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sexta-feira, abril 26, 2024

Zé do Caixão se converteu ao ser batizado em igreja evangélica?

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É verdade que o ator José Mojica Marins, que interpreta o Zé do Caixão, foi batizado na igreja Adventista do Sétimo Dia e se converteu ao evangelho?

A notícia apareceu nas redes sociais no dia 29 de janeiro de 2017 e rapidamente se espalhou através das redes sociais e em vários sites e blogs. De acordo com o texto, José Mojica, o eterno Zé do Caixão, teria sido batizado em uma igreja adventista do sétimo dia.

Conhecido por dirigir e estrelar vários filmes de terror, Mojica aparece recebendo orações ao lado de um pastor, vestindo uma calça social, camisa clara e sem o típico chapéu preto.

Será que esse é o fim do personagem icônico do cinema de terror nacional? Será que o Zé do Caixão virou evangélico?

Criador do personagem Zé do Caixão teria virado evangélico! Será verdade? (foto: Reprodução/Facebook)

Verdade ou farsa?

Apesar da fotografia ser real, a história é falsa!

Preocupada com a repercussão que a foto teve nas redes sociais, a filha do ator, Liz Vamp Marins, publicou em seu perfil do Facebook explicando que seu pai não se converteu à nenhuma religião e que não foi batizado. Liz conta que José Mojica foi à igreja para acompanhar a atual esposa (que é evangélica) em um culto.

O criador do Zé do Caixão, segundo o que foi explicado pela sua filha, acredita em Deus (é católico não-praticante) e foi batizado quando ainda era um bebê, em uma igreja católica.

A reportagem da revista Veja procurou a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que afirmou que Mojica foi ao culto, porém não houve batismo.

“O Zé do Caixão não foi batizado, apenas foi a um culto, como visitante e, em determinado momento, demonstrou interesse em conhecer a igreja e estudar a Bíblia. Não houve batismo.”

Cineasta acompanhou a esposa em um culto! (foto: Reprodução/Facebook)

Conclusão

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José Mojica Marins, o Zé do Caixão, não foi convertido em uma igreja evangélica! Ele apenas estava acompanhando a esposa em um culto!

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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23 COMENTÁRIOS

  1. Para atrair o maior número de adeptos, cada seita fala o que quer e o que lhe convém, como nesta foto tendenciosa com o Zé do Caixão, a qual fala por milhões de palavras. Esse post/debate aqui no E-FARSAS nunca chegará a todas as pessoas, e por isso ficará para muitos a marca de que Zé do Caixão realmente se tornou evangélico. Observem também, que o espiritismo fala com convicção, mentirosamente, ser cristão, todavia, ele nega TODA a divindade de Jesus Cristo, logo, não pode ser cristão, NUNCA!

    • Vc tem certeza que ele nega a Divindade de Cristo?

      se ele é católico (mesmo não praticante) então ele provavelmente crê na Divindade de Cristo, pois os católicos tem esse princípio de crença.

      Você esta sugerindo que os Adventistas são uma seita?

      Você também está sugerindo de quem criou esse boato foi a Igreja Adventista, para atrair adeptos?

    • “Observem também, que o espiritismo fala com convicção, mentirosamente, ser cristão, todavia, ele nega TODA a divindade de Jesus Cristo, logo, não pode ser cristão, NUNCA!”

      Vai estudar e para de escrever asneiras!!!

      • É muita prepotência afirmar que determinado grupo religioso que “professa” ser cristão não o é devido às suas crenças pessoais. Você usa as crenças religiosas que lhe foram impostas para julgar um grupo religioso o qual você “demoniza”. Eu creio na “divindade” de Cristo, porém o conceito que eu tenho desse termo difere do seu (não creio que Jesus seja parte de um “deus tri-uno”, sendo igual em posição, poder, sabedoria e eternidade ao Deus Supremo). Então, segundo o seu raciocínio, eu não seria cristão por não crer na Trindade (crença que você mesmo não entende, pois se trata de um “mistério”, segundo a suas crenças)? E SE a sua crença estiver errada? Não seria correto usar a Bíblia como padrão para determinar se a crença X ou Y é correta (afinal, você afirma usar a Bíblia como regra de fé)? Em outras palavras, usar crenças religiosas, impostas por instituições, não é um bom padrão para se determinar o que constitui a “verdade”. Vamos estudar e parar de achar que estamos certos. Talvez estejamos errados e nem percebamos isso. Abração.

        PS: Onde encontramos na Bíblia que para se ser cristão tem que se crer em um “deus tri-uno”? Ser cristão não seria seguir os ensinamentos de Cristo Jesus, imitando o seu exemplo (1 Pedro 2:21)? Onde Jesus ensinou a Trindade? Lembre-se que para formular um resposta taxativa sobre isso deve-se examinar a Bíblia como um todo, e não apenas partes dela.

        • Realmente Observador perspicaz vc esta correto afirmando que a escolha de ser cristão não implica na exigência da crença da divindade de cristo e de um Deus tri-uno.

          Luiz Roberto Turatti na matéria que o Gilmar colocou esta assim.

          “O criador do Zé do Caixão, segundo o que foi explicado pela sua filha, acredita em Deus (é católico não-praticante) e foi batizado quando ainda era um bebê, em uma igreja católica.”

          Ele fala em ser católico e não sobre ser cristão, ele realmente pode se considerar cristão sem crer na trindade e divindade de cristo, mas se ele realmente negar isso, então ele não poderia se considerar católico pois o catolicismo exige a crença de que Cristo é Deus e que faz parte de uma Trindade Divina.

          Abraço a todos que creem em Cristo (Seja por sua Divindade, seja por seu exemplo de Humanidade com o próximo)

          • Meu comentário destacou a seguinte afirmativa do Luiz Roberto Turatti:

            “Observem também, que o espiritismo fala com convicção, mentirosamente, ser cristão, todavia, ele nega TODA a divindade de Jesus Cristo, logo, não pode ser cristão, NUNCA!”.

            Assim sendo, para o Luiz Roberto Turatti, ser cristão envolve acreditar na “divindade” de Cristo (obviamente que de acordo com os credos religiosos que lhe foram impostos). Para ele, todas as denominações religiosas que não apregoam suas crenças acerca da “divindade” de Cristo constituem “seitas”. Portanto, do ponto de vista dele, suas crenças religiosas são um bom padrão para julgar o que constitui Cristianismo e o que não constitui. Abraço.

  2. Também sou adventista do sétimo dia e tenho muito orgulho. A biblia não é só o novo testamento, ela toda é inspiracao de Deus. Os dez mandamentos Ele mesmo escreveu…. Ele não é de duas palavras.

    • Você afirma categoricamente que Ele não é de duas palavras. Então, nos explique essas 63 contradições encontradas na Bíblia:
      http://www.tediado.com.br/10/63-contradicoes-da-biblia/
      Como essa, por exemplo:
      Deus admitiu que Ele é a causa da surdez e da cegueira (Êxodo 4:11). Contudo, Deus não aflige os homens por vontade própria (Lamentações 3:33).
      E mais esse montão de contradições, o que dizer sobre elas? http://bibliadocetico.net/contradicoes.html

      • As 63 “contradições” da Bíblia:

        1- O texto de 2 Timóteo 3:16 afirma que toda a Escritura foi inspirada por Deus, isto é, Deus é o autor da Bíblia. Porém, Isso não quer dizer que Deus ditava palavra por palavra para os cerca de 40 homens que a escreveram, embora em alguns casos isso tenha acontecido. Alguns escritores tiveram visões, sonhos e transes, e tinham a liberdade de escolher as palavras para descrever aquilo que tinham observado. Alguns dos escritores usaram até mesmo documentos em existência na época como fontes de informação (Lucas 1:1-4). Que dizer das ocasiões em que determinado escritor expressava a sua própria opinião sobre um assunto, como se deu com o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 7:6, 12, 40? No caso de Paulo, como ele não possuía um ensino direto de Cristo Jesus sobre os pontos em consideração, ele expressava a sua opinião. Porém, ele escrevia sob a direção do espírito santo, isto é, a sua opinião tinha “orientação divina”. Na realidade, embora ele não possuísse um mandamento direto de Deus, ele acabou por expressar o conceito divino sobre o assunto. Que os escritos de Paulo, que fazem parte do cânon bíblico, eram encarados como fazendo parte das Escrituras inspiradas, nota-se em 2 Pedro 3:15, 16. Portanto, embora Deus seja o autor da Bíblia, a inspiração divina não eliminou a individualidade de cada escritor, ou seja, o elemento humano. Ser a Bíblia inspirada por Deus significa que Deus ORIENTOU a escrita por meio do seu espírito.

