Imagem mostra uma família de turistas posando ao lado de um elefante que havia sido abatido por ela. Será que isso é verdade?
A foto apareceu no Facebook, em português, no final de outubro de 2013, mas circula pela web há alguns meses. Nela podemos ver cinco pessoas atrás de um elefante morto e o texto que a acompanha recrimina o ato, afirmando que o pobre paquiderme teria sido abatido pelos cinco membros daquela família de caçadores.
Algumas postagens no Facebook vem com o texto “5 animais e um elefante” e outras versões pedem para que sejam identificados e denunciados esses caçadores inescrupulosos.
Mas será que essa foto é real?
Verdadeiro ou falso?
A foto é real e foi retirada de uma galeria de fotos do site do acampamento Frikkie du Toit Safari, uma empresa africana especializada em vender pacotes para caçadores e turistas.
A Frikkie du Toit Safari oferece vários tipos de pacotes de caça com valores diversos. A empresa afirma que os animais não são mortos de verdade e que as armas usadas são rifles com tranquilizantes. Mas, como tudo tem seu preço, por um “trocadinho” a mais é possível caça-los e abate-los (elefantes, inclusive), com balas de verdade.
Não há como provar que o elefante tenha sido morto por essa família, uma vez que o mesmo animal é usado para “cenário” de outras fotos. No site da Frikkie du Toit há outras imagens do elefante (aparentemente) morto com outras pessoas ao fundo.
Abaixo, o mesmo caçador da foto anterior, posando junto com outro turista:
Caça não criminosa
Apesar dos constantes protestos e iniciativas dos ativistas contra esse tipo de “esporte”, é bom esclarecer que essa modalidade de caça de troféu (trophy hunting) não é ilegal na África e grande parte do dinheiro arrecadado com o trophy hunting é revertida para a conservação de áreas de proteção e conservação ambiental.
Só no Zimbábue, em 2001 (o estudo é antigo, eu sei), foram arrecadados 70 milhões de dólares com a caça esportiva e esse ganho foi revertido para a revitalização de florestas naquele país. Nada que justifique a morte de animais indefesos, mas também não podemos mandar prender a família que aparece na fotografia mostrada lá no começo desse artigo, pois o que está sendo mostrado na imagem não é crime onde o fato ocorreu.
O que fazer com casos como esse?
O usuário indignado do Facebook, ao ver essa publicação no Facebook, resolve:
- a) Denunciar a família à polícia
- b) Pegar um avião e ir até onde o “crime” ocorreu (lembrando que a caça não é crime lá)
- c) Fazer uma biópsia meticulosa na vítima para determinar a causa da morte
- d) Fazer exames na família inteira para descobrir qual (ou quais) dos membros tem restos de pólvora nas mãos para, assim, descobrir quem deu o tiro fatal
- e) Lutar contra toda uma organização (por que não dizer “máfia”) de caçadores inescrupulosos que investem mais de 300 milhões de dólares anuais para a preservação de reservas naturais africanas
- f) Apenas compartilhar essa foto, juntamente com algumas palavras de indignação e protesto, e deixa para alguma outra pessoa resolver os passos acima
É claro que 99% os usuários do Facebook que estão lendo essa matéria fizeram a última opção (e 80% se sentirão ofendidos e publicarão ofensas a esse site nos comentários). Mas convenhamos que apenas repassar a história dá uma sensação de dever cumprido, não é?
Mas só isso não basta!
Em outras palavras, a postagem causa repulsa no Facebook e a vontade que dá é a de compartilhar imediatamente como uma forma de protesto (para que alguém faça algo). No entanto, o ato de repassar esse tipo de imagem para tentar acabar com esse esporte (ou para que tentem achar essa família para denunciá-la às autoridades) não é eficaz, pois no texto que acompanha a fotografia não explica como devemos proceder em casos como esse.
Publicações como essas só geram tráfego inútil na rede, infelizmente.
Faça algo
Diversas ONGs estão há anos tentando acabar com a caça esportiva. Aqui no Brasil, por exemplo, temos a Associação Mata Ciliar que luta para divulgar (e punir) caçadores ilegais das matas brasileiras.
Ao invés de repassar esse tipo de mensagem inútil, que tal se filiar a uma ONG e, dessa forma, tentar acabar com a caça de animais indefesos no planeta (começando pelo Brasil)?
Conclusão
A imagem é real! A família da fotografia comprou um pacote em um safári que dá o direito à caça de animais em um local onde a prática não é ilegal. Triste, mas é verdade!
Durante séculos os colonizadores europeus fizeram isso, ir até a África ou Sudeste Asiático para caçar e matar. As touradas Em Portugal, México e principalmente na Espanha foram “esporte” de elite por anos e anos. O Japão e a Russia matam golfinhos, doninhas e baleias semanalmente, para alimentação e outros usos.
Ou seja, isso já deixou de ser moda há muito tempo, faz parte da cultura.
A gente deve contemporizar e aceitar? Não, de forma alguma, mas compreender que nestes países essas brutalidades não constituem prática criminosa.
Infelizmente só provando a irracionalidade do ser que se diz racional. Não vejo problemas em se caçar para comer, mas matar por esporte é coisa de psicopata.
De pleno acordo com você, Marcos.
Apenas inventam alternativas para alimentar mentes criminosas…
E o quê há de humano nisso?
NADA!
Caros amigos do e-farsas sou muito fan do site. Porem acho que voces deram mole nessa.
A historia em si pode ate ser verdadeira, mais a foto esta nididamente montada.
Nao precisa ser um expert pra ver isso.
Enfim espero q isso seja um feedback positivo e que voces revejam a materia e analisem melhor a foto.
Abracos
Você leu o texto?
É uma montagem.
Nas duas fotos o elefante é o mesmo. Reparem nos detalhes em comum do animal nas duas fotos.
Antes de comentar, seria interessante que vc lesse a matéria. A foto é REAL. As 2 fotos são REAIS. NÃO é montagem. Leia o texto antes de comentar bobagem.