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quinta-feira, abril 18, 2024

Maju Coutinho foi a primeira negra a apresentar o Jornal Nacional?

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A jornalista Maju Coutinho foi a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional ou outras já sentaram à frente do telejornal da Rede Globo?

No dia 16 de fevereiro de 2019, a jornalista Maria Júlia Coutinho Portes – ou Maju Coutinho, como ficou conhecida na TV – finalmente estreou como âncora do Jornal Nacional, na Rede Globo de Televisão. A estreia da repórter no telejornal foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, gerando comemorações de um lado e um certo ceticismo e desdém por parte de alguns.

O que se espalhou nas redes sociais é que Maju Coutinho não seria a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional, visto que outras jornalistas negras como Glória Maria e Zileide Silva já teriam apresentado o programa de notícias.

Será que Maju Coutinho foi mesmo a primeira apresentadora negra do Jornal Nacional?

Maju Coutinho foi a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional? (foto: Divulgação/TV Globo)

Verdade ou mentira?

Até o ano de 1989, somente homens apresentaram o Jornal Nacional:

  • Cid Moreira – de 1969 a 1996
  • Hilton Gomes – de 1969 a 1971
  • Sérgio Chapelin – de 1971 a 1983 e, depois, de 1989 a 1996
  • Celso Freitas – 1983 a 1989
  • Fernando Vannucci – entre 1983 e 1989

Nessa matéria do BOL há uma relação dos 32 apresentadores que passaram pela bancada fixa do Jornal Nacional! 

Somente em 1992 é que Valéria Monteiro se tornou a primeira mulher a apresentar o Jornal Nacional. No vídeo abaixo, Valéria Monteiro explica que – antes dela – apenas uma mulher havia sentado na bancada do principal jornal da TV Globo: a jornalista Márcia Mendes. Mas Márcia havia apresentado o programa por apenas um dia, enquanto que Valéria viria a ser a primeira âncora do telejornal:

Maju Coutinho foi a primeira negra a apresentar o Jornal Nacional?

Sim! Muita gente compartilhou fotos das jornalistas Zileide Silva e Glória Maria como se elas já tivessem apresentado o Jornal Nacional, mas a verdade é que nenhuma das duas foram âncoras daquele telejornal.

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De acordo com o site Memória Globo, Glória Maria foi a primeira repórter negra da televisão brasileira e a primeira a aparecer ao vivo em uma matéria no Jornal Nacional. Não há registros dela como apresentadora do telejornal.

Quanto à Zileide Silva, ela é repórter especial do Jornal Nacional e apresentadora eventual do Jornal Hoje.  

Além disso, o verbete no Wikipedia referente ao programa jornalístico mostra que nenhuma das apresentadoras eventuais são negras.  

No final da sua edição de estreia na frente do Jornal Nacional – no dia 16 de fevereiro de 2019 – Maju Coutinho desceu junto com seu parceiro de apresentação, Rodrigo Bocardi, até a redação do programa para comemorarem a conquista:

Trinca de negros no jornalismo da Globo

O dia 16 de fevereiro de 2019 foi considerado histórico pela TV Globo por ter em sua grade 3 negros apresentando os telejornais da emissora. Zileide Silva começou o dia participando do programa É de Casa, Thiago Oliveira apresentou a edição paulista do “Globo Esporte” na hora do almoço e passou o bastão na programação para Zileide Silva, no Jornal Hoje. À noite, Maju estreou no Jornal Nacional como âncora, ao lado de Rodrigo Bocardi,.

Maju Coutinho é a primeira negra a apresentar um telejornal?

Não! Outras âncoras negras são destaque nos telejornais brasileiros. Abaixo, algumas delas:

Luciana Barreto (TV Brasil) (foto: Divulgação)

Joyce Ribeiro (Jornal da Cultura) (foto: Divulgação)

Dulcinéia Novaes (Rede Paranaense de Comunicação) (foto: Divulgação)

Luciana Camargo (Rede TV) (foto: Divulgação)

Graça Araújo (TV Jornal) (foto: Divulgação)

Eliana Victório (foto: Reprodução/TV Tribuna)

Conclusão

Maju Coutinho é, sim, a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional!  

