Falso
Capixaba ganha o direito de se masturbar no emprego!
Conheça a falsa história da capixaba que teria conquistado o direito de se masturbar no emprego.
Conheça a falsa história da capixaba que teria conquistado o direito de se masturbar no emprego.
Em abril de 2011, a notícia de que a analista contábil, Ana Catarina Bezerra Silvares de 36 anos, teria ganhado na justiça um pedido para poder se masturbar durante o expediente, começou a circular pela web.
De acordo com o texto, a funcionária teria um transtorno que faz com que ela tenha que se masturbar várias vezes. Chegando ao extremo de 47 vezes por dia!
O que chama a atenção na notícia é o fato da moça ter conseguido o direito de dar algumas paradas durante o expediente para poder satisfazer seus desejos.
A notícia seria interessante, se fosse verdadeira! Acontece que se trata de mais uma pegadinha da web!
A notícia é falsa!
O portal POP foi um dos primeiros e únicos portais “sérios” a postar a notícia. Além dele, outros sites também replicaram a história falsa.
A revista Istoé também noticiou o fato, no entanto não divulgou o nome da moça.
Alguns blogs em inglês também reproduziram a história, como esse e esse!
Logo no começo do texto, temos:
“Ana Catarina Bezerra Silvares, 36 anos, divorciada, mãe de 3 filhos, analista contábil”
Capixaba conquista o direito de se masturbar no emprego! História Falsa!
Quem é essa Ana? Não encontramos nada a respeito da moça além de sites e blogs que copiaram a mesma notícia.
A garota que aparece na foto que ilustra a matéria não é moradora de Espírito Santo. Alias, ela não é nem é daqui do Brasil.
A foto é de uma americana e foi tirada em junho de 2009. Infelizmente, não descobri o nome dela, mas pelas outras imagens das quais essa foto faz parte, a mulher mostrada tem outros problemas com drogas.
Em uma galeria de imagens da ONG Eyes of the World podemos ver outras fotos da moça: http://www.flickr.com/photos/eowmg/
Há um perfil falso de Ana Catarina no Facebook:
Nas próximas linhas do texto:
“… Ela possui compulsão orgástica que é fruto de uma alteração química em seu córtex cerebral. Esta alteração a leva a uma constante busca por orgasmos que aliviem sua ansiedade.”
A compulsão orgástica é uma doença? Não encontrei o termo na web em sites relacionados a doenças. A não ser em sites e blogs que repetem a mesma história de Ana. Claro que se a doença é rara mesmo, é possível só encontrarmos o nome da moça relacionada a ela.
Se a moça existisse, sim. Como a moça não existe, é quase certo que a doença também não exista ou, caso exista, tenha outro nome. É melhor perguntar a um médico.
Nas próximas linhas:
“O Dr. Carlos Howert Jr., especialista em Neurologia Sexual acompanha a paciente há três anos. Segundo seu relato, ela é a única brasileira diagnosticada com esta disfunção. Para ele “provavelmente devem haver muitas outras mulheres sofrendo do mesmo mal, mas a dificuldade de assumir leva a muitas a se acabarem na ‘siririca’”.”
Não podemos perguntar ao Dr. Carlos Howert Jr, pois esse não é médico! Pelo menos ele não está cadastrado no CRM de Espírito Santo.
Também não foi encontrado o nome do médico na busca do Conselho Federal de Medicina.
Como sempre mostramos aqui no E-farsas, é normal que se coloquem nomes de pessoas que não existem em notícias falsas como essa para dar mais credibilidade ao texto.
Também não é normal um médico usar os termos chulos como “siririca” usado na suposta entrevista.
Mais no final do texto:
“No dia 08/04/11 Ana Catarina venceu uma batalha jurídica que perdurava dois anos. Finalmente o Ministério do Trabalho a concedeu o direito de intervalos de 15 minutos a cada duas horas trabalhadas para que possa realizar sua busca por prazer. Também está autorizada pelo Dr. Antonino Jurenski Garcia, Juiz do trabalho de Vila Velha, Espírito Santo, a utilizar o computador da empresa para acessar imagens eróticas que alimentem seu desejo.”
Como mostrado no blog Trimiliquis o Dr. Antonino Jurenski Garcia, citado na matéria, não existe na relação de funcionários da TRT-17. O Dr. Antonio também não é juiz em nenhuma das 14 Varas do Trabalho de Vitória.
Ainda que houvesse mesmo um Dr. Antonino, a autorização que foi dada à moça não parece ser a ideal. Como foi dito no começo do hoax, a moça já tem a tal “compulsão orgástica” e não precisa de imagens eróticas para se excitar ou, como diz o texto, “para alimentar o seu desejo”.
