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quinta-feira, março 28, 2024

Mídia de urna eletrônica foi encontrada dentro de vaso sanitário em Juiz de Fora/MG?

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Ontem à noite, a rádio mineira Itatiaia publicou uma notícia dizendo, que agentes da Polícia Federal (PF) estiveram numa escola de Juiz de Fora/MG, para investigar a informação de que um “chip” de uma eletrônica havia sido encontrado dentro de um vaso sanitário.

Uma foto exclusiva, obtida pela reportagem da rádio, mostrava o que seria a mídia dentro do vaso!

Captura de tela mostrando um trecho da matéria publicada pela rádio Itatiaia.

No texto foi mencionado, que o responsável pelas eleições em Juiz de Fora, José Alfredo Jungüer, havia informado que o incidente não alterava a apuração dos votos na cidade!

Entretanto, será que essa história é verdadeira? Isso mostra que o sistema eleitoral brasileiro não é seguro? Descubra agora, aqui, no E-farsas!

Verdadeiro ou Falso?

Verdadeiro! De fato, uma memória de resultado (MR) foi encontrada dentro do vaso sanitário de uma escola municipal de Juiz de Fora/MG! Contudo, todos os votos da urna foram devidamente computados mediante conferência com o boletim impresso! Portanto, não houve qualquer prejuízo a contagem dos votos ou qualquer tipo de fraude nos resultados dessa urna.

A foto publicada pela rádio realmente mostra a referida MR.

Entramos em Contato com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG)

Em contato com o TRE-MG, obtivemos mais detalhes sobre toda essa história.

Segundo Vilma, chefe de cartório da 153ª zona eleitoral, esse incidente ocorreu de maneira isolada e com apenas uma única urna. De acordo com ela, a referida urna operou normalmente durante todo o período da votação. No encerramento foi impresso o respectivo boletim e retirada a chamada “memória de resultado” (MR), que é uma espécie de pen-drive.

Quando o coletor de mídia foi buscar o material (urna e memória de resultado) para levá-lo até a junta apuradora acabaram notando que a mídia havia sumido!

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Foto da fachada da Escola Municipal Professor Afonso Maria de Paiva, no bairro de Santa Cruz, em Juiz de Fora/MG, que foi o local onde ocorreu o incidente.

Então, Vilma comunicou o ocorrido ao juiz do cartório eleitoral, que por sua vez acionou a Polícia Federal (PF). Quando o juiz e o Ministério Público se encaminhavam para a escola, eles receberam a informação por uma delegada da PF, que a mídia havia sido encontrada!

Os dados contidos na mídia não foram violados e não houve a constatação de quaisquer divergências em relação ao boletim impresso anteriormente. A PF, no entanto, segue averiguando as circunstâncias do desaparecimento temporário da mídia, e como ela foi parar dentro de um vaso sanitário!

O Que Acontece Após a Votação Ser Encerrada?

Basicamente, no fim da votação, a urna eletrônica cria um arquivo chamado Registro Digital de Voto (RDV), com as informações da votação naquele local. Este arquivo é então copiado para a chamada “memória de resultado” (MR), que viaja fisicamente até um local onde exista um ponto de acesso à rede privada da Justiça Eleitoral, fornecida pelas operadoras de telefonia. Os pontos de acesso podem estar em cartórios eleitorais ou num local de votação, assim como uma escola.

Interessante destacar que o arquivo é criptografado e possui uma cópia de segurança na própria urna!

Foto meramente ilustrativa para mostrar como são as memórias de resultados utilizadas nas urnas eletrônicas.

Enfim, é por meio desta rede privada – e não da internet convencional – que o TSE, em Brasília, recebe as informações de cada região.

Coalizão de Checagem para as Eleições 2020

Esta publicação faz parte da Coalizão de Checagem para as Eleições 2020, que se traduz numa parceria envolvendo nove agências de checagem: AFP, Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.org, Comprova, E-Farsas, Estadão Verifica, Fato ou Fake e UOL Confere!

As notícias, devidamente checadas, serão publicadas na página “Fato ou Boato“, disponível no Portal da Justiça Eleitoral. A página também traz informações sobre o funcionamento da urna eletrônica e o processo eletrônico de votação e mais dados sobre checagem.

Conclusão

Verdadeiro! De fato, uma memória de resultado (MR) foi encontrada dentro do vaso sanitário de uma escola municipal de Juiz de Fora/MG! Contudo, todos os votos da urna foram devidamente computados mediante conferência com o boletim impresso! Portanto, não houve qualquer prejuízo a contagem dos votos ou qualquer tipo de fraude nos resultados dessa urna.

A foto publicada pela rádio realmente mostra a referida MR.

