Produtos com códigos de barras iniciados por “789” foram fabricados no Brasil?
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Circula nas redes sociais uma imagem alegando, que se cada brasileiro substituísse os produtos importados por produtos nacionais a economia voltaria a crescer novamente! Para isso a sugestão seria de que as pessoas se atentassem aos códigos de barras dos produtos! Se eles começassem pela sequência númerica “789”, isso seria um indicativo que o produto teria origem nacional e, portanto, as pessoas deveriam comprá-los ao invés de produtos iniciados por outras sequências! (1, 2)
Exemplo de publicação que vem circulando nas redes sociais!
Entretanto, será que essa informação é verdadeira ou falsa? Descubra agora, aqui, no E-Farsas!
Fora de Contexto! Segundo um artigo publicado no site da revista “Superinteressante”, em novembro de 2018, quando os três primeiros dígitos dos códigos de barras formam a sequência numérica “789” (ou “790”) é um indicativo de uma mercadoria foi cadastrada em território nacional, ainda que não tenha sido fabricada no Brasil!
A Argentina, por exemplo, usa 779. Portugal, 560. A Alemanha, qualquer um entre 400 e 440. A China, qualquer um entre 690 e 699.
Exemplo de produto registrado e fabricado no Brasil.
Exemplo de produto não registrado, mas fabricado no Brasil.
Considerar somente essa sequência numérica para propor um boicote não faz o menor sentido!
Fora de Contexto! A sequência númerica “789” presente no início de um código de barras indica apenas que a mercadoria foi cadastrada em território nacional! Portanto, um produto fabricado no Brasil, por exemplo, pode apresentar código com prefixo diferente daquele estipulado para o país.
Jornalista e colaborador do site de verificação de fatos E-farsas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. Entre junho de 2015 e abril de 2018, trabalhei como redator do blog AssombradO.com.br, além de roteirista do canal AssombradO, no YouTube, onde desmistificava todos os tipos de engodos pseudocientíficos e casos supostamente sobrenaturais.
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História que circula há anos pela web fala sobre uma vidente búlgara que teria ficado cega aos 12 anos, mas teria previsto o fim a humanidade! Será verdade? Baba Vanga, a mulher que previu o fim do mundo e do nosso futuro, morreu em 1996 aos 90 anos de idade, e teria sido uma das grandes videntes do século XX. De acordo com inúmeros textos que circulam a seu respeito, Baba Vanga teria previsto a morte de Stalin além de fazer incontáveis previsões terríveis para toda a humanidade. O texto que acompanha as fotos dessa vidente lista uma série de previsões atribuídas a ela, que vão até o ano 5.079 – quando, segundo suas previsões, o mundo irá acabar! Vanga teria previsto a Primeira Guerra Mundial e o ataque às torres gêmeas, mas será que essas histórias sobre o seu dom e suas previsões são reais? Verdadeiro ou falso? Como já adiantamos no começo desse artigo, a história sobre a suposta vidente búlgara Baba Vanga é antiga na internet e, volta e meia, volta a circular graças às postagens feitas em páginas populares do Facebook como a Fatos Desconhecidos (em março de 2015) e a Mistérios da Humanidade (em janeiro de 2015), por exemplo. A única coisa real desse texto é que Baba Vanga realmente existiu e viveu entre 1911 e 1996, na Bulgária. Durante a sua vida, a moça cega – que se chamava Vangelia Pandeva Gushterova, na verdade – fazia, sim, diversos “aconselhamentos” e ajudava muitas pessoas com serviços de caridade na cidade onde morava. O resto é mito. Diz a lenda que seus poderes surgiram após uma tempestade de areia que a fez perder a visão! Podemos perceber que o texto possui vários pontos que denunciam que quase tudo que dizem sobre essa mulher é apenas lenda. O primeiro detalhe que nas versões de 2015 desse artigo foram retiradas as supostas previsões dos anos anteriores (que, é claro, não se concretizaram). Podemos ver em postagens mais antigas feitas em diversos sites e blogs que, antes, as “profecias” falavam de previsões de tragédias que iriam ocorrer entre 2008 e 2014 (inclusive, iria