasse com o papel

  11. No Brasil a votação deveria acontecer em grupos de WhatsApp, porque pelo visto é a única coisa em que algumas pessoas aí acreditam.

    Achei meio arrogante esse Diego Aranha. Quer dizer, ele só concede depoimentos e entrevistas se for pra matérias alarmistas de que a urna não é segura. Se considerar que a urna traz alguma segurança: “Num dô intrevistah!”.

    Aliás, vi uma entrevista desse cara uns anos atrás e, putz, o cara é mó conspiracionista. Ele só conseguiu provar que era possível violar o confidencialidade dos votos, e ainda assim sugeria mó plano mirabolante com mesários anotando a ordem dos votantes. E, aí, o entrevistador completamente mal intencionado: “Então o senhor conseguiu provar que as eleições podem ser fraudadas?”. E ele com um sorrisinho de quem acabara de ganhar seus 15 minutos de fama: “É!”

    • O que o Aranha não conta é que pra ele conseguir os “feitos” dele, foi propiciado um cenário todo favorável ao “Hacker”, não foi só plugar um notebook lá e abrir um prompt de comando. E outra, mesmo com todo o cenário perfeito, ele conseguiu mexer em uma unica urna, como você mudaria o cenário eleitoral “hackeando” um único equipamento? A Urna é totalmente offline, pra conseguir alterar uma eleição, ou você intercepta os dados no TSE e altera por lá, ou “hackeia” uma quantidade absurda de urnas, o que convenhamos é muito mais difícil.

      • Discordo, desfruto da mesma profissão do colega Gilmar e sei de algumas brechas possíveis mas como ele muto acertadamente apontou, improváveis de acontecer. No entanto o caso do senhor Diego Aranha não foi “plugar um notebook” e o cenário é muito bem explicado se ler ou ouvir algumas entrevistas que ele concedeu. O cenário é limitadíssimo e não tem plugar um notebook não senhor, é tudo “na unha” e de fato, para quem sabe do que está falando, os feitos dele e sua equipe são admiráveis. Posto isto, eu não acho que seja possível fraudar uma eleição no Brasil, mesmo com nosso sistema “inauditável” e sinceramente, nem o Diego Aranha deve acreditar nisso, mas para um analista do nível dele, há que se respeitar a desconfiança.

  12. O povo se preocupa com o voto na urna, querem impressora e tal, sendo que deviam se preocupar com o voto depois que ele sai da urna. Alguém com intenção de fazer um candidato X ser eleito, procuraria alterar os votos no TSE e não na urna.

    Numa analogia, é como se você quisesse roubar milhões de reais, e ao invés de roubar um banco, roubasse 1 real de cada pessoa com quem cruzasse.

    • Meus pais contam que antigamente o candidato dava só um par da bota para o eleitor com a promessa de dar o outro par caso o sujeito consiga provar que votou nele.
      Além disso, o candidato fornecia o transporte da roça até o local de votação, a comida e bebida. Os eleitores votavam no candidato na maior alegria e inocência. Alguns votavam sob ameaça mesmo!

  13. Gilmar,
    sobre o voto impresso comprometer o sigilo do voto e outros motivos para crer na eficácia e segurança das urnas pode ser encontrada nesse artigo, escrito por Fernando Neisser, presidente da Comissão Permanente de Estudos em Direito Político e Eleitoral e diretor de Relações Institucionais do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP):
    https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/09/21/11-razoes-para-acreditar-que-a-urna-eletronica-nao-vai-mudar-o-seu-voto/

    • Eu também trabalho com T.I. desde sempre! Não confio 100% nas urnas, mas não vejo como fraudar as urnas em grande escala (a ponto de alterar o resultado de uma eleição) sem envolver muita gente e ainda manter isso em sigilo.
      Você tem alguma ideia como isso pode ser feito? Compartilha aqui pra gente debater a respeito com nossos leitores!

      • Eu acredito, que as urnas eletrônicas, são binárias, assim sendo, a fraude para o cargo de presidente, no primeiro turno, só é possível voto a voto. E foi o que aconteceu, e foi denunciado em vários Estados, o voto para o Bolsonaro era abortado. Ou seja, antes que a execução comando do voto fosse completada, a tarefa foi abortada. Já no segundo turno, como são apenas dois candidatos, é diferente. A urna pode ser programada, por exemplo, para até um horário determinado os votos serão computador normalmente. Depois de tal hora, não importa em quem o eleitor votou, todos os votos serão lidos para um candidato só. O eleitor vai acompanhar a evolução do seu voto, tudo certinho, mas será computado de acordo com a programação da urna. Isso é uma hipótese, perfeitamente, plausível.

