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segunda-feira, março 18, 2024

A Black Friday surgiu no comércio de escravos?

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É verdade que o termo “Black Friday” nasceu na época da escravatura nos Estados Unidos e era usado para definir o período da venda de escravos?

Essa história apareceu em 2014 nas redes sociais e voltou com força total, em português, em novembro de 2015. De acordo com um texto compartilhado no Facebook e no WhatsApp, o termo “Black Friday” não seria apenas uma jogada de marketing criada pelo varejo para a queima de estoques antes do Natal, mas seria uma forma de comércio surgida da época dos escravos, nos Estados Unidos!

O texto, acompanhado de uma ilustração do que parece ser um comercio de escravos, afirma ainda que a black friday era o dia seguinte ao do de ação de graças, quando os mercadores de escravos os vendiam com desconto para os proprietários de terras. 

A recomendação, segundo o alerta, é a de que devamos boicotar a black friday para não compactuarmos com essa abominação!

Será que essa informação é real?

Texto compartilhado nas redes sociais alerta para a origem escravagista do termo Black Friday! Será verdade? (foto: Reprodução/WhatsApp)
Texto compartilhado nas redes sociais alerta para a origem escravagista do termo Black Friday! Será verdade? (foto: Reprodução/WhatsApp)

Verdadeiro ou falso?

A abolição da escravatura ocorreu em 1863 nos Estados Unidos e o termo Black Friday (literalmente, ‘Sexta-Feira Negra’, em inglês) foi utilizado pela primeira vez por jornais americanos no dia 24 de setembro de 1869 (6 anos depois), quando Jay Gould e James Fisk (dois especuladores) quase levaram grandes investidores do país à falência ao tentarem dominar o mercado do ouro na Bolsa de Valores de Nova York.

Fotografia de uma placa de 1869, mostrando o colapso do preço do ouro. (foto: Wikipedia)
Fotografia de uma placa de 1869, mostrando o colapso do preço do ouro causado pela dupla de espucalodores! O termo “black friday” foi usado ali para designar uma das piores sextas-feiras dos EUA! (foto: Wikipedia)

Segundo o linguista Benjamin Zimmer, editor-executivo do site Vocabulary.com, o adjetivo “black” foi usado durante muito séculos para retratar diversos tipos de calamidades, como uma coisa negativa, mas que nada tem a ver com escravos.

A agência de notícias BBC apurou que o uso das palavras “black friday” para o varejo aconteceu pela primeira vez em 1951, através de uma publicação de um tabloide de circulação entre os varejistas chamado Factory Management and Maintenance. A ideia, na época, era a de retratar um dia do ano em que o número de funcionários que ficavam doentes aumentada e as lojas ficavam quase vazias. Péssimo para os negócios… 

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No entanto, o termo black friday como conhecemos atualmente só se tornou popular nos anos 1990. A gíria, em inglês, acabou virando sinônimo de “sair do vermelho” ou “entrar no azul”, pois as redes de varejo dos Estados Unidos usavam a data para liberar o estoque e preparar o orçamento para o Natal.

Origem do boato

As origens desse boato são indeterminadas. Encontramos referência a ele em publicações de 2013, mas o assunto só se tornou viral a partir de 2014 nos Estados Unidos, quando o jogador de basquete J. R. Smith e a cantora Toni Braxton resolveram publicar essa farsa nas redes sociais em que faziam parte. Mesmo sem verificar a veracidade das informações, a grande maioria dos seguidores de ambos começaram a espalhar o factoide!

A cantora Toni Braxton publicou essa lenda em seu perfil do Facebook e ajudou a espalhar ainda mais a desinformação!
A cantora Toni Braxton publicou essa lenda em seu perfil do Facebook e ajudou a espalhar ainda mais a desinformação!

Atualização 19/11/2019

No dia 19 de novembro de 2019, foi ao ar mais um episódio do Fake em Nóis, onde falamos sobre o assunto:

Conclusão

O termo “Black Friday” surgiu depois da abolição da escravatura nos Estados Unidos e não tem nenhuma relação com o mercado de escravos!

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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34 COMENTÁRIOS

      • Existe Racismo no Brasil sim meu amigo, não só no Brasil como no mundo todo. Não só racismo contra negros, mas também racismo contra indígenos, contra brancos, contra asiáticos, etc..

        Mas atribuir algo como racista sendo que na verdade não seja, é tanto pior quanto o racismo real.

        Esse tipo de atitudes, como a mostrada tentando vincular a “Black Friday” como sendo um ato racista só serve para atrapalhar ainda mais o processo de conscientização popular contra o racismo.

        Devemos sim agir contra o racismo, mas sem usar campanhas mentirosas, pois ao fazer isso estarei cometendo um outro crime também previsto por lei.

  1. Tem uma coisa que não entendo, se o “Black Friday” é um dia específico no ano (Uma única sexta feira) em que os comerciantes se unem para fazer uma campanha de promoçõe para torra de estoque.