se iniciar a III Guerra Mundial em 2010). Como essas “previsões” não ocorreram, simplesmente foram excluídas da lista das profecias atribuídas a Vanga. Além disso, não há nenhuma fonte que comprove que ela tenha previsto a morte de Stalin e que tenha sido presa por causa disso. Menos provas ainda tem os que afirmam que ela tivesse previsto os ataques às torres gêmeas nos Estados Unidos. É curioso também o fato de não haver listas de profecias atribuídas da Baba Vanga de antes de 2008. Como ela morreu em 1996, era de se esperar que houvesse registros de suas “previsões” antes… Jornal búlgaro desmente o mito Como a fama póstuma de Baba Vanga cresceu rapidamente na web em 2010, um site de notícias búlgaro chamado 24 Chasa resolveu investigar mais a fundo se as histórias a respeito dessa “vidente” possuíam algum fundo de verdade. Dentre os entrevistados, Boyka Marinova, que foi amiga da profeta, ajudou a desconstruir o mito da vidente, afirmando que Vanga ajudou muitas pessoas durante a sua vida, mas que nunca fez nenhuma previsão sobre o fim do mundo. Atualização 10/01/2022 Corrigimos o nome real da “vidente” para Vangelia Pandeva Gushterova. Na versão anterior, seu nome estava escrito como Vera Kochovska. Resumo em vídeo Assista ao resumo dessa checagem em vídeo: https://www.tiktok.com/@efarsas/video/7392314775566306565 Conclusão Baba Vanga existiu mesmo e morreu em 1996. Ela ficou cega aos 12 anos e era bastante reverenciada em sua comunidade. Seus seguidores a procuravam para aconselhamento espiritual, mas não há nenhuma prova de que ela tenha feito previsões catastróficas para a humanidade no futuro e algumas das que lhe foram atribuídas já se mostraram falsas.
É verdade que o ex-presidente Lula disse em 1979 durante entrevista à revista Playboy que era admirador do ditador nazista Adolf Hitler? A imagem com recortes antigos se espalhou através das redes sociais em março de 2017, mas voltou a ser compartilhada com força na segunda semana de outubro de 2018. Nela podemos ler trechos de uma entrevista que o então líder sindical Lula teria dado à revista Playboy. Na entrevista publicada em 1979, Luiz Inácio da Silva teria afirmado ser um admirador de Adolf Hitler, mas será que ele disse isso mesmo? Verdade ou mentira? No mês de julho de 1979, chegava nas bancas a edição de número 48 da revista masculina Playboy, cuja capa trazia o bumbum da atriz ítalo-brasileira Rossana Ghessa. A revista também trouxe uma entrevista com o então líder sindical Luiz Inácio da Silva, o Lula, numa época em que ele estava articulando para a criação do Partido dos Trabalhadores: Com muito bom humor, a revista fez bastante perguntas para o sindicalista e, no meio da conversa, perguntou ao entrevistado quem eram seus ídolos. Lula respondeu o seguinte: “Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado? Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem. Playboy – A ação e a ideologia? Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…) Playboy – Alguém mais que você admira? Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa. Playboy – Diga mais… Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer. Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo? Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.” Leia a entrevista na íntegra clicando aqui para ser redirecionado para o Slide Share. Outras entrevistas antigas de Lula Essa não foi a primeira vez que declarações antigas de Lula voltam para “assombrá-lo”, em março de 2016, confirmamos aqui no E-farsas uma entrevista dada pelo então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva à Folha de São Paulo – em 1988 – quando ele disse que: “No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai pra cadeia; Quando um rico rouba, vira ministro!” Curiosamente, na ocasião que “desenterraram” a frase, Lula havia sido nomeado Ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, em meio a acusações de manobras para conseguir foro privilegiado. Conclusão Lula disse em entrevista à revista Playboy que admirava em Hitler a sua disposição, força e dedicação. Lula disse também que não admirava as idéias e nem a ideologia dele.