        2- Os “gigantes”, ou nefilins, mencionados em Gênesis 6:4, eram os descendentes híbridos de anjos materializados e mulheres. O contexto de Números 13:33 nos mostra que quando doze espias israelitas exploraram a Terra Prometida, dez deles forneceram um relatório negativo sobre a terra que a nação de Israel estava para entrar (Números 13:25-33). Chegaram ao ponto de EXAGERAREM seu relatório sobre aquela terra. Esses híbridos perversos haviam sido exterminados muitos séculos antes, no Dilúvio, não sobrando nem um único descendente deles. As informações negativas (e EXAGERADAS) daqueles dez espias rapidamente espalharam o medo e o pânico entre o povo. Portanto, estes homens de estatura extraordinária, chamados de filhos de Anaque, não eram realmente nefilins, conforme relatado, mas eram apenas homens extraordinariamente altos.

        3- Quanto à aparente contradição entre Gênesis 9:3, 4 e Deuteronômio 14:7-20, deve-se examinar a quem foram dirigidas tais palavras e em quais circunstâncias se encontravam. No caso de Gênesis 9:3,4, Deus abriu uma concessão para que a humanidade (que estava se iniciando com Noé e sua família) se alimentasse de todo tipo de alimentos, até mesmo carne (antes do Dilúvio a raça humana era vegetariana, conforme Gênesis 1:29), embora se proibisse o uso do sangue. Já o relato em Deuteronômio 14:7-20, foi dado a Israel quando este estava prestes a entrar na Terra Prometida. Devido ao clima quente e seco da Palestina, o consumo de determinados alimentos poderia contribuir para a proliferação de doenças. Portanto, para SALVAGUARDAR Israel, Deus forneceu diretrizes dietéticas na Lei mosaica.

        4- Essa “contradição” é resolvida quando se considera que o relato em Gênesis 10 não se encontra em ordem cronológica. Gênesis, capítulo 10, apresenta o que costuma ser chamado de “Rol, ou tabela, das Nações”. Alista 70 famílias ou nações descendentes dos filhos de Noé, fornecendo alguns indícios sobre onde finalmente se espalharam e estabeleceram. O escritor registrou isso séculos DEPOIS do Dilúvio e da confusão das línguas em Babel. De modo que estava em condições de reunir, no que agora é o capítulo 10 de Gênesis, os pormenores sobre como as coisas “vieram a ficar no decorrer dos séculos”. Depois do capítulo 10 de Gênesis dar os pormenores sobre o “Rol das Nações”, o capítulo 11 prossegue com a narrativa ou a história cronológica com Babel, e mostra como veio a haver muitos idiomas e por que os povos se espalharam pelo globo (Gênesis 11:1-9). Portanto, as referências às diversas línguas, no capítulo 10, não devem ser entendidas como significando que estas se desenvolveram antes da confusão das línguas em Babel (Gênesis 10:5, 20, 31, 32). Mas, estas línguas foram DEPOIS encontradas entre os descendentes de Noé, cuja linhagem se fornece neste capítulo de Gênesis.

        5- Também não há contradição alguma em Êxodo 4:11 e Lamentações 3:33. Deus NÃO é o responsável por todos os casos de defeitos físicos, embora em ALGUMAS ocasiões Ele tenha causado cegueira ou mudez (Gênesis 19:11; Lucas 1:20-22, 62-64). Tais defeitos surgem devido à imperfeição humana (Jó 14:4, Romanos 5:12). Visto que Deus PERMITIU que viesse à existência uma raça humana imperfeita, fala-se Dele como “dando”, ou “designando”, o mudo, o surdo e o cego. No hebraico, a ocasião ou a permissão de um evento, ou uma situação, é muitas vezes apresentada como se fosse a causa do evento, e que até mesmo ordens positivas devem ocasionalmente ser aceitas como não significando nada mais do que uma permissão. Portanto, a questão linguística deve ser considerada, algo que ateístas e seus asseclas desconsideram.

        6- A passagem de Êxodo 4:24-26 é considerada “obscura” por eruditos bíblicos em geral. Embora ateístas e outros apregoem que a vida de Moisés estava em perigo em tal ocasião, note que a passagem NÃO diz especificamente a vida de quem estava em perigo (examine mais de uma tradução, de preferência uma que não seja paráfrase, ou “tradução livre”). Se a vida de Moisés estivesse em perigo nessa ocasião, isso iria contradizer Êxodo 3:10, por exemplo. É provável que a vida de um dos filhos de Moisés estivesse em perigo em tal ocasião. Pelo visto, Moisés deixou de circuncidar seu filho e a vida deste foi ameaçada pelo anjo que representava a Deus (Gênesis 17:14). Assim, é possível conciliar tais textos sem haver contradição alguma. O que não se deve é dogmatizar um texto considerado difícil para se entender.

        7- Novamente, NÃO há contradição alguma entre Êxodo 9:3-6 e Êxodo 9:19-21, 25. Em nenhum de tais textos menciona que “todos os animais dos egípcios” tenham morrido. Em Êxodo 9:3 menciona cavalos, jumentos, camelos, bois e ovelhas. Daí, no versículo 6 menciona que, por ocasião da quinta praga, animais de todos os rebanhos mencionados no versículo 3 foram mortos. Em outras palavras, morreram animais dentre os cavalos, jumentos, camelos, bois e ovelhas, mas não todos eles. Portanto, por ocasião da sétima praga, alguns animais que haviam sobrado foram mortos.

        8- Novamente, o exame do contexto imediato e geral da Bíblia nos ajuda a entender essa aparente discrepância. Em Êxodo 6:2, 3, lemos que os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó não conheciam o nome de Deus. Porém, “nome” nesse versículo não se refere ao nome pessoal de Deus, ao seu nome próprio, mas conhecer a pessoa representada por tal nome em ação. Deus havia se manifestado aos patriarcas na qualidade de Jeová apenas de forma limitada. Como assim? Para fins ilustrativos, peguemos o exemplo de Abrão, chamado posteriormente Abraão. Dificilmente se poderia dizer que aqueles que conheciam o homem Abrão realmente o conheciam como Abraão (que significa “Pai De uma Multidão”) enquanto ele só tinha um filho, Ismael. Quando nasceram Isaque e outros filhos, e eles começaram a ter descendentes, o nome Abraão assumiu maior significado ou importância. Assim, também, o nome Jeová assumiria então um significado ampliado para os israelitas. O que de fato ocorreu, afinal Deus se tornou o que foi necessário para libertar os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó do Egito, isto é, Ele se tornou libertador, provisor, legislador, dentre outros. Em outras palavras, embora os patriarcas conhecessem (e usassem) o nome pessoal de Deus, eles não O viram agir de acordo com o significado desse nome (“Ele faz com que venha a ser”). Não O viram como cumpridor de promessas, visto que morreram antes delas começarem a se cumprir.
        PS: O texto de Gênesis 4:26 NÃO mostra que o nome divino começou a ser pronunciado nos dias de Enos, visto que a Bíblia mostra que Eva já usava tal nome (Gênesis 4:1). Alguns eruditos em hebraico sustentam que Gênesis 4:26 devia rezar “começaram profanamente” ou “então começou a profanação”. Homens talvez tenham aplicado o nome de Jeová a si mesmos ou a outros humanos por meio de quem pretendiam chegar a Deus em adoração. Ou talvez tenham dado o nome dele a ídolos.