    PQ O FDP DO BRAZILEIRO FAZ VÁRIOS “BLACK FRIDAYS” DURANTE O ANO TODO E EM QUALQUER DIA DA SEMANA.

    Aqui na cidade tem uma loja anunciando sendo “Black Friday” na segunda, na terça, no domingo, na semana toda…. AFFFFF

    E o pior, a maioria aumenta os preços um mês antes do “Black-Friday”, e no dia do “Blçack-Friday” baixa para o preço normal. O “Black-Friday” termina e os preços continuam os mesmo sem aumentar… kkkkkkkkkk

  2. O termo black friday ta vinculada a escravidão de negros sim, logo que foi criada 6 anos após a abolição… Ora, ainda existe racismo e escravidão no dias atuais, por que não existiria 6 anos depois?

    • Claro, afinal tudo o que tem “black” no nome tem a ver com negros ou racismo ou escravidão, né? Black plague era transmitida por negros, blackout era o dia dos negros saírem pra balada, black hole… bom, melhor deixar essa pra lá.

      • Aposto o que você quiser que esse idiota tem conta no facebosta.

        Ah!! E uma coisa que eu esqueci de dizer nos meus comentários. Não é só no Brasil que as celebridades são boçais.

  3. Eu ouvi outra versão no jornal da Band, falava que que os policiais que organizavam as filas, devido ao grande caos, chamavam entre eles de “Black Friday”.

  4. Queria eu que só houvesse uma “black friday” na minha vida, do jeito que a coisa ta, não só as sextas, mas todos os dias da semana estão no black, ta f……. mesmo, a coisa ta preta !!! acho pra mim está mais para “black year” kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  5. Deixa eu ver se entendi: “missa negra”, “magia negra”, “ovelha negra”, são associados com coisas ruins, mais sex”sexta negra”, não? Quer dizer que pela primeira vez, está se quebrandi paradigmas?

    • Não Pateta, existem outros termos que não denotam coisas ruins, como Black Hole, Black Box, blackboard, BlackJack, Black Music. Quer em português? Temos grana preta, Rio Negro, faixa preta, luz negra…

  6. “foi utilizado pela primeira vez por jornais americanos no dia 24 de setembro de 1869 (6 anos depois)“ isso não prova a origem só deixa o texto mais tendencioso.

  7. Cara, assim, primeiro que e muito suspeito essa informação inicial de que o termo foi usado pela primeira vez 6 anos apos a abolição da escravatura.

    Ai e facil tentar desacreditar para nao comprometer o mercado como um todo, pois, se tornar real, a queda em vendas seria drástica.

    Narração muito pobre de convencimento.

    Conta outra.

    • Informação correta não precisa ter potencial de convencimento, só precisa ser correta.

      A verdade só precisa ser verdade. A verdade não deixará de ser verdade por você não acreditar nela.

    • concordo, mas em tempos de mimetismo digital, falou que amém, todos dizem amém, entendo esse fenômeno, temos muita tecnologia, mas a inteligência e a leitura, a busca pela informação, foi delegada a poucos “bem intencionados donos da verdade”, que ao invés de buscar a fundo, com institutos internacionais com conteúdos científicos sério, produzem esses textos, que mais parecem resumo de papo de botequim, e pronto, todos ovacionam, e dizem amém, amigos meus jornalistas me mandam links desse site, para argumentar comigo, eu simplesmente sou obrigado a citar as teses de doutorado mundo a fora e e doutores de honoris causus, para tentar mostrar que tem mais caroço nesse angu, que sonham a vão filosofia digital, saudade dos livros, dos estudos sérios, do tempo que valia o que estava escrito e estudado, fundamentado, irrefutável, hoje, qualquer parágrafo serve para jogar milênios de uma história perversa no lixo e dizer, que isso é coisa da sua cabeça de preto. precisa se tratar, no mundo não há racismo, e segue o baile… parem por favor… sejam éticos.

  8. Lá vou eu fazer outro vídeo para contribuir em destruir fake news, tendo como base a apuração criteriosa e confiável do e-farsas.

    Obrigado a vocês por existirem e por se comprometerem a desfazer pulhas virtuais com pesquisa bem feita e informação correta.

    Obviamente, na descrição do vídeo, colocarei os créditos deste artigo.

  9. Filologia e Linguística!

    Sobre o fato de ter sido ou não usado no mercado de escravo, o termo black surgiu de um dos maiores problemas de racismo em nossa linguagem, “amanhã é dia de branco, mas preto também trabalha”, a situação tá preta, aqui eu encaro esses sites que se dizem donos da verdade, mas creio ser uma manobra para desmentir algo e de uma maneira mais absurda.