É verdade que a empresa Souza Cruz detém a marca Marley para um cigarro a base de cannabis e que o produto será lançado em breve? A notícia não é nova! Apareceu em 2012 na web e voltou a circular através das redes sociais em maio de 2015. De acordo com o texto, a fabricante de cigarros Souza Cruz estaria preparando um novo cigarro, chamado Marley, que teria como base a maconha. Segundo o que é alegado na notícia, a empresa tabagista estaria se preparando para produzir cigarros de maconha, de olho na possível legalização do produto. Será que essa história é verdadeira ou falsa? Verdade ou farsa? Como mencionamos em um dos parágrafos acima, o boato não é novo! Circula desde 2012 em páginas que tentam lutar pela legalização da maconha como o blog Cannaroots que está fora do ar atualmente, mas podemos ver a matéria que serviu de “fonte” para quase todas as outras através do WebArchive. O Cannaroots, é claro, não cita fontes! Apenas diz que a Souza Cruz teria a marca em seu nome e, com isso, abre uma série de especulações a respeito. O blog Growroom, que possuia um o artigo semelhante ao do Cannaroots, afirmou que os advogados da Souza Cruz entraram em contato solicitando a retirada da publicação do ar, afirmando que a notícia é falsa. Dentre as marcas registradas pela Souza Cruz, não existe nenhuma parecida com esse nome e não há nada a respeito da marca “Marley” nas buscas feitas dentro do site da Souza Cruz. Então, quem obteve essa “informação privilegiada” pode ter “se enganado”. Boato “baseado” em um fato A verdade é que a marca “Marley” já havia sido registrada pela Souza Cruz, em 1994. Isso é comprovado através de uma busca no site do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) – órgão responsável pelo registro e manutenção de marcas e patentes aqui no Brasil. No entanto, apesar da marca “Marley” ter sido concedida em 1997, em 2008 o processo foi extinto. Ou seja, a Souza Cruz parece ter abandonado a marca “Marley” e, segundo o site Pequenas Empresas Grandes Negócios, quando uma marca é extinta (ou arquivada), ela se fica disponível para ser registrada por outra empresa (até mesmo pela própria Souza Cruz) ou por qualquer pessoa física. O fato de uma empresa que fabrica cigarros ter registrado uma marca com o sobrenome que remete à maconha (uma alusão ao cantor jamaicano Bob Marley) já foi o suficiente para criarem boatos sobre a possível fabricação dos cigarrinhos de cannabis. Todos os textos sendo espalhados sem que seja citada nenhuma fonte que os comprove! Boato diferente nos Estados Unidos Em 2014, o que se espalhou nos Estados Unidos foi a notícia de que a fabricante Philip Morris estaria lançando o cigarro “Marlboro M”, feito a base de maconha. Uma busca pela web mostrou que todos os sites e blogs que compartilharam o boato se basearam em um artigo publicado no site humorístico Abril Uno (“Primeiro de Abril”, em espanhol). O Abril uno avisa em seu rodapé que o site não é para ser levado a sério! No entanto, muita gente acreditou e passou o texto adiante como se fosse real. Aliás, esse é um boato antigo lá na terra do Tio Sam! Encontramos referências a esse tipo de rumor em documentos de 1969, mostrando que isso circula por aí há várias décadas! Em entrevista à CBS, em 2012, um porta-voz da Philip Morris disse que a empresa não comenta a respeito de negócios futuros, mas que a companhia de tabaco fabrica produtos derivados do tabaco. Na mesma matéria, o porta-voz da Reynolds American Inc. – outra fabricante de cigarros – foi mais claro e afirmou que a produção de produtos derivados da maconha não está nos planos da empresa! A foto do Marlboro “verde” A imagem usada para ilustrar essa “notícia” que mostra uma embalagem verde dos cigarros Marlboro (que é fabricado pela Philip Morris e não pela Souza Cruz) é uma montagem feita por um dos participantes de um concurso de fotomontagens promovido pelo site de língua inglesa Worth1000. A foto original usada nessa brincadeira é essa abaixo e foi retirada do Wikipedia. Resumo em vídeo Assista ao resumo dessa checagem em vídeo: https://www.tiktok.com/@efarsas/video/7389344771229093125 Conclusão A Souza Cruz havia mesmo registrado a marca Marley aqui no Brasil, mas desistiu do nome em 2008. Não há nenhuma evidência que comprove que a empresa estaria plantando maconha para a fabricação de cigarros a base de cannabis. Além disso, não se sabe ainda se – caso a maconha seja legalizada aqui no Brasil – a comercialização desse produto iria ficar sob responsabilidade do Governo ou se empresas iriam fabricar o “cigarrinho que passarinho não fuma”!