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Marco Faustinohttp://www.e-farsas.com/author/marco
Jornalista e colaborador do site de verificação de fatos E-farsas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. Entre junho de 2015 e abril de 2018, trabalhei como redator do blog AssombradO.com.br, além de roteirista do canal AssombradO, no YouTube, onde desmistificava todos os tipos de engodos pseudocientíficos e casos supostamente sobrenaturais.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Eu tenho uma visão um pouco diferente sobre a urna eletrônica e a possibilidade de fraude, portanto deixo minha análise do assunto:
    Muito se fala erroneamente sobre violação dos dados da urna, pois como se sabe, o acesso à urna só se dá de modo físico ja que como ela não é conectada em nenhum momento à internet, é impossível acessá-la remotamente.
    Penso que para haver interferência suficiente para mudar um pleito estadual ou federal, só haveriam 2 maneiras distintas: invadir o sistema antes da configuração das urnas ser efetuada ou invadir o sistema de comunicação entre os TREs e o TSE no momento da transmissão dos resultados.
    Uma invasão pré pleito, não conseguiria ser seletiva ao ponto de não ser detectada e uma invasão pós pleito seria facilmente corrigida com o reenvio dos dados.
    Porém, todavia, entretanto, a nível MUNICIPAL seria muito simples equilibrar ou até mesmo mudar os resultados, ainda mais no cenário atual de polarização de esquerda x direita.
    Pense que em uma cidade de 20k habitantes (boa parte dos pequenos municipios do norte e nordeste), a disputa seja acirrada entre 2 candidatos. O de direita com grande apoio dos empresários e o de esquerda com apoio das pessoas mais simples.
    É sabido que pessoas de maior poder aquisitivo tendem a votar em seções em clubes, agremiações, colégios mais conceituados, bairros mais nobres, enquanto as pessoas de baixa renda, votam em seções de bairros periféricos, escolas públicas, igrejas e associações de bairro.
    Se eu quiser que meu candidato vença, basta coagir ou subornar meia dúzia de pessoas que simplesmente destruam ou violem urnas dos locais contrários aos do meu interesse, retirando assim centenas ou até milhares de votos da disputa.
    Não acredito que a urna seja violavel, mas creio que com pouco investimento e grande interesse, é possivel sim manipular o próprio sistema, usando uma falha contra ele mesmo.
    Pra quem não sabe, se uma urna é danificada ou violada propositalmente, todos os votos nela computados são desconsiderados.
    Pra mim, voto impresso é retrocesso, voto eletrônico é duvidoso. Voto eletrônico com impressão individual do voto (e não somatória como é hj) é o sistema perfeito. Rápido, eficiente e totalmente auditavel a nível de voto.

    • Uma forma mais barata (e que existe) é a compra de votos. em cidades pequenas, basta o candidato pagar pra uma turma votar nele e cada um do grupo convencer mais 3 pessoas a votar naquele candidato e pronto.
      Falo por experiência própria (sou mesário desde a primeira eleição com esse método) que a urna é um local “sagrado”, pois ninguém chega perto dela sem ser o eleitor na hora de votar. É um excesso de zelo até. Além disso, tem os fiscais de partido, que ficam de olho de um jeito que dá até raiva.
      Quanto à suposta invasão no momento do envio dos dados, basta comparar o resultado das eleições com os boletins de urna (que são impressos no final das eleições quando a impressora ainda não foi conectada a nenhuma rede).

      • O que eu acho mais interessante é que as pessoas estão muito preocupadas com fraudes imaginárias e se esquecem das fraudes que já estão ocorrendo.

        Basta dar uma olhada nos comentários do vídeo apresentando uma empresa que está desenvolvendo um sistema de votação online. https://www.youtube.com/watch?v=PKKU1AUR7xA&ab_channel=Poder360

        Eu particularmente ainda não tenho opinião formada sobre, mas a maioria das pessoas lá considera a compra de votos como o maior problema caso essa tecnologia seja implementada.

        Como se a “compra de votos” já não ocorresse hoje. Mas o que seria a compra de votos afinal? É o partido que está no poder amedrontar os eleitores com o fim do mundo caso a oposição vença (ou vice-versa)?

        É ameaçar os empregados com demissão em massa caso o candidato escolhido pela empresa não seja eleito? (Ouvi vários relatos na última eleição)

        É ameaçar os moradores de morte caso o candidato escolhido pela milícia / pelo chefe do tráfico não seja eleito? (candidatos são proibidos de entrar nas áreas dominadas por essas facções)

        Enfim, a compra de votos vai ocorrer com ou sem tecnologia. O ideal seria a população se unir DEPOIS da posse daquele que vencer pra exigir que as promessas de campanha sejam cumpridas.

        Infelizmente, por enquanto, o que vemos é uma população que transferiu a paixão futebolística para a política. “Meu político de estimação é melhor que o seu e quem discorda é corno.”

        Enquanto insistimos nessa infantilidade, os maus políticos e o fabricante de KY enchem a burra de dinheiro.

  2. De quem é a responsabilidade desse dispositivo? do presidente da mesa? do mesário? Se existe um responsável pela mídia física essa pessoa tem que responder antes de se concluir baseados em conspirações! e se um desses for inviesado ideologicamente e fez isso justamente para causar discórdia? e se foi algum fiscal? e mesmo assim, voltamos para o fato de que existe um responsável por essas midias até que ela chegue as mãos do tre.

    • A responsabilidade é do presidente de mesa até a entrega para o Auxiliar de Junta (função que exerço a 4 eleições) que é encarregado de leva-la até o TRE da sua cidade. Conforme treinamento atos como este podem (e devem) ser investigados e os envolvidos não podem trabalhar no segundo turno ou até o final da investigação.

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