        9 – Êxodo 20:4 proíbe a fabricação de imagens para fins religiosos. O que se condena alí é o uso idólatra de imagens ou esculturas. Porém, nem toda escultura é um ídolo. A Lei de Deus sobre não fazer imagens não excluía a fabricação de todas as representações e estátuas. Usavam-se figuras de querubins para decorar o tabernáculo no deserto e o templo de Salomão em Jerusalém (Êxodo 25:18). Esses querubins representavam criaturas angélicas. Eles indicavam a presença real de Jeová, por isso se dizia que Jeová, de modo representativo, estava “sentado sobre os querubins” (1 Samuel 4:4; 2 Reis 19:15). Desta maneira, Deus incutiu no sumo sacerdote em serviço na nação, que “era o único que tinha permissão de entrar uma vez por ano no Santíssimo”, que Ele, como Deus, era o Governante de Israel. As outras representações de querubins, no interior do tabernáculo e do templo, “eram vistas apenas pelos sacerdotes oficiantes”. De modo que eles também ficavam profundamente impressionados com a presença divina. Porém, tais esculturas NÃO podiam ser objetos de veneração por parte do povo, porque “o povo em geral não via os querubins, e assim não era induzido a tratá-los de maneira idólatra” (Números 4:4-6, 17-20). Em vez de incentivar a idolatria, essas representações de querubins lembravam constantemente ao sacerdócio de Israel a sua relação com Aquele que exige devoção exclusiva (Deuteronômio 6:13-15).

        10 – Para conciliar Êxodo 20:13 com Números 31:7, devemos examinar quais as palavras usadas no idioma original, isto é, o hebraico. As palavras da língua original traduzidas variavelmente por “matar”, “assassinar” e “golpear” referem-se a tirar uma vida, determinando o contexto ou outros textos se está envolvido tirar a vida de outra pessoa de modo deliberado e não-autorizado, ou ilícito. Por exemplo, no mandamento: “Não deves assassinar”, a palavra hebraica para “assassinar” (ratsáhh) aqui se refere claramente à matança deliberada e ilícita. Mas, em Números 35:27, o mesmo termo denota um ato que o vingador de sangue estava autorizado a realizar. O mesmo se dá em Números 31:7. Tirar a vida dos homens de Midiã não era uma matança ilícita. Portanto, a ordem: “Não deves assassinar” em Êxodo 20:13, tem de ser entendida na estrutura da inteira Lei mosaica, que autorizava que, sob certas circunstâncias, como no caso da execução de criminosos, se tirasse a vida humana.

        11 – NÃO há contradição alguma entre Êxodo 20:15 e Êxodo 3:21, 22. O último texto NÃO diz que os israelitas roubaram os egípcios, mas que os israelitas não sairiam do Egito de mãos vazias, pois haviam sido escravos por uns 200 anos ali. Portanto, Deus faria que os de Israel fossem favorecidos pelos egípcios, que lhes entregaria determinados objetos (o que de fato aconteceu, conforme relata Êxodo 12:35, 36). Portanto, os despojos eram os salários que os israelitas deveriam ter recebido enquanto eram escravos no Egito.

        12 – Examinando o contexto de 1 Reis 22:22, notamos que tal texto NÃO contradiz o mandamento em Êxodo 20:16. Profetas mentirosos asseguraram ao rei Acabe, do Reino Setentrional de Israel, êxito na guerra contra a cidade de Ramote-Gileade, ao passo que o profeta Micaías, predisse o desastre. Conforme revelado numa visão a Micaías, Deus “permitiu” que uma criatura espiritual se tornasse “um espírito enganoso” na boca dos profetas de Acabe. Quer dizer, esta criatura espiritual usou os seus poderes sobre eles de modo que não falaram a verdade, mas sim o que eles mesmos queriam dizer e o que Acabe queria ouvir deles. Embora avisado de antemão, Acabe preferiu ser enganado por essas mentiras e pagou com a vida. Assim sendo, Deus PERMITIU que aqueles profetas proferissem o que Acabe queria ouvir. Em contraste com Acabe, que preferia ouvir mentiras, Êxodo 20:16 proíbe a mentira maldosa, a qual visa prejudicar outrem.

        13 – De acordo com Levítico 19:15, os anciãos, que agiam como juízes de Israel, deviam ser imparciais nos julgamentos. Já em Mateus 7:1, Jesus estava incentivando seus seguidores a não imitarem os líderes religiosos do I século, que tinham a tendência de prejulgarem as pessoas comuns. Novamente, NÃO há contradição. Fala-se de pessoas diferentes, em contextos históricos diferentes.

        14 – A palavra hebraica traduzida por arrepender, deplorar, lamentar, em Gênesis 6:6, Êxodo 32:14, I Samuel 15:11, 29, 35 e Jonas 3:10, é nahhám, e, assim como muitas outras palavras, ela tem diversos sentidos. A palavra significa ‘tomar um fôlego de alívio’. Sendo assim, tem que ver com uma ‘mudança de atitude’, ‘mudança de ideia’. Quando a palavra é traduzida ‘arrepender-se’, como é frequentemente a respeito de Deus, significa ‘mudança de ideia ou intenção’. No caso de Gênesis 6:6, por exemplo, a ideia é que Deus havia mudado de atitude mental: Mudou da atitude de Formador ou Criador dos homens para a de destruidor deles, por causa do seu forte desagrado. Para ilustrar isso: Certo pai talvez dê ao seu filho um automóvel, mas se o filho o usar mal, entrar em dificuldades por causa da velocidade e assim por diante, o pai talvez “lamente” isso e tire o automóvel do filho. Mudou de ideia, mas não necessariamente cometeu um engano. O filho é quem cometeu o engano e fez o que era errado. O filho poderia ter mostrado apreço e assim dado alegria ao pai por usar o automóvel de modo sábio. Esta “deploração” da parte de Deus age em dois sentidos, conforme mostra a Bíblia. Se as suas criaturas falham no propósito que tem para com elas, ele o deplora e elas incorrem na sua ira. Mas quando Deus se propõe punir algumas de suas criaturas por causa de seu proceder errado e elas o lamentam, se arrependem de seus pecados e ainda não atingiram o ponto sem retorno, então Deus mudará de atitude mental para com elas e lhes mostrará misericórdia; sentirá lástima. Portanto, em vez de causar aflição ou mais aflição a elas, dar-lhes-á alívio. Portanto, quando encontramos textos que dizem que Deus se arrepende ou não se arrepende na Bíblia, devemos entender isso como se aplicando a certos casos específicos. Por exemplo, quando o rei Saul se mostrou infiel, o profeta Samuel lhe disse que Deus não lamentaria, ou não mudaria de ideia, quanto a rejeitá-lo como rei. Porém, quando Deus decretou a destruição dos ninivitas por causa de sua grande maldade e estes se arrependeram sinceramente em vista da pregação de Jonas, Deus lamentou, ou mudou de ideia, de atitude mental para com eles, não causando a destruição que ia causar (Jonas 3:8-10). Para mais informações, veja no site https://www.jw.org/pt/ensinos-biblicos/perguntas/deus-muda-de-ideia/

        15 – De acordo com Números 23:19, Deus é totalmente confiável. Se ele faz uma determinada promessa, ele cumprirá. Não é como os homens que descumprem promessas. Já 1 Reis 22:20-30, Ezequiel 14:9 e 2 Tessalonicenses 2:11, 12 já foram comentados nos pontos 5 e 12. No hebraico, a ocasião ou a permissão de um evento, ou uma situação, é muitas vezes apresentada como se fosse a causa do evento, e que até mesmo ordens positivas devem ser aceitas como significando uma permissão. Assim, Deus “enganou” no sentido de que PERMITIU que outrem fosse enganado. Portanto, não há contradição alguma.

      • 16 – Examinemos a aparente contradição geográfica mencionada entre Números 33:38 e Deuteronômio 10:6, 7. Em Deuteronômio 10:6 faz-se referência a Beerote Bene-Jaacã, em conexão com Moserá. Entretanto, o relato em Deuteronômio alista a direção da viagem de Israel em ordem inversa do relato de Números, declarando que “os filhos de Israel partiram de Beerote Bene-Jaacã para Moserá”. Em vista dos muitos anos passados no deserto, é possível que os israelitas passassem duas vezes por esta região. Talvez tivessem de voltar pelo mesmo caminho por um curto trecho e revisitar alguns dos lugares pelos quais haviam passado, porém em sentido inverso. Deve-se notar que o registro de Deuteronômio 10:6 refere-se à morte de Arão logo depois de mencionar a parada de Moserá, ao passo que o relato de Números 33:31-39 descreve os israelitas viajando para Eziom-Geber e então para o NO, para Cades, antes de tratar do assunto da morte de Arão. Isto, junto com o longo período de anos envolvidos, certamente permitiria um retorno pelo caminho, se fosse o caso. Quanto à localização do monte Hor, ele ficava perto de Moserá, na fronteira de Edom. Observe um dos possíveis caminhos percorridos pelos israelitas após o êxodo neste link https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-B/B3-O-%C3%8Axodo-do-Egito/

