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sexta-feira, março 29, 2024

Estrela dos comerciais do Marlboro morreu de câncer no pulmão?

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Será verdade que Eric Lawson é o quinto garoto-propaganda dos comerciais de cigarros Marlboro a morrer de câncer no pulmão?

A notícia apareceu na internet no dia 27 de janeiro de 2014. De acordo com a manchete, Eric Lawson – que fez publicidade para a famosa marca de cigarros Marlboro de 1978 a 1981 – teria falecido em decorrência de complicações respiratórias por causa de um câncer no pulmão. O texto afirma também que Lawson estava com 72 anos e fumava desde os 14 anos de idade.

A doença que teria vitimado o cowboy tem forte relação com o tabagismo e, conforme publicado em diversos sites e blogs, já teria matado outros garotos-propagandas dessa mesma marca de cigarros!

Será que isso é verdade mesmo?

Anúncio da Marlboro com Eric Lawson em Los Angeles.  (Foto: Reprodução/Gilles Mingasson/Getty Images)
Anúncio da Marlboro com Eric Lawson em Los Angeles. (Foto: Reprodução/Gilles Mingasson/Getty Images)

Verdadeiro ou falso?

A notícia é real! O ator norte-americano Eric Lawson foi um dos Marlboro Man entre 1978 e 1981 e faleceu no dia 10 de janeiro de 2014, vitima de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – uma doença fortemente relacionada ao tabagismo. A Organização Mundial de Saúde estima que atualmente existam cerca de 210 milhões de pessoas no mundo com essa doença (cerca de 6 milhões só aqui no Brasil). Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e desses apenas 18% recebem tratamento.

A viúva Susan Lawson disse em entrevista aos jornais americanos que seu marido fumava desde os 14 anos de idade e que “ele sabia que os cigarros estavam lhe matando, mas ele não conseguia parar“. Lawson morreu em casa, na Califórnia, e deixou seis filhos, 18 netos e 11 bisnetos.

Na última década, Eric estava trabalhando arduamente para ajudar a divulgar os perigos do fumo. Fez, inclusive, anúncios de utilidade pública para a American Cancer Society na década de 1990.

A “maldição” Marlboro

Reza a lenda que todos os atores que encenaram o papel do cowboy nas propagandas dos cigarros Marlboro morreram de câncer de pulmão, mas o que há de verdade nisso?

De fato, cinco homens que apareceram em anúncios dessa marca cigarros faleceram por causa de doenças pulmonares. Desses, apenas um não era fumante:

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Claro que isso não serve de base para provar que basta fazer uma propaganda de determinado cigarro (e fumar que nem um louco) para morrer com câncer. Vários atores e modelos já participaram de comerciais desse tipo e não morreram (pelo menos, não ainda) vitimadas por essa doença.

No entanto, inúmeras pesquisas comprovam que fumar faz mal à saúde. Que fique bem claro isso!

Dados do Ministério da Saúde apontam que o tabaco possui mais de 4720 substâncias nocivas e que esse monte de “entulho” é responsável por aproximadamente 50 doenças diferentes como, por exemplo:

  • hipertensão arterial;
  • aneurismas arteriais;
  • úlcera do aparelho digestivo;
  • infecções respiratórias;
  • trombose vascular;
  • osteoporose;
  • catarata;
  • impotência sexual no homem;
  • infertilidade na mulher;
  • menopausa precoce;
  • complicações na gravidez;

Comerciais banidos no Brasil

O comercial abaixo é de 1970 e foi veiculado em países de língua inglesa. O cowboy protagonista da propaganda é Wayne McLaren e o filme foi traduzido para ser exibido também aqui no Brasil.

