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Em seu livro de estreia de não-ficção, Gilmar Lopes desmente dezenas de histórias motivacionais contadas em palestras caríssimas! A noite de autógrafos foi no dia 19 de março!
Hoje é um dia muito legal com a realização de um sonho: finalmente saiu meu livro Caçador de Mentiras, após mais de um ano investigando a origem de várias histórias motivacionais que alguns coaches contam em suas palestras caríssimas.
Nesse trabalho, Gilmar Lopes mostra a verdade sobre alguns casos edificantes, mas que não passam de balelas.
- Você sabia que a águia não remove suas penas e bico para renascer depois de 40 dias?
- Sabia que a gente não usa apenas 10% do cérebro?
Essas e outras lendas são desmentidas no livro Caçador de Mentiras, pela Editora Matrix!
A farsa da autoajuda
Em Caçador de Mitos, o fundador do E-farsas dedica os primeiros capítulos para falar sobre os picaretas que ganham rios de dinheiro com cursos e palestras de autoajuda. A autoajuda, que, aliás, não “autoajuda” ninguém, a não ser os picaretas que só vendem cursos de autoajuda que ensinam como vender cursos de como ficar fico vendendo cursos.
É claro que tem alguns coaches que fazem um bom trabalho, mas tem cada um que está ficando milionário enganando os outros…
E essas historinhas motivacionais de autoajuda seguem quase a mesma cartilha das fake news:
- Apela para o lado emocional do espectador;
- narra um fato ocorrido há muito tempo e/ou bem longe;
- não apresenta nenhuma prova de que aquilo tenha acontecido de fato;
- acrescenta o nome de alguma personalidade ou instituição para dar mais credibilidade;
- tem um final inusitado;
- tenta transformar o ocorrido em um aprendizado, em algo que possa ser usado para motivar o espectador;
- propõe soluções simples para problemas complicados;
- Oferece coisas que o leitor nunca vai conseguir atingir, como riqueza, apenas por acreditar em si mesmo;
E é claro que se você não conseguir conquistar a riqueza ou o sucesso prometido, a culpa é inteiramente sua!
- Foi você que não se esforçou o bastante;
- Foi você que não acordou mais cedo;
- Foi você que não pensou fora da caixa;
- Foi você que não mudou seu mindset;
Caçador de Mentiras fala também do picareta mor, considerado o pai da autoajuda, Napoleon Hill, um sujeito cujo único mérito era ser bom de lábia.
A grande jogada de Napoleon Hill foi dizer que entrevistou o industrial milionário Andrew Carnegie – provavelmente o homem mais rico do mundo daquela época – que teria sugerido para Hill pesquisar as características que todos os homens de sucesso tinham em comum. A ideia seria descobrir a fórmula de sucesso dos bem-sucedidos e Hill aceitou a empreitada que, segundo sua autobiografia, teria durado mais de 20 anos.
A partir daí, o pai da autoajuda disparou a escrever livros com os resultados de suas pesquisas, vendendo milhões de exemplares e praticamente criando um nicho no mercado literário. Acontece que Napoleon Hill só começou a falar sobre a tal entrevista depois da morte de Carnegie em 1919.
O biógrafo de Andrew Carnegie, David Nasaw, disse em várias entrevistas que nunca encontrou nenhuma evidência de que Carnegie e Hill tenham se conhecido. Em sua defesa, Napoleon Hill disse que os documentos que comprovavam sua conversa com o milionário se perderam em um incêndio ocorrido num depósito em Chicago.
Conveniente, né?
No vídeo abaixo, Gilmar Lopes fala mais um pouco sobre o projeto:
Conclusão
Muito obrigado a todos pelo apoio nesse projeto!