        17 – Ao invés de ser uma contradição, os textos de Deuteronômio 6:5 e Deuteronômio 6:13 são complementares. Embora “temor” signifique uma expectativa de dano ou de dor, em geral uma emoção dolorosa, caracterizada por pavor, intranquilidade, pode também significar um calmo reconhecimento ou consideração de qualquer coisa que possa prejudicar ou causar dano, reconhecimento este que motiva a pessoa a exercer razoável cautela e previsão inteligente. A Bíblia mostra que existe um temor apropriado e um temor incorreto. Portanto, o temor pode ser salutar, levando a pessoa a agir com a devida cautela diante de perigo, evitando assim o desastre, ou pode ser mórbido, destruindo a esperança e minando a capacidade de resistência nervosa da pessoa, chegando ao ponto de causar a morte. O temor a Deus é salutar; trata-se de admiração reverente, uma profunda reverência pelo Criador, e um pavor salutar de desagradá-lo. Este temor de incorrer no desagrado de Deus resulta do apreço pelo seu amor leal e bondade, junto com a conscientização de que Ele é o Juiz Supremo e o Onipotente, com poder de infligir punição ou morte aos que lhe desobedecem. O temor a Deus é na realidade uma demonstração do quanto amamos a Ele. Em outras palavras, quem não teme a Deus não O ama.

        18 – Chega a ser cômico afirmar que os textos de Deuteronômio 10:1, 2, 4 e Êxodo 34:27, 28 se contradizem. Basta examinarmos o contexto de tais palavras para chegarmos à conclusão correta. Deuteronômio 10:1, 2, 4 fala especificamente dos Dez Mandamentos, ou Decálogo, que foram escritos pelo “dedo de Deus”, isto é, seu espírito santo (Mateus 12:28, Lucas 11:20). Já o texto de Êxodo 34:27, 28 refere-se a Moisés escrever todo o conteúdo encontrado no livro de Êxodo, especialmente as outras diretrizes mencionadas no livro (tais como as mencionadas nos versículos 17-26 do mesmo capítulo de Êxodo), seguido no versículo 28 pela injunção de que Ele (no caso Deus, por meio do seu espírito) escreveu os Dez mandamentos nas duas tábuas de pedra. Assim sendo, basta examinarmos TODO o relato para chegarmos à conclusão correta.

        19 – Josué 8:28 mostra que a cidade de Ai foi destruída por Josué e que continuou sem ser reconstruída até a época em que o livro de Josué foi escrito (por volta do século XV a.C.). Mas Neemias 7:32 mostra que a cidade, ou parte dela, havia sido reconstruída e estava sendo habitada nos dias de Neemias, no V século a.C. Além disso, de acordo com Sir Frederic Kenyon: “A transferência do nome de um sítio arruinado ou abandonado para outro próximo é fenômeno comum na Palestina.” [The Bible and Archaeology (A Bíblia e a Arqueologia), 1940, p. 190]. Assim, uma das possibilidades é que se tenha formado uma comunidade em outro lugar que tenha recebido o nome da antiga cidade de Ai. Isso explicaria porque Neemias 7:32 menciona “homens de Ai” tendo voltado do exílio babilônico.

        20 – Vamos considerar alguns trechos da Bíblia que falam sobre a cidade de Debir nos dias de Josué. Aparentemente, há dois relatos a respeito da primeira conquista de Debir por Israel, como parte das operações militares de Josué. O primeiro relato registra simplesmente a destruição da população de Debir (Josué 10:38, 39). O segundo, em Josué 11:21-23, é provavelmente uma recapitulação da mesma conquista (visto que o versículo 18 se refere aos “muitos dias que Josué travou guerra com todos estes reis”), ao mesmo tempo fornecendo a informação adicional de que Josué “destruiu os anaquins de Debir” e de outras cidades. Esta informação suplementar talvez tenha sido incluída para mostrar que mesmo os anaquins, de elevada estatura, que haviam infundido tanto medo no coração dos espias de Israel mais de 40 anos antes, não se mostraram invulneráveis. Porém, parece que os anaquins se estabeleceram novamente na cidade de Debir, talvez vindo da costa filisteia (Josué 11:22), enquanto Israel estava temporariamente no seu campo em Gilgal ou enquanto guerreava no Norte (Josué 10:43-11:15). Embora as campanhas iniciais de Josué tivessem servido para subjugar a resistência unificada das forças inimigas na terra de Canaã, demolindo rapidamente todas as principais fortalezas, este tipo de campanha militar não permitia o estabelecimento de guarnições para garantir a posse de todas as cidades destruídas. Assim, fez-se uma segunda conquista ou “operação de limpeza” em Debir, por Otniel, a quem, por ter-se distinguido na conquista da cidade, foi dada como esposa Acsa, a filha do veterano guerreiro Calebe (Josué 15:13-19; Juízes 1:11-15). Não se pode determinar com exatidão quando, na história de Israel, ocorreu esta segunda conquista. O livro de Juízes começa com a frase “depois da morte de Josué”, e então segue o relato da captura de Debir, por Calebe (Juízes 1:11-15). Isto, de acordo com alguns, faria com que a conquista de Debir, por Judá, fosse um acontecimento posterior à morte de Josué e significaria que o relato similar, encontrado em Josué 15:13-19, fosse um acréscimo posterior ao livro que leva o nome de Josué. Contudo, outros consideram Juízes 1:1 apenas como introdução formal para ligá-lo ao livro de Josué, argumentando que dificilmente Calebe esperaria anos, até que Josué morresse, para só depois desalojar os anaquins da sua propriedade prometida. Assim, consideram o relato de Juízes como repetição do fornecido em Josué. Portanto, considerando todos os pormenores, eliminamos aparentes contradições. Isso NÃO é feito pelos críticos da Bíblia.

        21 – Novamente, temos o caso de textos complementares, ao invés de contraditórios. Devido à animosidade que Amaleque tinha para com Israel, no período dos reis, Deus “ajustou contas” com os amalequitas, ordenando que o Rei Saul os abatesse, o que ele fez, “desde Havilá até Sur, que está defronte do Egito” (note a localização desses amalequitas que foram mortos nos dias de Saul). No entanto, Saul, infringindo a ordem divina, poupou Agague, rei deles. Posteriormente, algumas das incursões de Davi incluíam “povoados” amalequitas, e, quando estes, por sua vez, atacaram Ziclague e levaram as esposas e os bens de Davi, este e 400 homens foram no encalço deles, recuperando tudo o que havia sido roubado (1Samuel 27:8; 30:1-20). No reinado de Ezequias, alguns da tribo de Simeão aniquilaram o restante dos amalequitas (1Crônicas 4:42, 43). A pergunta é: Onde está a contradição?

        22 – De acordo com 1 Samuel 16:10, 11 e 1 Samuel 17:12, Jessé teve “oito filhos”, sendo Davi o mais jovem. Porém, 1 Crônicas 2:13-15 diz que Jessé teve “sete filhos”. Qual é o correto? Os dois textos estão corretos. Pelo visto, um dos filhos de Jessé não viveu o bastante para se casar e ter filhos. Não tendo descendentes, não podia reivindicar uma herança tribal nem seria relevante aos registros genealógicos da linhagem de Jessé. Por que podemos concluir isso? Examinemos os dias de Esdras, escritor de 1 Crônicas (que omite o nome de um dos filhos de Jessé no registro genealógico em 1 Crônicas 2:13-15). Em quais circunstâncias Esdras compilou Crônicas? O exílio em Babilônia havia terminado cerca de 77 anos antes, e os judeus se encontravam restabelecidos na sua terra. O rei da Pérsia havia autorizado Esdras a nomear juízes e instrutores da Lei de Deus e a embelezar o templo reconstruído por Zorobabel. Havia necessidade de listas genealógicas precisas para confirmar as heranças tribais e garantir que apenas os autorizados servissem no sacerdócio. De modo que Esdras preparou um relato abrangente da história da nação, incluindo um registro claro e confiável da linhagem de Judá e de Davi. O nome do filho de Jessé que faleceu sem ter filhos não era relevante. Por isso, Esdras omitiu o nome.