Será que o vídeo mostrando um senhor experimentando uma capa da invisibilidade em um jardim é verdadeiro ou falso? O vídeo surgiu nas redes sociais e em diversos sites e blogs na segunda semana de dezembro de 2017 e rapidamente ganhou centenas de milhares de curtidas e de compartilhamentos. Nele podemos ver um senhor exibindo o que parece ser uma das maiores invenções dos últimos tempos: Um tipo de capa que torna o usuário completamente invisível! Inicialmente publicado por um usuário da rede social chinesa Weibo, o filme de pouco mais de um minuto de duração já foi visto mais de 20 milhões de vezes e chegou até a ser compartilhado por Chen Shiqu, vice-chefe do Departamento de Investigação Criminal do Ministério da Segurança Pública da China, como sendo uma das novidades no campo da camuflagem. O material, segundo o que se espalhou juntamente com o vídeo, estaria sendo desenvolvido em parceria com a Universidade de Zhejiang. Será que esse vídeo é verdadeiro ou falso? https://www.youtube.com/watch?v=39xpcAVwZj4 Verdade ou farsa? O vídeo é, de longe, um trabalho amador de edição de imagens! Podemos notar alguns erros na edição do vídeo em questão, como no final do filme, onde as mãos do homem desaparecem: Aos 39 segundos, por exemplo, o homem esbarra em um arbusto que, por sua vez, começa a balançar. No entanto, aos 40 segundos, quando a capa passa na frente do arbusto, ele está parado. Isso mostra que foi utilizada uma imagem estática para se criar o efeito da invisibilidade: A explicação Para realizar esse truque do “manto da invisibilidade” é necessária a ajuda do chroma key, um efeito visual usado no cinema há décadas. A grosso modo, o efeito é produzido da seguinte forma: Uma fotografia (ou uma filmagem) é feita do cenário sem os personagens e, em seguida, são filmadas as cenas dos personagens com detalhes em verde ou em azul. Posteriormente, as filmagens são mescladas e o computador se encarrega de substituir as partes dessas cores pelas imagens previamente filmada sem os personagens. O truque é tão simples que qualquer um com poucos conhecimentos de edição digital pode fazer. Aqui um vídeo explicando como o chroma key é feito: https://www.youtube.com/watch?v=xNYI7uc4Zn4 O vídeo era uma brincadeira Voltando ao vídeo do chinês, a professora de tecnologia no Colégio de Ciências Ópticas e Engenharia da Universidade de Zhejiang, Ma Yungui, disse em entrevista ao jornal BjNews que a universidade não está trabalhando em nenhum projeto de capa invisível. Em entrevista ao Liberation Daily, o produtor da agência Quantum Vídeo Zhu Zhensong revelou que tudo não passou de uma brincadeira e que a sua produtora fez o vídeo com a ajuda de softwares de edição de imagens! Conclusão O vídeo que mostra uma capa de invisibilidade que estaria sendo desenvolvida na China é falso!
É verdade que um dos personagens mais famosos da Disney já apareceu em um desenho animado na TV furando queijos com o seu pênis? O vídeo é compartilhado na forma de um GIF animado e mostra imagens de um episódio antigo do desenho do personagem Mickey Mouse, dos Estúdios Disney, usando uma ferramenta um tanto quanto inusitada para furar os queijos em uma linha de produção de uma fábrica. Os queijos suíços, na história, são furados por algo saliente na calça do rato, dando a entender que Mickey estaria mesmo furando os alimentos com o seu pênis!!! O que? Isso é muito estranho para um desenho animado infantil, né? Se bem que a Disney já foi acusada diversas vezes de inserir mensagens subliminares em seus desenhos… Será que isso é verdade? Verdadeiro ou falso? A sequência de imagens é uma montagem feita com várias cenas de um episódio do Mickey Mouse chamado “Steamboat Willie”, de 1928! Essa brincadeira apareceu em uma publicação no fórum B3ta, em março de 2011 e um mês depois apareceu no Reddit, se espalhando rapidamente pela web. O vídeo original é esse: https://www.youtube.com/watch?v=BBgghnQF6E4 As cenas usadas para a montagem foram: Mickey assobiando (aos 0:34) Bafo de Onça (aos 0:55) Papagaio rindo (aos 1:25) Minnie rodando manivela (aos 4:32) Conclusão O trecho do desenho animado que mostra o Mickey furando queijos com o pênis é uma montagem feita em cima de um episódio de 1928 e foi publicado em um fórum de humor em 2011! Sugestão do leitor Bruce Pimenta, via e-mail.