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terça-feira, abril 16, 2024

Lago na Tanzânia transforma animais em pedra! Será?

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Será verdade essa história de um lago na Tanzânia que transforma em pedra todos os animais que se banham nele? Veja o que descobrimos.

Começando a se espalhar pela web na primeira semana de outubro de 2013, várias fotos de alguns animais que teriam virado estátuas de pedra após se banharem no lago Natron na Tanzânia.

As fotografias são incríveis e seu aspecto sombrio ganhou a atenção dos internautas, que se encarregaram de espalhar as imagens das bizarras estátuas pelas redes sociais.

De acordo com o texto que acompanha as fotos, o Lago Natron teria algumas propriedades especiais. Sua água teria um pH altamente alcalino que preservaria os bichos que se banham nela, por toda a eternidade.

Dá uma olhada em duas dessas imagens e descubra conosco se isso é verdadeiro ou falso:

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Animais que se banharam no Lago Natron se transformam em estátuas de pedra! Verdadeiro ou falso? (fotos: Divulgação/Nick Brandt)

 

Verdadeiro ou falso?

Da maneira como está sendo veiculada na web, a notícia dá a entender que os animais fotografados viraram estátuas apenas após um banho no lago, mas não é bem assim que acontece…

De fato, o Lago Natron existe e fica no Vale do Rift, ao norte da Tanzânia. São 3 metros de profundidade de águas com enorme quantidade de sal alcalino e, à medida que evapora na época da seca, aumenta muito a taxa de sal da região. Além disso, a presença de natrão (carbonato de sódio hidratado) e a temperatura elevada em alguns pontos (há locais que chegam a 60° C!) fazem com que poucos animais consigam viver ali.

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No entanto, ao contrário do que afirmaram muitos sites, existe vida no lago. Vários microrganismos adaptados a ambientes salinos conseguem se desenvolver em lugares como esse, como por exemplo, algumas cianobactérias (que possuem uma cor avermelhada, bastante característica das águas do Natron).

Além delas, o Lago Natron também é lotado de flamingos (Phoenicopterus minor), que passam o dia comendo essas cianobactérias, e também de um tipo de tilápia (Oreochromis alcalica) que vive e se reproduz próximo às nascentes de água quente que brotam em certos pontos no lago.

A seguir, um vídeo publicado por Marc Szeglat no YouTube:

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As estátuas fotografadas

Os animais que aparecem nas fotos são (ou foram) animais vivos que ficaram preservadas no sal com natrão, mas isso não aconteceu instantaneamente!

As fotografias foram feitas por Nick Brandt, fotógrafo e autor do livro Across the Ravaged Land (Por toda a terra devastada). Ele explica em seu livro que encontrou os animais mortos ao longo da costa do Lago Natron, e que ninguém sabe ao certo como eles morrem, mas ao que tudo indica, o lago reflete bastante luz e isso os confunde (igual ao pássaro que se machuca ao chocar-se com um vidro).

Conheça o trabalho de Nick Branst em sua página!

Ao cair no lago, os animais morrem afogados e com o tempo, ao invés de apodrecerem, acabam se calcificando, à medida que secam na margem. Os bichos ficam mesmo parecidos com estátuas de pedra.

Eu tirei essas criaturas de onde as encontrei no litoral e, em seguida, coloquei-as em posições ‘vivas, trazendo-as de volta para a ‘vida’, por assim dizer. Reanimados, vivos outra vez na morte.”, explica Nick Brandt em seu livro.

Conclusão

O natrão presente no lago é um poderoso bactericida e dessecante e chegou a ser usado pelos egípcios para a mumificação de faraós, mas na verdade, os animais que aparecem nas fotos morreram de outras causas e acabaram parando nas margens do lago. Com o tempo (e muito calor, natrão e sal) acabaram se desidratando e ficando com aparência de estátuas de pedra. As fotos são magníficas, mas foram montadas por Nick Brandt, que pegou os animais mortos no lago e os colocou em posições como se ainda estivessem vivos.

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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8 COMENTÁRIOS

  1. Apesar de acreditar que isso aconteça, achei que as fotos ficaram forçadas demais. Difícil acreditar que o animal vá morrer na mesma posição de quando estava vivo, não parece muito natural.

  2. Que bom que existem sites que pesquisam antes de passar informações. A página da Mundo Estranho, no facebook, postou sobre isso agorinha, mas dando a entender que o animal só precisa dar um mergulho e, pronto, sai instantaneamente “medusado” da água.

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