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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44 COMENTÁRIOS

    • Foi isso que pensei também. Poxa… Porque essas coisas relacionadas a cor, religião, condição social e opção sexual entram tanto em voga hoje em dia? Não estou me referindo ao Gilmar pois ele apenas está comentando uma notícia. Mas, esse tipo de notícia não contribui em nada para ninguém pois ela não fala da competência, da humanidade da pessoa e sim simplesmente da cor da pele. Isso é patético. Eu sou gordo e não gostaria de ganhar uma competição esportiva e no outro dia ver no jornal a manchete “gordo vence a prova tal. Apesar do sobrepeso fulano ganha o prêmio”. O excesso de peso não deveria se a notícia. Pode até ser o comentário das mentes mais pequenas, mas jamais uma notícia oficial. Difícil isso. Tá ficando chato já. Ela tá lá pela competência e isso sim deveria ser notícia. Obs: não sou racista. Minha esposa é negra, meu avô era mulato, meu filho mais novo é mulato e eu sou marrom escuro. Só pra constar…

      • Quando vc diz isso você está sendo racista e machista ou você está com dificuldade intelectual de entender a situação. Deixa eu tentar te explicar: ou vc considera que existe machismo e racismo e por isso só em 2019 temos uma mulher negra apresentando o JN, ou você considera que mulheres negras não são competentes, por isso nunca apresentaram o JN. Entendeu? Então te pergunto, você acha que Maju é a primeira mulher negra com competência para apresentar o Jornal Nacional que surgiu no Brasil ou você acha que sempre existiram mulheres negras e competentes, mas por causa do machismo e racismo não tiveram oportunidade?

      • Sua linha de raciocínio Dick ta certa. Para a própria mídia, ser negro parece ser sinal de falta de competência e eles acabam vitimando de uma forma excessiva a condição de ser negro e isso, para essas mídias, parece ser um problema. É verdade que o contexto histórico revela o quanto pessoas negras foram privadas da acessão ao meio social, porém, vivemos em outro contexto histórico. As oportunidades de acesso à informação e a construção de informação não se limita mais a cor de pela, mas isso ainda é motivo de grande audiência. Está na hora de pararmos de dividir os grupos sociais por cor de pela, pois quem permite a acessão é a competência e não a cor da pele.

      • Dick. Quem separou as pessoas por cor, gênero, religião, raça foi a esquerda. Separando as pessoas, cria_se o preconceito, faz_se notar que as pessoas são diferentes. Então a mesma esquerda que chama os outros de preconceituosos é a que cria a diferenciação. Isso deveris ser tranquilo entre pessoas normais. Ela não é a primeira negra nem s primeira mulher a… Ela é a próxima pessoa que vai fazer o jornal. Essa “diferença” não deveria fazer parte da notícia. Isso cria uma animosidade nogenta e tóxica.

        • Quem separou as pessoas por cor, gênero, religião, raça foi a esquerda
          Não, não foi. Deixe de ser idiota, idiota. Vai dizer que “racismo é vitimismo” também? Jumento.

        • Ela não é a primeira negra nem s primeira mulher a… Ela é a próxima pessoa que vai fazer o jornal.
          Ela É a primeira MULHER NEGRA, jegue. Racista de bosta.

        • Excelente comentário. Estudei em escola que atendia a maior parte de pessoas negras. Também tem negros que discriminam brancos. Acham que pq vc é branco, é racista. Passei por isso pois sou uma PESSOA branca, mas tiveram PESSOAS negras que me trataram com naturalidade e carinho. Penso que não tenho obrigação de gostar de PESSOAS brancas ou negras pq são brancas ou negras, tenho obrigação de respeita-las e trazer para o meu convívio pessoas que eu quiser, seja ela branca ou negra. Daqui uns tempos vão exigir que tenhamos porcentagem de amigos de cores diferentes, de religiões diferentes…

      • Quando o racismo no Brasil acabar, a gente para de falar sobre, combinado? Deixar de falar de um problema não faz ele sumir, muito pelo contrário…

  1. Desculpa discordar, mas não entendo dessa forma, porque a Maju não foi a primeira mulher negra no JN, pois é desta forma que está sendo disseminado nos jornais/internet, o seu artigo já comprova isso, uma porque apesar da Glória Maria ter feito apenas uma reportagem no JN já se classifica como primeira mulher negra, segundo, a Zileide Silva também tem a mesma condição que a Maju Coutinho, segundo a sua reportagem, pois ambas são eventuais, cobrindo folgas, férias e FDS. Por isso, entendo que divulgar dessa forma desmerece as duas. A Maju é maravilhosa, o que deveria ter sido divulgado é que por total competência ela foi promovida do rodízio do JN, assim como ela estava no Jornal Hoje aos sábados.
    Sou muito fã dela.
    Acho uma mega hipocrisia da Globo e um preconceito velado, como está na moda agora.

    • A Zileide Silva e a Glória Maria nunca foram eventuais do Jornal Nacional! Não sei de onde tiraram isso, mas nenhuma das duas apresentaram o JN! Pode procurar!

      • O que galera não entende é que ela é Âncora do JN.
        Âncora é quem senta ali na frente, não quem faz matéria. E é o jornal nacional da Globo, gente. Nunca teve outra ÂNCORA negra.
        Parem de desmerecer essa conquista e aprendam o mínimo de interpretação de texto.

      • Que loucura isso, gente. Eu tinha uma imagem perfeita da Zileide na bancada do JN. Devo ter confundido com o Jornal Hoje. A dúvida mesmo é com relação a posição que a Maju (e até o Bocardi e o Heraldo, por exemplo) ocupam no Jornal. Bocardi e Heraldo são classificados como âncoras ou eventuais?

