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terça-feira, março 19, 2024

Seguradora recusou indenizar idoso que teria morrido de vacinação contra a COVID! Será?

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É verdade que na França uma seguradora se recusou a pagar o seguro de vida de um idoso rico que morreu por causa da vacina contra a COVID-19?

A notícia surgiu nas redes sociais e em diversos grupos do WhatsApp na segunda quinzena de janeiro de 2022 e afirma que a família de um francês muito rico não conseguiu receber seu seguro de vida após a comprovação de que ele havia morrido por causa a vacina contra o novo coronavirus.

De acordo com o texto amplamente compartilhado, as apólices de seguro não cobrem morte por uso de medicamentos experimentais e que o idoso teria cometido um suicídio ao aceitar ser imunizado!

Será que essa história é verdadeira ou falsa?

Texto de uma das versões do texto que se espalhou em janeiro de 2022: “MORREU DE VACINA? TOMOU PORQUE QUIS! SEGURO DE VIDA NÃO PAGA. França – Idoso rico com muitos seguros de vida (milhões) a favor de sua família morre de vacinação contra Covid (não contestada pelos médicos e suas seguradoras de vida). A seguradora se recusou a pagar porque o uso de medicamentos experimentais, tratamentos, etc. está excluído da apólice. A família processa a seguradora, mas perde. O juiz afirma: “Os efeitos colaterais da vacina experimental são publicados e o falecido não poderia alegar que não sabia nada sobre isso quando tomou a vacina voluntariamente. Não há lei ou mandato na França que o obrigue a ser vacinado. morte.” é essencialmente suicídio. “O suicídio também está excluído de sua política. Se você desafiar alguém se esses pontos são ou não experimentais e que nem as empresas farmacêuticas, nem os governos, nem ninguém além de VOCÊ são responsáveis ​​por aceitá-los, e se você morrer, você cometeu suicídio legalmente. Sem seguro, sem pagamentos, sem reembolsos. Você está sozinho!” (foto: Reprodução/WhatsApp)

Verdade ou mentira?

O texto alarmista apela para o sensacionalismo e para o bolso do leitor, afirmando de forma vaga que a família um francês rico teria perdido o direito à indenização após sua morte devido à vacinação contra a COVID-19.

Logo de cara, ficam algumas dúvidas:

  • qual o nome do sujeito?
  • qual foi a seguradora?
  • ele morreu mesmo em decorrência da vacinação?
  • existe uma lei que exime seguradoras em caso de vacinação?
  • quando o fato ocorreu?
  • onde o fato ocorreu?

Como você pode perceber, o texto é bem genérico. Sabe-se que o caso teria ocorrido na França, mas não se sabe mais nada além disso…

Algumas versões compartilhadas através de grupos do WhatsApp citam como fonte um blog de língua francesa recheado de publicações anti-vacina que, por sua vez, apenas afirma que o idoso rico morava em Versalhes, mas também não dá maiores informações.

Já em outras versões, o texto é acompanhado de um vídeo de um homem falando sobre o caso, mas sem mostrar nenhuma prova do ocorrido.

Na França, seguro de vida cobre vacinas contra a COVID?

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Sim! Na França pacientes com reações decorrentes das vacinas são totalmente cobertos. Seja por invalidez, doença ou morte ligada a qualquer vacina! O Gabinete Nacional de Compensação de Acidentes Médicos (Oniam) é o responsável pela cobertura desses custos. 

De acordo com esse site oficial:

“Isso significa que as pessoas vacinadas poderão ver seus danos reparados pela solidariedade nacional sem ter que provar qualquer falha ou defeito no produto, e que os profissionais de saúde que vão vacinar não verão sua responsabilidade reclamada, salvo culpa grave[…] Consequentemente, a indemnização integral por acidentes médicos atribuíveis às atividades assistenciais realizadas no âmbito da campanha será coberta pela solidariedade nacional através da Oniam.”

O assunto também já foi desmentido pela Associação Francesa de Seguros, que disse em nota:

“As razões muito numerosas para excluir garantias dos contratos de seguro de crédito à habitação nunca mencionam as consequências da vacinação, nem dos ensaios médicos, e o contexto sem precedentes do vírus Covid-19 não é exceção[…] não é especificamente citado como uma exclusão nas condições gerais […] A vacinação contra o Covid-19 não invalida, portanto, seus contratos de seguro.”

O site do Governo da França também deixa bem claro que casos de possíveis danos causados por vacinas são totalmente cobertos pelo Estado:

“Em caso de lesão relacionada à vacinação, está previsto um procedimento de compensação se for uma vacinação obrigatória. Não existe um procedimento específico para a reparação de danos relacionados com uma vacinação recomendada, mas são possíveis várias soluções.”

E aqui no Brasil?

As seguradoras brasileiras tem oferecido descontos em suas apólices para vacinados. Segundo o portal da Revista Apólice, a Porto Seguro foi a pioneira a conceder descontos para novos clientes que tiverem em dia com a vacinação contra a COVID-19 aqui no Brasil. A promoção parece ter dado certo, visto que outras empresas seguiram a mesma linha e, inclusive, a própria Porto prorrogou a oferta para mais alguns meses em 2022.

Conclusão

É falsa a afirmação de que a família de um francês idoso e rico teria perdido seu seguro de vida após a seguradora alegar que a vacinação se enquadra como uso de drogas experimentais! 

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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