Note que as propagandas de cigarros vendiam a ideia de liberdade, mas a realidade é outra:

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Proibidas aqui no Brasil desde 2000, as propagandas de cigarros e derivados (que desde 1996 só podiam ser veiculadas na TV entre as 21h e 6h) também não podiam mais ser associadas a eventos culturais e esportivos. Uma pesquisa feita entre 1989 e 2010 pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) mostrou que um em cada três brasileiros deixou de fumar depois que medidas que restringiram a propaganda de cigarros na TV e em veículos de comunicação de massa entraram em vigor.

Conclusão

Notícia real! O ator Eric Lawson que interpretou o cowboy nos comerciais dos cigarros Marlboro nos anos de 1978 a 1981 faleceu vítima de um câncer no pulmão, aos 72 anos de idade.

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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13 COMENTÁRIOS

  1. Uma coisa que me intriga é porque a propaganda de cigarro é proibida e a de bebidas não. Eu não fumo e bebo, mas acredito que bebida alcoólica causa problemas muito maiores, principalmente em relação a acidentes.

    • Justamente o que eu estava pensando enquanto terminava de ler o texto. Se a propaganda de cigarros foi proibida no Brasil e a medida foi eficaz na redução no número de fumantes, por que não banir os anúncios de bebida alcoólicas também, que é a droga com maior número de usuários e causadora da maioria dos acidentes?

      PS: Eu também não fumo nem bebo.

    • Eu não fumo, mas bebo, se bem que sempre em casa. Em hipótese alguma dirijo após beber. Mas acho um absurdo comercial de bebida alcoólica ser liberado, mesmo após determinado horário. Cigarro faz mal para quem fuma, a bebida faz mal diretamente a outras pessoas.

  2. Bah! Por favor!

    Também não fumo nem bebo, mas, o homem fumou durante 58 anos e agora culpam o cigarro pela sua morte?

    Tem gente que não fuma e morre de câncer em menos tempo do que o ex-cowboy fumou.

    Essa campanha contra o cigarro tem jeitão mesmo é de controle social.

    • Sim! Até comentei algo a respeito no próprio artigo. Um dos atores acabou morrendo de problemas pulmonares e não era fumante. Todavia, sabemos que o cigarro faz mal à saúde, né?

  3. Inclusive o álcool já é a droga mais perigosa do mundo, segundo uma escala de danos causados a uma pessoa e à sociedade ao todo concebida por cientistas. Nela, as drogas receberam notas de 0 (menos nociva) a 100 (mais nociva). O álcool recebeu 72! Levou-se em consideração mortes, ou suicídios; danos à: saúde, coesão da sociedade e internacionais; criminalidades; conflitos familiares; perdas de relacionamentos; e custos econômicos – enfim, prejuízos e riscos à sociedade em geral. E a OMS estima que os riscos associados ao álcool causam 2,5 milhões de mortes por ano, que variam de doenças hepáticas e cardíacas, acidentes de trânsito, suicídios e câncer, representando 3,8% de todas as mortes. O álcool é o terceiro fator de risco principal para a morte prematura e invalidez! No entanto, quando consumido com moderação, traz inúmeros benefícios à saúde, como a longevidade. Estudos apontam que pessoas habituadas a consumir quantidades moderadas da substância tendem a viver mais que as abstêmias. O consumo moderado é recomendado até mesmo para grávidas, segundo pesquisa que durou nada mais do que 7 anos!

  4. Meu avô fumou durante 48 anos e morreu de causas naturais, minha avó fuma a 40 anos e está com 90 anos agora, bem de saúde. Se eu for deixar de fazer tudo que dizem que faz mal eu nem saio da cama.

  5. gostei do q foi dito e concordo plenamente .prq nao proiben tambem a cachaca q alem de fazer mal a quem consome ainda faz um mal maior a sociedade e a pessoas inocentes .que injusticaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.

  6. Não tem nenhuma surpresa nisto, o cigarro deveria ser proibido como qualquer outra droga, não entendo como algo que mata as pessoas aos poucos e ainda prejudica as pessoas que estão ao redor e o meio ambiente, continua liberado para venda.

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