        No mais, adoro o site, sempre venho conferir notícias. Parabéns pelo trabalho 🙂

        • O Bocardi (é titular no Bom Dia SP) e o Heraldo (que está na Globonews) são ancoras eventuais. O Bonner continua titular no JN.

          Ps: A Luciana Barreto saiu da TV Brasil a cerca de 1 mês.

  2. Trabalho excelente do Gilmar como sempre.Parabéns também à Malu!

    Mas me dá muita tristeza ver a Globo se passando por revolucionária quando na verdade deveria estar pedindo desculpa à população por ter usado por tanto tempo de preconceito de gênero (30 anos até a primeira mulher) e raça (50 anos até a primeira mulher de pele negra) para selecionar os apresentadores de seu principal telejornal.

    Documentário – A negação do Brasil
    https://www.youtube.com/watch?v=PrrR2jgSf9M

  3. Com toda a certeza a Majur é uma ótima profissional, não tiro isso dela. Mas a Globo fez um papel ridículo não tendo colocado antes uma pessoa negra mesmo tendo muitas outras competentes igual. E está fazendo isso só por estão com uma má reputação, e ficam tentando a todo modo fazer manobras, mas ficou feio! Pq a intenção foi outra. NA MINHA OPINIÃO.

    • A Maju, além de profissional, também tem um carisma jovial que muita gente tenta ter e não consegue! Meus pais, por exemplo, são fãs dela como garota do tempo desde a sua estreia. Meu pai manda todo mundo calar a boca quando a Maju aparece e comemorou muito a estreia dela na bancada do jornal!

  4. No final da década de 1980, a Glória Maria apresentou uma edição do JN e depois foi para o Fantástico.

    E a Dulcinéia Novaes, a gente lembra do primeiro dia em que ela entrou no ar, como repórter da TV Coroados de Londrina, Paraná, no início da década de 1980.

    E apresentadores negros em telejornais já existiam no mesmo Paraná, na década de 1970, ao qual eram formados sem políticas de cotas.

  5. Gilmar como é difícil explicar as pessoas que Heraldo Pereira é homem, Zileide Silva participa de um rodízio no Jornal Hoje (Telejornal da Globo exibido de segunda a sábado, às 13:15hs) e que Glória Maria entrar na década de 70 ao vivo no Jornal Nacional não quer dizer que ela invadiu o estúdio e sentou na cadeira do Cid Moreira. Complicado demais as pessoas entenderem isso,,,, aff

  6. Conforme algumas pessoas disseram, também acho que a moça ser negra nem deveria ser tema de tanta euforia nas redes, afinal, ser negro ou ser branco é a mesma coisa, indiferente da cor, o que vale é caráter, se tem condição profissional para realizar determinada atividade profissional e coisas do tipo.
    Teve até gente dizendo que, por exemplo, se alguém falar algo do tipo igual eu falei acima, isso seria racismo. Racismo??? Que piada é essa? Racismo é justamente o oposto do que foi dito, racismo seria julgar com base na cor, só que o que foi dito é que cor não importa, o que vale é caráter.

    • Racismo é a mulher negra ganhar 55% menos que o homem branco, na média do mercado. Racismo é não haver representatividade do negro nas campanhas publicitárias, nas novelas, nos programas, nas escolas particulares.
      Existe diferenciação clara, cego é quem não quer enxergar. Jogar a sujeira debaixo do tapete não melhora a situação, temos que debater SIM.

  7. A questão nem deveria ser comemorada por ela ser negra. O que deveria ser celebrado é o mérito que ela conseguiu. Será que ela conseguiu isso por ser negra ou mulher? Eu acho que não. E depois os outros que são racistas/sexistas.

  8. Eu só não entendo o pq estão tentando endeusar a Globo com essa matéria, quando ao certo seria mostrar o quanto são preconceituosos de só agora estarem dando a oportunidade pra pessoas negras, quando um descendente de outro país irá apresentar?
    Hipocrisia da Globo e de quem vai na onda dela.

    • @Luciano , “endeusar” e “preconceituosos” são apenas, por enquanto, meras OPINIÕES PESSOAIS suas. Tenha em mente que quando fizer uma alegação e/ou denúncia, você deve ter PROVAS CONCRETAS ROBUSTAS para sustentá-las e, de preferência, provas MATERIAIS e em FLAGRANTE. Caso contrário, você NÃO TEM NADA e suas alegações não passarão de meras ESPECULAÇÕES e/ou TEORIAS CONSPIRATÓRIAS.

  9. Certamente a Majú não é ÂNCORA do JN, dessa forma então não há ainda nenhuma negra âncora daquele jornal, agora que já negras que apresentaram, temos as duas que foram citadas antes dela…
    Se liguem, isso é apenas um empurrão de carreira, mas ela é BOA.

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