        23 – De acordo com 1 Samuel 15:35, Samuel nunca mais viu Saul após este ter desobedecido às instruções de Deus (transmitidas por intermédio de Samuel) no caso de Agague. Como Samuel era o principal representante de Deus na época e Jeová falava por meio desse profeta, conclui-se que Saul foi cortado de toda comunicação com Deus. Mesmo quando Saul indagou de Deus por meio de sonhos, do Urim e de outros profetas, Jeová não lhe respondia (1 Samuel 28:6). Desesperado por esse “corte na comunicação” com Deus, Saul recorreu à uma necromante, algo condenado na Lei que Deus deu a Israel (Deuteronômio 18:10-12). É sobre essa consulta à uma pessoa que “invocava espíritos”, que se menciona em 1 Crônicas 10:13, 14, que Saul não consultou a Deus. Em vez de consultar a Deus, como tentou fazer nas outras vezes, Saul recorreu a um meio antibíblico por procurar ajuda de uma médium.

        24 – Não há contradição em 1 Samuel 31:4-6, 2 Samuel 1:8-10 e 2 Samuel 21:12. O relato em 1 Samuel, capítulo 31, mostra que Saul estava lutando contra os “filisteus” (1 Samuel 31:1). Como Saul foi gravemente ferido pelos “filisteus” em tal batalha, 2 Samuel 21:12 credita a morte de Saul aos filisteus (os filisteus impuseram derrota não só a Saul, mas a todo o Israel nessa ocasião), embora este tenha cometido suicídio (1 Samuel 31:4-6). Quanto ao relato em 2 Samuel 1:8-10, não precisamos concluir precipitadamente que o homem amalequita tinha matado, de fato, o rei Saul. As palavras de Davi, em 2 Samuel 1:16, mostram que o homem pode ter mentido para conseguir o favor de Davi (Saul era inimigo de Davi). Davi está se isentando de qualquer culpa pela morte daquele homem, caso ele não tivesse matado Saul como havia afirmado.

        25 – A diferença no número de cavaleiros, em 2 Samuel 8:4 e 1 Crônicas 18:4, pode ter surgido por erro de escriba. Na Septuaginta grega, ambas as passagens indicam 1.000 carros e 7.000 cavaleiros capturados, de modo que 1 Crônicas 18:4 talvez preserve a versão original.

        26 – No conflito mencionado no contexto de 2 Samuel 10:18 e 1 Crônicas 19:18, foram mortos 40.000 cavaleiros sírios. Talvez, a fim de escapar através de terreno escarpado, estes cavaleiros tivessem desmontado e assim fossem mortos como soldados de infantaria. Isto explicaria por que são chamados de “cavaleiros” em 2 Samuel 10:18 e de “homens a pé” em 1 Crônicas 19:18. A diferença no número de sírios, condutores de carros, mortos na batalha, usualmente é atribuída a um erro de escriba, considerando-se correto o número menor de 700 condutores de carros.

        27 – Como conciliar as discrepâncias numéricas em 2 Samuel 24:9 e 1 Crônicas 21:5? Embora pudesse envolver erro de escriba, é sábio não concluir isso precipitadamente. As duas narrativas talvez tenham calculado os números de ângulos diferentes. Por exemplo, é possível que os membros do exército permanente e/ou seus oficiais fossem contados ou omitidos. Também, diferentes métodos de cálculo podem ter resultado numa variação no registro de certos homens, quer dizer, quanto a se estavam sob Israel ou sob Judá. 1 Crônicas 21:6 menciona que Levi e Benjamim não foram registrados entre eles, ao passo que não há tal menção no relato em 2 Samuel, o que também sugere, por isso, tal variação.

        28 – O relato em 2 Samuel 24:1 NÃO identifica quem instigou Davi a fazer o censo, embora 1 Crônicas 21:1 diga que foi “Satanás” que instigou Davi a fazer o registro. Poderia ter sido Satanás, Deus ou até mesmo um humano, um opositor (a palavra hebraica satán significa “opositor”). Assim, seria possível que aquele que induziu Davi a optar pelo proceder calamitoso tenha sido um conselheiro humano mau. Além disso, alguns comentaristas consideram que o “ele” que instigou Davi a fazer o recenseamento foi o próprio Deus. Sua ‘ira contra Israel’, segundo este conceito, acendeu-se antes do recenseamento e se devia às recentes rebeliões deles contra Jeová e seu rei designado, Davi, quando seguiram primeiro o ambicioso Absalão e depois o imprestável Seba em oposição a Davi (2 Samuel 15:10-12; 20:1, 2). Tal ponto de vista poderá ser harmonizado com o conceito de que Satanás ou algum conselheiro humano mau instigou Davi, se a instigação for encarada como algo que Jeová propositadamente PERMITIU, como por remover sua proteção ou sua mão restritiva. Portanto, não há como ser dogmático quanto a isso. Mesmo que tenha sido Deus que tenha instigado Davi a fazer o registro, isso só ocorreu por PERMISSÃO divina. Em outras palavras, Deus não o causou (Observe os pontos 5, 12 e 15 acima).

        29 – Quanto pagou Davi pelo terreno, onde se construiu um altar, como meio de acabar com o flagelo provocado pelo censo que Davi fez do povo? Pelo visto, Araúna, ou Ornã, proprietário do terreno, ofereceu o lugar, junto com o gado e os implementos de madeira para o sacrifício, sem qualquer custo. Mas, Davi insistiu em pagar, e 2 Samuel 24:24 mostra que ele comprou a eira e o gado por 50 siclos de prata. Entretanto, 1 Crônicas 21:25 fala de Davi pagar 600 siclos de ouro pelo lugar. Parece que o escritor de 2 Samuel só tratou da compra do lugar do altar e dos materiais para o sacrifício feito na ocasião, e que o preço que menciona só se restringia a essas coisas. O escritor de 1 Crônicas, ao contrário, considera os assuntos relacionados com o templo construído mais tarde naquele lugar, e ele associa a compra com esta construção (1 Crônicas 22:1-6; 2 Crônicas 3:1). Visto que a inteira área do templo era bastante grande, parece que a soma de 600 siclos de ouro referia-se à compra desta grande área, em vez de à pequena parte necessitada para o altar primeiro construído pelo Rei Davi.

        30 – Os relatos em 2 reis 23:29, 30 e 2 Crônicas 35:20-25 são complementares, não contraditórios. O relato em 2 Cônicas 35:23 relata que Josias foi “seriamente feriado”. Visto que o ferimento foi mortal, 2 Reis 23:29, 30 considera a morte de Josias como tendo ocorrido a partir do momento em que ele foi ferido mortalmente.

        31 – Novamente, não há contradição entre 2 Reis 25:19, 20 e Jeremias 52:25, 26. Os sete conselheiros do rei mencionados no relato de Jeremias são omitidos em 2 reis 25:19, 20. Desnecessário esses dois textos estarem inclusos em uma lista que visa mostra “contradições” da Bíblia.

      • 49 – Novamente, não temos nenhuma contradição entre Mateus 8:26 e Marcos 2:14; 4:39. Grande parte dos relatos evangélicos não está registrado em ordem cronológica. Isso já foi comentado no ponto 45.

        50 – Isso também já foi comentado, em parte, no ponto 44. O Evangelho de Mateus relata que, depois de proferir o Sermão do Monte, Jesus entrou em Cafarnaum, onde “veio ter com ele um centurião, implorando-o” que curasse seu escravo (Mateus 8:5-13). Porém, o relato paralelo de Lucas 7:1-10, diz que o centurião “enviou a Jesus alguns anciãos dos judeus, para lhe pedir que viesse curar o seu criado”. Qual é o relato correto? Os dois estão certos. Vamos lembrar aquela regra bíblica que foi mencionada no ponto 44? “Os que representam outro podem falar e/ou ser aludidos ou referidos como se fossem a pessoa por eles representada”. A que conclusão chegamos? A resposta, obviamente, é que o centurião enviou anciãos dos judeus como seus REPRESENTANTES. Mateus que o próprio homem suplicou a Jesus por que, na realidade, o homem pediu isso a Jesus POR MEIO dos anciãos judeus. Os anciãos serviram de porta-vozes dele.

        51 – Neste caso, é falta de leitura mesmo concluir que há contradição entre Mateus 9:18 e Lucas 8:41, 42. No relato de Lucas 8:41, 42, o evangelista (não Jairo) diz que a filha de Jairo “estava morrendo”. Assim, quando Jairo foi procurar Jesus, sua filha ainda estava viva. O relato paralelo, em Mateus 9:18, mostra que o próprio Jairo concluiu, ao encontrar Jesus, que sua filha provavelmente “já estava morta”. A pergunta é: Onde está a contradição?