    Não é de hoje, que é sabido por todos que termos assim são para denegrir, olha outro verbo também racista. Segundo o linguista Benjamin Zimmer, editor-executivo do site Vocabulary.com, o adjetivo “black” foi usado durante muitos séculos para retratar diversos tipos de calamidades, como uma coisa `negativa`, mas que nada tem a ver com escravos.

    Percebe a nuance, como não tem haver com escravo algo negativo, logo sendo este um termo utilizado abertamente para ofender a nossa raça.
    Black

    Da Wikipédia, a enciclopédia livre
    Este artigo é sobre a palavra e sua história. Para a variante coloquial, consulte mano. Para outros usos, ver Nigger (disambiguation).
    No idioma Inglês, a palavra “nigger” é uma ofensa étnica, geralmente dirigidas a pessoas negras. A palavra surgiu como um termo neutro referindo-se a pessoas com pele negra, [1] como uma variação do substantivo Espanhol e Português negro, um descendente do latim adjetivo niger (“black”). [2] Ele era freqüentemente usado depreciativamente, e por meados do século XX, particularmente nos Estados Unidos, seu uso tornou-se inequivocamente pejorativa, um insulto racista. Assim, começou a desaparecer da cultura popular, e sua manutenção em obras clássicas da literatura gerou polêmica.

    Atualmente Estados Unidos e Reino Unido evitam usar a palavra, pois ela é um tabu, muitas vezes substituída pelo eufemismo “Nego”, que é por vezes utilizado entre afrodescendentes em um sentido não pejorativo ou como um termo carinhoso.
    Entendeu nego

  10. Ja que o termo não é nada disso, boa assim de White Friday, é só uma cor ne mesmo, bota vermelho sextou, azul sextou, mas tem que ser, dia preto sexta! promoção, o que faltou apurar é os motivos que o cara da bolsa usou esse nome, ao inves de dia do ouro!? Esse é mais um fake que eu discordo, apuração rasa e com muita indução, precisam ouvir mais historiadores e pesquisadores especializado, não é com o meu achismo, ou artigos rasos da web que podemos dizer que algo é verdade ou mentira, e isso por si, não é suficiente, diga as razões porque o termo foi utilizado?

    Eu vou por aqui, porque assim isso ja se torna ate uma pesquisa aberta e campo de pesquisa e referencias para todos que estiverem interesse

    As novas formas de expressão do preconceito e do racismo
    Marcus Eugênio Oliveira LimaI; Jorge ValaII
    RESUMO

    Recentemente tem-se verificado uma condenação social aberta às formas mais tradicionais e flagrantes de racismo. Em conseqüência, em várias partes do mundo, alguns estudos utilizando metodologias tradicionais de coleta de dados têm demonstrado que os estereótipos negativos associados aos negros têm diminuído. Todavia, novas e mais sofisticadas formas de expressão do preconceito e do racismo têm surgido, corporificando muitos comportamentos cotidianos de discriminação, quer ao nível institucional, quer ao nível interpessoal. Estas novas formas de expressão do preconceito e do racismo produzem na psicologia social várias teorizações. Temos as teorias do racismo moderno, do racismo simbólico, do racismo aversivo, do racismo ambivalente, do preconceito sutil e do racismo cordial, dentre outras. Neste trabalho procuramos analisar cada uma das novas teorias sobre o preconceito e sobre o racismo, e discorremos sobre o suporte empírico que fundamenta cada uma dessas teorias.

    Palavras-chave: racismo; preconceito; negros; teorias
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2004000300002

  11. Senhores, bom dia,
    Recebi o video que gravei e compartilhei no Dropbox abaixo. Neste video, aparece a principio um profissional de saude, andando pelos corredores de uma instituição, não sei se IML ou hospital, mostrando dezenas de corpos seminus em macas, informando que seriam referentes a mortos vitimas do corona virus COVID-19, porém a filmagem se dá de forma muito rápido, principalmente quando passa por locais aonde tem papeis impressos, informando que o corpo é referente ao COVID-19. Não tem informação de quando foi filmado, aonde foi filmado ou em que cidade, e em qual instituição, enfim, tudo para ser um vídeo falso. Coloquei no campo Site, um link para que vocês possam pegar o video, se não conseguirem me avisem para que eu coloque no Dropbox o seu e-mail para poder compartilhar o arquivo.

  12. se eu tivesse loja seguiria a minha intuição de marketing e não ia fazer como esses piolhos de cabeça que só vai pelos outro,
    eu criaria a minha própria liquidação e daria o nome que eu quisesse
    pois a loja é minha e os produtos também, o povo brasileiro nunca acaba com essa mania de tudo ficar americanizado, qui porcaria viu.

    if i had a store i would follow my marketing intuition and i wouldn’t do like those head lice that only go for others, i would create my own sale
    and give the name i wantedbecause the store is mine and the products too, the Brazilian people never end this craze for everything to
    become Americanized, which the crap has seen.

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