  14. Hoje pode ser possível programar sondas espaciais que atravessam o sistema solar, que “dificuldade” haveria em burlar uma urna eletrônica? Aliás, o texto abordou apenas os fatores físicos que podem não ser confiáveis, entretanto, e a auditoria da programação antes do lacre das urnas? Por favor, texto muito bonito mas considerando tamanha corrupção do Brasil, é impossível não pensar em código “trapaceiro” na hora do desenvolvimento.

    • Claro que a urna não é 100% segura (aliás, acho que já falei isso aqui).
      Agora, pensando aqui, se ela é fraudável, será que já foi fraudada?
      Se já foi, por qual partido? Seria de se imaginar que só esse ou aquele partido possua o “esquema” para fraudar a urna, né? Ou todos os partidos sabem?
      Se apenas um partido sabe, por que não é só um partido que vem vencendo nas diversas eleições?
      Se todos os partidos sabem e apenas ganha a eleição quem paga mais, por que ainda não ficamos sabendo disso? Tanta gente envolvida…

      • Ora, porque somente um partido aparelhou grande parte das instituições com um projeto de poder megalomaníaco!

        Gostaria de sugerir uma edição construtiva ao texto: que tal ser feita a lista de países que de fato utilizam o voto eletrônico nos moldes do nosso? Eu sei que Estados Unidos e Alemanha não participariam dessa lista…

        Abraços!

  15. Mas há um ponto importantíssimo que o articulista não tocou, que é importantíssimo num país honesto como o Brasil?! E se alguém de dentro do próprio TSE resolvesse colocar um “programinha” instalado na parte do sistema que recebe e transmite o voto para o sistema de lógica aritmética, o processador, com o seguinte comando: para cada voto nulo ou branco: converta para o candidato Y. Dessa forma ficaria impossível apurar tal manipulação, haja vista que a fraude teria saído de dentro do próprio TSE, se como sabemos, com o voto impresso tal burla ao sistema seria muito difícil de alguém tentar, pois a chance de ser descoberto seria muito grande. PS: o voto impresso não ficaria de forma alguma com o eleitos! Muita gente boa que está falando disso, inclusive a !impuluta” PGR, mas a previsão é que o voto vá para dentro de uma urna física para posterior auditoria, diga-se, que não existe no sistema eletrõnico.

    • Se fosse assim, não haveriam votos nulos ou brancos. O que causaria suspeita. Ainda assim, poderia haver um sistema randomico para burlar. Um meio para dar mais credibilidade seria na auditoria mesmo.

  16. o melhor seria implantação de um sistema blockchain, ate hoje n se sabe de casos de fraude ( e as tentativas não foram poucas). a contagem seria bem mais rápida e segura

    • Legal. Está na internet, então só pode ser verdade, mesmo que não tenha nenhuma fonte, link externo, revisão por pares ou qualquer coisa que possa validar as informações contidas no link.

      Não é à toa que tantos idiotas acreditem em Fake News e correntes do Whatsapp, basta alguém falar qualquer coisa que automaticamente aquela coisa passa a ser verdade, mas apenas e tão somente se estiver alinhado com o viés observacional do ouvinte.

      Tá certo, faz todo o sentido, só que não.

    • “Canadian Ballots
      Ballots in Canadian federal elections have looked the same way for decades, and are marked with a pencil or pen. Seen here, an Elections Canada sample ballot featuring the names of various Canadian historical figures running in an imaginary election. Provinces and cities run their own elections and thus have different styles of ballots, with some places using electronic voting machines.”

      “As cédulas nas eleições federais canadenses têm sido parecidas por décadas e são marcadas com lápis ou caneta. Visto aqui, uma cédula de amostra de Canadá de eleições que apresenta os nomes de várias figuras históricas canadenses que correm em uma eleição imaginária. Províncias e cidades realizam suas próprias eleições e, portanto, têm diferentes estilos de voto, com alguns lugares usando urnas eletrônicas.”
      Ou seja, as urnas ainda não são usadas no país todo, como no Brasil, mas algumas cidades já adotaram o sistema!

    • Matéria de março, teste controlado pelo TSE exatamente para detectar possíveis vulnerabilidades e consertá-las. Não significa que as mesmas ainda existam hoje, não há nenhum indicativo disto.

  17. Olá, Gilmar! A quebra do sigilo pode acontecer por chantagem de milícias (urbanas ou rurais), traficantes, políticos corruptos, entre outros. O comprovante de votação serviria bem para comprovar o voto em algum político aliado a esses grupos de criminosos. Apesar do hábito das pessoas chantageadas em fotografar a urna, esse controle não é tão eficiente quanto um comprovante impresso seria.

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