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O Lobisomem de São Sebastião - SP


        Hoje colocaremos duas versões da lenda do Lobisomem aqui da minha cidade. Agradecimentos ao Seo Zezito e aos diversos amigos que nos auxiliaram nas pesquisas junto aos caiçaras e moradores mais antigos de Boissucanga,  Cambury e demais balneários de São Sebastião.

O LOBISOMEM

Versão 1 - o das ilhas.

    Na costa marítima de São Sebastião existem varias ilhas. Ilhas quase que desabitadas. Nelas vivem poucos caiçaras que sobrevivem basicamente da pesca.

    Há muito tempo atrás, um pescador vivia na Ilha dos Gatos só com seu cachorro. Um cachorrinho vira-lata, companheiro e danado para latir. Qualquer coisinha, lá estava ele latindo, latindo...

    Uma noite o pescador jantou mexilhão pois não pescara mais nada. Após o jantar, jogou atrás da casa os restos de mexilhão que sobraram. A noite estava quente e com a lua cheia, linda, mansa, e nestas noites é difícil dormir. O pescador ficou na janela observando, olhando a lua e o mar.

    De repente seu cachorrinho começou a latir sem parar. E latia, latia olhando para o mar.

    O pescador procurou ver na praia, algo ou alguém estranho. Nada viu, mas, percebeu que se aproximava uma canoa.

    Quem será? Pensou o pescador.

    A canoa encalhou na praia e dela saltou um cachorro muito grande.

    Cachorro não rema, meu Deus, deve ser lobisomem!! Pensou o pescador e imediatamente se fechou em casa ficando bem quieto.

    Ouviu o cachorro se aproximar, fazer ruídos em redor da casa juntamente com os latido de seu cachorrinho. Ouviu o cachorrão comer os restos do mexilhão. Percebeu que o lobisomem se afastara da casa pois havia silêncio e seu cachorrinho latia cada vez mais longe.

    Saiu bem devagar e viu que a canoa estava na praia.

    Algum tempo depois viu um homem entrar na canoa e remar em direção a Barra do Say.

    Depois de certo tempos, intrigado, o pescador resolveu pegar sua canoa e seguir o homem, queria saber quem era o infeliz.

    Já era de manhã quando chegou à Barra do Sahy e entrou numa vendinha.

    Conversa fiada no balcão da venda, entre uma pinga e outra mais, o pescador puxou conversa sobre lobisomem e um homem que estava bebendo saiu zangado da venda.

    Todos desconfiaram que aquele homem era o lobisomem. O pescador soube que chegara de canoa antes dele.Ficou em sua cabeça: Será ele o lobisomem??...


Versão 2 - O Lobisomem de Boiçucanga

    Os pescadores de Boiçucanga acreditavam que lá havia um lobisomem, pois quando em noite, de lua cheia, limpavam os peixes na praia, na manhã seguinte as cabeças haviam desaparecido e ao mesmo tempo viam pegadas de um cachorro enorme.

    Não sabiam quem seria o lobisomem.

    Dois pescadores amigos e compadres João e Pedro saíam sempre juntos para pescar. João era casado e tinha um filho pequeno.

    Numa noite de lua cheia, quando estavam pescando, João quis voltar, e mal a canoa embicou na praia ele saiu correndo. O amigo ficou durante algum tempo esperando, mas João não voltou.

    No dia seguinte, Pedro foi procurar o amigo e este disse que tivera uma dor de barriga muito forte. Mias tarde, no mesmo dia Pedro encontrou a mulher de João que disse que ele não voltara para casa. Ela contou que procurara uma baeta vermelha, que deixara no varal à noite e não encontrara, mas vira fiapos e restos da baeta presa nos dentes de João.

    Os dois ficaram com medo acreditando que João era o lobisomem de Boiçucanga pois naquela noite o povo comentara que havia rondado a região o lobisomem.


Fontes: Moradores de Cambury e trechos baseados no livro "Mitos e Lendas de São Sebastião - Vol. I -3ª Edição-1996


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