        52 – Comparando o que Mateus 10:10 diz com Marcos 6:8 nos leva a uma aparente contradição. A situação parece piorar quando lemos o relato paralelo em Lucas 9:3. De acordo com Marcos, foi dito aos apóstolos que levassem um bastão e que amarrassem sandálias, mas o registro de Lucas diz que não deviam levar nada, nem mesmo um bastão. Diferentemente de Marcos, Lucas não menciona sandálias. Para entender o que Jesus queria dizer naquela ocasião, note uma expressão em comum entre esses três Evangelhos. Em tais relatos foi dito aos apóstolos que não usassem ou não tivessem “duas peças de roupa interior”. É provável que cada apóstolo estivesse usando uma peça de roupa interior. Assim, não deviam levar mais uma para a viagem. Também usavam sandálias. Marcos destacou a necessidade de usar sandálias, as que já tinham nos pés. E os bastões? De acordo com a Enciclopédia Judaica: “Parece que era costumeiro entre os antigos hebreus levar também um bastão” (Gênesis 32:10). Marcos mencionou que os apóstolos ‘não deviam levar nada para a viagem’ a não ser o bastão que tinham quando Jesus deu a ordem. De modo que os evangelistas enfatizaram a instrução de Jesus de não se preocuparem em adquirir itens adicionais para a viagem. Esse ponto também foi enfatizado por Mateus, que ouviu a ordem de Jesus naquela ocasião e a registrou em Mateus 10:9, 10. Que dizer das sandálias e dos bastões que os apóstolos usavam? Jesus não lhes dizia que se desfizessem do que já possuíam, mas que não adquirissem mais dessas coisas. Por que lhes deu essa ordem? Porque “o trabalhador merece o seu alimento”. Essa era a essência da ordem de Jesus, em harmonia com a sua exortação, no Sermão do Monte, de que não deviam ficar ansiosos quanto ao que iriam comer, beber ou vestir (Mateus 6:25-32). Portanto, os relatos são complementares.

        53 – Os textos citados, que aparentemente se contradizem, devem ser examinados no quesito TEMPO. Quando é/será o TEMPO para Jesus julgar? Por que Jesus não podia julgar ninguém em determinadas situações, lá no I século? Quando os santos julgarão o mundo? É óbvio que Jesus e os santos não podem fazer determinados julgamentos antes do TEMPO para se fazer isso.

        54 – Novamente, percebemos o toque individual de cada escritor da Bíblia, principalmente dos evangelistas. Mateus 17:1, 2 diz que a transfiguração ocorreu “seis dias” após Jesus proferi-la. Porém, Lucas 9:28, 29 diz que Jesus foi transfigurado “oito dias” após Jesus ter predito a transfiguração. Qual relato está certo? Os dois. Na realidade, a transfiguração ocorreu “seis dias” depois que Jesus fez a profecia. Porém, Lucas incluiu dois dias a mais: o dia em que a promessa foi feita e o dia de seu cumprimento. Simples, não?

        55 – Essa aparente contradição também já foi comentada em parte no ponto 50. Em Marcos 10:35-37, lemos que os filhos de Zebedeu, Tiago e João, se aproximaram de Jesus pedindo-lhe que lhes concedesse lugares de honra no Reino. No entanto, Mateus 20:20, 21 relata que este pedido feito a Jesus foi realmente feito pela “mulher de Zebedeu com os seus filhos. Qual é o relato correto? Os dois. É evidente que foram os dois filhos de Zebedeu que fizeram o pedido, conforme Marcos declara. Mas fizeram tal pedido POR MEIO da sua mãe, conforme Mateus diz. Ela era porta-voz deles. Isso é apoiado pelo relato de Mateus, de que, quando os outros apóstolos souberam o que a mãe dos filhos de Zebedeu tinha feito, ficaram indignados, não com a mãe, mas “com os dois irmãos” (Mateus 20:24).

        56 – Mateus fala sobre dois cegos curados por Jesus, ao passo que Marcos e Lucas mencionam apenas um (Mateus 20:29-34; Marcos 10:46; Lucas 18:35). Visto que a palestra de Jesus, em cada caso, se dirigia especialmente a uma só pessoa, Marcos e Lucas não mencionam que havia outro cego presentes. Contudo, a narrativa evangélica de Mateus não é inexata por fornecer estes pormenores.

        57 – Temos aqui um caso similar ao anterior (ponto 56). Marcos 11:7, Lucas 19:35 e João 12:14, 15 indicam que Jesus montou num jumentinho, ou jumento novo, mas eles não fazem menção da presença duma jumenta mais velha. No entanto, Mateus 21:7 escreve que os discípulos “trouxeram a jumenta e seu jumentinho, e colocaram sobre estes as suas roupas exteriores, e ele se sentou nelas”. Obviamente, Jesus não se sentou em dois animais, mas nas roupas deitadas sobre o jumentinho. Evidentemente, por ele não montar a jumenta, mas, antes, seu jumentinho, Marcos, Lucas e João não mencionam a presença da jumenta nos seus relatos. Novamente, não temos uma contradição, apenas uma omissão.

        58 – Novamente, temos o dilema dos pontos 45 e 49, isto é, o fato de os evangelhos não estarem em uma ordem estritamente cronológica.

        59 – Não há nenhuma contradição. A conclusão é que a figueira se secou assim que Jesus a amaldiçoou, isto é, em 10 de nisã. Porém, os discípulos só viram a figueira seca no outro dia, em 11 de nisã. Observe novamente o link abaixo:
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/apendice-a/ultimos-dias-ministerio-jesus-ultima-ceia/

        60 – Qualquer estudante da Bíblia sabe que alguns personagens bíblicos possuem mais de um nome. Portanto, não teria problema nenhum Jeoiada ter outro nome, no caso Baraquias. A conclusão mais lógica é que Baraquias é o mesmo que Jeioada, pai de Zacarias (2 Crônicas 24:20-22). Isso por que o livro das Crônicas está alistado em último lugar no cânon tradicional judaico, tornando assim Abel o primeiro e Zacarias o último homem justo registrado nas Escrituras Hebraicas (ou “Velho Testamento”) como tendo sido assassinado. De acordo com 2 Crônicas 24:21, Zacarias foi assassinado no pátio do templo. O altar de ofertas queimadas estava no pátio interior, do lado de fora e diante da entrada do templo. Isto corresponderia à localização, feita por Jesus, desse incidente como “entre o santuário e o altar”.

        61 – Não há contradição alguma entre o que Jesus mencionou em Mateus 13:34, 35 e no que o mesmo mencionou em Lucas 14:26. Em Mateus 13:34, 35 Jesus fala sobre o sinal que identificaria os seus verdadeiros seguidores, isto é, o amor abnegado que existiria entre eles. Já em Lucas 14:26 Jesus mostrou o eu estava envolvido em ser discípulo dele. Jesus queria dizer que seus seguidores tinham de amar seus familiares menos do que amavam a Deus. Deus teria que ter primazia na vida de um cristão.

        62 – Segundo Marcos 15:17 e João 19:2, os soldados cobriram Jesus com uma roupa púrpura. Mas Mateus 27:28 chamou-a de “manto escarlate”, destacando a cor vermelha. Visto que a púrpura é qualquer cor que tenha por componentes tanto o vermelho como o azul, Marcos e João concordam em que o manto tinha coloração vermelha. O reflexo da luz e o fundo podem ter dado diferentes nuanças à roupa, e os escritores dos Evangelhos mencionaram a respectiva cor que se destacava mais para eles, ou para aqueles de quem obtiveram a informação. A pequena variação mostra a individualidade dos escritores e prova que não houve conluio entre eles. Este link pode ajudá-lo a ver que isso é possível:
        http://www.e-farsas.com/qual-sera-a-cor-do-vestido-azul-ou-branco.html

        63 – Temos aqui o mesmo caso mencionado nos pontos 56 e 57. Os evangelistas Mateus e Lucas “omitem” que o galo cantou “duas vezes” como nos mostra o evangelho de Marcos. Não se trata de contradição, mas de omissão.

