Correntes
A caneta espacial milionária da NASA e o Lápis baratinho da Russia!
Texto antigo ressurge dizendo que a NASA teria gastado bilhões de dólares para desenvolver uma caneta que escrevesse no espaço enquanto que a Russia gastou apenas alguns centavos usando lápis!
Essa é uma história antiga que surgiu, provavelmente, em 1965 – na época em que estava no auge a corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética. Até hoje, ainda ouvimos esse feito em palestras motivacionais nas empresas e/ou recebemos em nossas caixas de entrada.
Segundo o texto, a Nasa teria investido milhões (algumas versões dizem bilhões) de dólares para criar uma caneta especial que escrevesse no espaço – onde não há gravidade e nem pressão atmosférica. No mesmo período, a Russia (ou União Soviética) teve uma solução mais simples e incrivelmente mais barata: Usou lápis para escrever no espaço!
Será que isso é verdade?
Verdadeiro ou falso?
Acontece que a história não é real! Apesar de ter sido mesmo criada uma caneta especial para se escrever no espaço, todo o investimento foi custeado pela empresa Fisher Space Pen Co. e, de acordo com o site da Divisão de História da NASA, não houve gasto por parte da NASA e dos contribuintes. Ou seja, a caneta espacial foi inventada pela Fisher, que financiou o desenvolvimento e depois vendeu as canetas, que você ainda hoje pode comprar a bagaça pelo site da Fisher Space Pen. Todo o projeto custou “apenas” 2 milhões de dólares e demorou “só” 2 anos para ficar pronto.
Mas antes do invento dessa caneta, os americanos já chegaram a utilizar lápis, mas este apresentava alguns problemas:
- O grafite é inflamável num ambiente com muito oxigênio como as naves espaciais;
- A madeira se quebrava com facilidade no frio extremo do espaço;
- Imagine só o estrago que deve ser um monte de pontas que se quebravam flutuando num ambiente sem gravidade!
O que pode ter originado esse mito foi o fato de que, em 1965, durante a missão “Titan 3”, a imprensa “caiu matando” em cima da NASA por que a agencia teria levado na missão dois lápis – que custaram $128,00 (cento e vinte e oito dólares) cada um! Na verdade, seria um lote de 34 lapis, num total de mais de 4.000 dólares! O escândalo foi tão forte que até o Congresso Nacional teve que pedir explicação à NASA e ela, por sua vez, explicou que os lápis foram confeccionados com uma madeira muito mais leve e resistente, por isso eram mais caros (ai, se fosse aqui no Brasil…).
Alguns anos depois a Fisher Pen Company criou o tal caneta com recursos próprios e, apesar da NASA ter usado o aparelho em diversas missões, nunca autorizou a Fisher a usar o seu nome no lançamento dos modelos das canetas. De qualquer forma, o dinheiro gasto para o desenvolvimento da “supercaneta” saiu do bolso da própria Fisher e esses gastos nunca chegaram aos bilhões de dólares. Cada caneta custava 4 dólares!