      • 32 e 33 – Tanto Esdras como Neemias alistam o número de pessoas de várias famílias ou casas que voltaram do exílio de Babilônia junto com Zorobabel. Os relatos se harmonizam em fornecer 42.360 como o total dos exilados que voltaram, fora os escravos e cantores (Esdras 2:64; Neemias 7:66). No entanto, há variações nos números dados para as famílias ou casas individuais. Em ambas as listas, os números individuais somam um total bem inferior a 42.360. Muitos estudiosos atribuiriam tais diferenças a erros dos escribas. Ao passo que este aspecto não pode ser inteiramente rejeitado, há outras possíveis explicações das variações. Talvez aconteceu que Esdras e Neemias basearam suas listas em fontes diferentes. Por exemplo, Esdras poderia ter usado um documento que alistava os que se inscreveram para voltar ao seu país natal, ao passo que Neemias poderia ter copiado de um registro que alistava os que realmente voltaram. Daí, também, havia sacerdotes que não conseguiram estabelecer sua genealogia (Esdras 2:61-63; Neemias 7:63-65), e outros israelitas talvez tenham enfrentado o mesmo problema. Estes talvez não tenham sido alistados nos grupos familiares, mas poderiam ter sido incluídos no total. Assim, as 42.360 pessoas poderiam ser o total geral do número de cada família e de muitos outros que não conseguiram estabelecer sua ascendência. Mais tarde, contudo, alguns talvez tenham podido estabelecer sua genealogia correta. Isto poderia explicar como uma flutuação nos números talvez ainda desse o mesmo total. Portanto, não precisamos concluir que se trata de uma contradição. Existem possibilidades que não devem ser descartadas. Porém, tais possibilidades são descartadas pelos críticos que têm preguiça de pensar.

        34 – O planeta Terra durará para sempre (Salmo 37:9-11, 29; Salmo104:5; Eclesiastes 1:4). Em 2 Pedro 3:7, 10, céu e terra não se referem aos “literais céus e terra”. Como sabemos disso? Por examinar o “contexto”. Os versículos 5 e 6 fazem um paralelo com o Dilúvio dos dias de Noé. Naquela ocasião, um mundo antigo foi destruído, embora nosso planeta não tenha deixado de existir. A “terra” que acabou foi a sociedade violenta daquela época (Gênesis 6:11) O Dilúvio também destruiu os “céus”, isto é, as pessoas que governavam aquela sociedade. Da mesma forma, 2 Pedro 3:7 prediz a destruição definitiva, como que por fogo, de uma sociedade perversa e de seus governos corruptos.
        PS: Em Hebreus 1:10, 11, o escritor cita do Salmo 102:25-27. De acordo com o “contexto”, o salmista contrasta a eternidade de Deus com os literais céus e terra. A Terra e os céus são perecíveis, isto é, eles poderiam ser destruídos, se esse fosse o propósito de Deus. Em contraste com isso, Deus não pode morrer. As criações físicas continuam ‘estabelecidas para sempre’ apenas porque Deus as mantém por meio de leis físicas estabelecidas. Se Deus não renovasse constantemente as criações físicas, por meio dos ciclos naturais, então ‘elas se gastariam como a roupa’ (Salmo 102:26). Portanto, esse texto poético não fala sobre a durabilidade da Terra, mas sobre a eternidade de Deus em contraste com as criações físicas, que são perecíveis (II Lei da Termodinâmica).

        35 – Embora um exame superficial de Levítico 1:1-9 e Jeremias 7:22 possa levar alguns a encararem isso como uma contradição, a chave para se entender Jeremias 7:22 se encontra em textos como 1 Samuel 15:22. Deus não queria que Israel prestasse um serviço sagrado proforma a Ele, pois as motivações estavam envolvidas. A adoração mecânica prestada pelos israelitas no VIII século a.C. foi condenada por Deus (Isaías 1:10-15). Quando Deus salvou Israel da opressão do antigo Egito, ele não destacou, como sendo de importância primária, que se lhe fizessem ofertas de sacrifícios animais. O que Deus exigia primariamente de seu povo era a obediência. De nada adiantaria oferecerem sacrifícios se não fossem obedientes ao Deus que professavam adorar.

        36 – Novamente, os “argumentos” falham por não se examinar o CONTEXTO. Em Ezequiel 18:20, assim como em Deuteronômio 24:16, enfatiza-se a “responsabilidade individual”. Deve-se ter em mente que tais orientações se dirigiam aos juízes israelitas que julgavam questões legais. Eles deviam lidar com cada homem à base de sua própria conduta, conforme comprovada pelos fatos. Já o texto de Êxodo 20:5 reconhece o fato de que o erro de uma pessoa pode ter consequências sobre seus descendentes. O contexto mostra que o assunto era a idolatria. A história registrada na Bíblia nos mostra que a nação de Israel sofreu as consequências de ter se voltado para a idolatria ao longo das gerações posteriores. Até mesmo israelitas fiéis sentiram os efeitos disso, pois era difícil para eles manter a integridade devido ao clima de rebelião religiosa que os rodeava.
        PS: Romanos 5:12 está relacionado com a lei da hereditariedade. É impossível um casal gerar um ser humano perfeito se os seus genes são imperfeitos. O mesmo é mencionado em Jó 14:4.

        37 – A diferença entre quase todos os nomes na genealogia de Jesus registrada por Lucas em comparação com a apresentada por Mateus é prontamente resolvida pelo fato de que Lucas traçou a linhagem de Jesus através de Natã, filho de Davi, em vez de através de Salomão, conforme fez Mateus (Lucas 3:31; Mateus 1:6, 7). Lucas, evidentemente, segue os antepassados de Maria, mostrando assim ter sido Jesus descendente “natural” de Davi, ao passo que Mateus mostra o direito “legal” de Jesus ao trono de Davi, por ele descender de Salomão através de José, que era legalmente o pai de Jesus. Visto que Lucas delineia a linhagem de Jesus por meio de sua mãe, ele cita o pai de Maria e avô materno de Jesus Cristo (Lucas 3:23). Compreende-se que ser José chamado de “filho de Eli” significa que era genro de Eli.

        38 – De acordo com Lucas, Sealtiel era o filho de Neri (Lucas 3:27). Pode ser que Sealtiel se tenha casado com a filha de Neri, tornando-se assim seu genro. Nas listas genealógicas hebraicas, não era incomum chamar o genro de filho. Portanto, ambos os relatos são corretos. Veja o ponto 42 abaixo.

        39 – Os relatos em Mateus 1:13 e Lucas 3:27 indicam que Zorobabel teve dois filhos, Resa e Abiúde, as linhagens separando-se de novo neste ponto (Ao examinarmos as listas de Mateus e de Lucas, verificamos que, depois de divergirem em Salomão e Natã, elas incidem outra vez em duas pessoas, Sealtiel e Zorobabel). Ou talvez não fossem realmente filhos, mas sim descendentes, ou, pelo menos um, talvez genro (1Crônicas 3:19). As genealogias de Jesus, tanto por Mateus como por Lucas, divergem aqui daquela encontrada em 1 Crônicas 3:19, 20. Isto talvez se deva a que diversos nomes foram propositalmente omitidos por Mateus e possivelmente também por Lucas. Mas, deve-se ter em mente o fato de que essas diferenças nas listas genealógicas de Mateus e de Lucas provavelmente são as já presentes nos registros genealógicos então em uso e plenamente aceitos pelos judeus, e não eram mudanças feitas por Mateus e por Lucas.

        40 – Os nomes de Acazias, Jeoás e Amazias são omitidos propositalmente na genealogia, talvez devido ao histórico desses três reis e a associação dos mesmos com a “casa de Acabe”, rei do Reino Setentrional de Israel. Portanto, Mateus 1:8, 9 não contradiz 1 Crônicas 3:11, 12. Apenas omite o nome de três reis maus.

        41 – Não há contradição alguma. A palavra “pai” em Mateus 1:11 tem a conotação de ancestral, antepassado. Portanto, Josias era “pai”, ou avô, de Jeconias (1 Crônicas 3:15, 16).

        42 – Mateus indica que Zorobabel era filho de Sealtiel (Mateus 1:12), e isto coincide com outras referências bíblicas (Esdras 3:2; Neemias 12:1; Ageu 1:14; Lucas 3:27). No entanto, em 1 Crônicas 3:19, Zorobabel é chamado de filho de Pedaías. Evidentemente, Zorobabel era filho do próprio Pedaías e filho legal de Sealtiel, em razão de casamento de cunhado; ou, possivelmente, depois de falecer Pedaías, pai de Zorobabel, este foi criado por Sealtiel como seu próprio filho e por isso passou a ser reconhecido legalmente como filho de Sealtiel.

        43 – O pai de Selá era Arpaxade (Gênesis 11:12). “Cainã” usado em Lucas 3:36 provavelmente era uma corruptela do termo “caldeus”. Se esse for o caso, o texto original poderia ser vertido para “filho do caldeu Arpaxade”. Ou pode ser ainda que os nomes Cainã e Arpaxade se refiram à mesma pessoa. Não se deve ignorar o fato de que a expressão “filho de Cainã” não é encontrada em alguns manuscritos.

        44 – A verdade é que nenhum homem jamais viu a Deus (João 1:18). Para se entender alguns textos que parecem contradizer tal verdade, faz-se necessário examinar o “contexto” imediato e geral da Bíblia. Não foi necessário que Deus descesse de seu enaltecido lugar nos céus para transmitir mensagens a certos humanos. Até mesmo a Lei que Deus deu a nação de Israel no monte Sinai foi transmitida por anjos, embora Moisés fosse apresentado como que falando diretamente com o próprio Deus (Atos 7:38, Gálatas 3:19). Sendo assim, como podemos entender os textos bíblicos que mostram que servos de Deus do passado “viram” a Deus ou falaram com Ele? A solução para essas passagens se encontra na seguinte regra bíblica: Os que representam outro podem falar e/ou ser aludidos ou referidos como se fossem a pessoa por eles representada. Na realidade, visto que anjos materializados falavam exatamente o que Deus queria, podia-se dizer que esses personagens bíblicos realmente viram a Deus ou falaram com o mesmo. Afinal, tais anjos REPRESENTAVAM a Deus. Em outros casos, como os relatados em Êxodo 24:9-11 e Ezequiel 1:27, 28, os servos de Deus mencionados não viram a Deus pessoal e literalmente, mas tiveram visões da glória Dele. Em outras palavras, o que viram foram representações da santidade divina. Obviamente que os humanos que registraram tais visões tiveram liberdade de expressarem aquilo que viram em suas próprias palavras (Note o ponto 1 acima).
        PS: Quando Moisés falou a Deus “face a face”, ou “boca a boca”, conforme declarado em Êxodo 33:11, ele não teve contato visual com Deus. Essa expressão indica a maneira em que Moisés se “comunicava” com Deus, não o que ele via. Falar com Deus “face a face” indica um diálogo. Quando Moisés falou com Deus e recebeu instruções dele, a comunicação não foi através de visões, como muitas vezes se dava no caso de outros profetas, conforme nos mostra Números 12:6-8.

        45 – Provavelmente, Jesus curou a sogra de Simão Pedro “antes” de curar um leproso. Porém, isso não significa que o relato de Mateus esteja incorreto. Apenas não está escrito em ordem cronológica. O evangelista se preocupou mais com a apresentação lógica dos discursos e dos sermões públicos de Jesus do que com a sequência estritamente cronológica. Quanto aos primeiros 18 capítulos, o destaque que Mateus dá ao tema do Reino levou-o a desviar-se duma ordem cronológica. Contudo, os últimos dez capítulos (19 a 28) seguem em geral uma sequência cronológica, bem como continuam salientando o Reino. Para facilitar o aprendizado, observe nesses links os quatro evangelhos em uma ordem estritamente cronológica:
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-A-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-Acontecimentos-que-antecederam-o-minist%C3%A9rio-de-Jesus/
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-B-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-O-come%C3%A7o-do-minist%C3%A9rio-de-Jesus/
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-C-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-O-grande-minist%C3%A9rio-de-Jesus-na-Galileia-Parte-1/
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-D-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-O-grande-minist%C3%A9rio-de-Jesus-na-Galileia-Parte-2/
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-E-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-O-grande-minist%C3%A9rio-de-Jesus-na-Galileia-Parte-3-e-na-Judeia/
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-F-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-Minist%C3%A9rio-de-Jesus-ao-leste-do-Jord%C3%A3o/
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-G-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-%C3%9Altimos-dias-do-minist%C3%A9rio-de-Jesus-em-Jerusal%C3%A9m-Parte-1/
        https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/Ap%C3%AAndice-A/A7-H-Principais-acontecimentos-da-vida-terrestre-de-Jesus-%C3%9Altimos-dias-do-minist%C3%A9rio-de-Jesus-em-Jerusal%C3%A9m-Parte-2/

        46 – De forma alguma o relato de Mateus 4:5-8 contradiz o de Lucas 4:5-9, ou vice-versa. Como mencionado no ponto 1, os escritores da Bíblia tiveram liberdade para descrever em suas palavras aquilo que registravam, mesmo que o produto final fosse de inspiração divina. Portanto, a ordem das “tentações” de Jesus é de somenos importância. Duas pessoas podem muito bem relatar o mesmo acontecimento descrevendo as situações em uma ordem diferente um do outro. Interessante que os evangelistas concordam que as “tentações de Jesus foram três e concordam com o conteúdo delas.

        47 – De acordo com João 3:16, crer no Filho de Deus é essencial para a salvação, isto é, para se ter vida eterna. Porém, segundo a Bíblia, simplesmente acreditar que Jesus existe não é suficiente. De acordo com o Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento, de Vine (em inglês), a palavra usada por João no idioma original significa “confiança, não mera credulidade”. Para ter o favor de Deus, a pessoa precisa fazer mais do que reconhecer que Jesus é o Salvador. Ela precisa se esforçar sinceramente em aplicar o que Jesus ensinou. Sem ações, qualquer afirmação de fé é vazia (Tiago 2:26). Em outras palavras, o que se requer da pessoa que crê é que ela exerça fé em Jesus, isto é, que viva de acordo com sua crença e fé. Assim, a pessoa precisa mostrar por meio da sua obediência que a sua fé é genuína. Portanto, não há contradição alguma entre João 3:16, Lucas 10:25-28 e Mateus 19:16, 17.
        PS: De acordo com a Bíblia, toda a Lei mosaica, inclusive os Dez Mandamentos, foram abolidos quando Cristo Jesus morreu e pagou o “resgate” para livrar a humanidade (Gálatas 3:24, 25). Porém, os “princípios” por trás da Lei são eternos. Portanto, mesmo que os Dez Mandamentos tenham cumprido sua finalidade e cessado, os “princípios” que derivamos deles ainda vigoram.

        48 – O relato sobre o “Sermão do Monte”, apresentado por Mateus, é cerca de quatro vezes maior que o de Lucas. Apenas cinco versículos e meio da apresentação de Lucas não constam na de Mateus. Nos pontos em que as duas narrativas são paralelas, elas às vezes diferem muito na sua fraseologia. Deve isso dar margem a dúvidas sobre a autenticidade do sermão, conforme aparece na nossa Bíblia? Observe o que A. T. Robertson escreveu em Uma Harmonia dos Evangelhos Para Estudantes da Vida de Cristo (publicada em inglês): “Isto não toma em consideração as diversas partes grandes da mesma matéria que Lucas colocou em outro lugar, ou que Jesus repetiu em outras ocasiões (compare Mateus 6:9-13 com Lucas 11:2-4; Mateus 6:25-34 com Lucas 12:22-31). Jesus muitas vezes repetia suas declarações em outras ocasiões, assim como fazem e devem fazer todos os instrutores… Tampouco precisamos ficar surpresos de que Lucas, escrevendo em geral para todos os cristãos, omita grandes partes perto do começo do sermão, destinadas especificamente para os judeus (Mateus 5:17-27; 6:1-18).” Robertson acrescenta então: “Além disso, para compensar estas variações, que comportam uma explicação, deve ser lembrado que estes dois discursos começam e terminam de modo igual, que eles têm similaridade geral na ordem das diversas partes e que mostram semelhança geral e às vezes absoluta identidade de expressão”. Deve-se perceber que Lucas, em Lucas 6:20-22, resume as “nove felicidades” citadas em Mateus 5:3-12. Isso mostra o que já foi comentado no ponto 1 acima.

  3. A Igreja Adventista é uma Igreja Protestante Tradicional, Acredita na Trindade e tem como ponto forte os Estudos Bíblicos.
    Em três Anos Estudando com Os Adventista Aprendi Sobre a Bíblia Aquilo que não Aprendi em trinta Anos Estudando em Outras Igrejas.

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