today-is-a-good-day
23.2 C
São Paulo
terça-feira, março 19, 2024

Coalas estão funcionalmente extintos devido aos incêndios na Austrália?

- Publicidade -

Durante todo o mês de novembro de 2019 a Austrália não saiu dos noticiários internacionais. O motivo? Bem, grandes incêndios assolaram o país e causaram muita destruição. Diga-se de passagem, o Estado de Nova Gales do Sul foi o estado mais afetado pela onda de incêndios, que foi agravada por uma das piores secas em décadas!

Provavelmente, vocês também ouviram falar sobre os coalas — aquele marsupial australiano fofinho que 9 em cada 10 meninas amam. Inclusive, houve um caso que rodou o mundo, em que uma mulher acabou salvando um coala em meio às chamas. Infelizmente, no entanto, as condições das queimaduras do animal, que comoveu o mundo e ganhou o nome de Lewis (em homenagem a sua salvadora “Ellenborough Lewis”) piorou, e ele teve que ser eutanasiado. Em outras palavras, Lewis morreu.

Inclusive, houve um caso que rodou o mundo, em que uma mulher acabou salvando um coala em meio às chamas.

Estima-se que Lewis tivesse cerca de 14 anos. Infelizmente, devido as queimaduras, ele teve que ser eutanasiado. Descanse em paz, Lewis.

No Meio de Tanto Caos…

E, no meio de tanto caos, muitos sites brasileiros e internacionais começaram a divulgar que os coalas estavam “funcionalmente extintos” devido aos incêndios no país!

Tal informação foi disseminada, por exemplo, por sites tais como: “Hypeness“, “ANDA” (Agência de Notícias de Direitos Animais), NIT e Público. Já o “UOL Notícias” chegou a publicar que os incêndios tinham matado 350 coalas e que a espécie estava em risco de extinção.

Captura de tela mostrando o título da notícia publicada pelo site Hypeness.

Captura de tela mostrando o título da notícia publicada pelo site da ANDA.

Entretanto, será que isso é verdade? Será que os coalas estão funcionalmente extintos? Isso quer dizer que nunca mais veremos coalas na natureza? Cerca de 80% de seu habitat natural foi realmente destruído pelos incêndios? Descubra a resposta para essas e outras perguntas a partir de agora, aqui, no E-Farsas!

Verdadeiro ou Falso?

Falso! Os coalas não estão funcionalmente extintos, não irão desaparecer da natureza (ao menos não por enquanto), e cerca de 80% de seu habitat natural não foi dizimado pelas chamas.

- Publicidade -

Como é de praxe, a seguir vamos explicar com calma essa história para vocês!

Uma Conta Muito Estranha

Começamos a desconfiar de todas essas alegações a partir de um texto publicado no site “UOL Notícias”. Segundo a notícia, os incêndios florestais tinham matado cerca de 350 coalas, mas antes dos incêndios estimava-se que a população total de coalas na Austrália girava entre 40.000 e 100.000 espécimes. Curiosamente, no final do texto foi mencionado que, nos últimos anos, mais de 2,5 milhões de coalas foram mortos devido ao comércio internacional de peles.

Repararam que essa conta não faz nenhum sentido? Então, resolvemos procurar por mais informações.

A Declaração é Antiga, Imprecisa e Foi Divulgada de Maneira Distorcida!

Eis que descobrimos, que o cerne dessa informação é antigo — começou a circular em maio de 2019 — se mostrou impreciso e foi divulgado pela imprensa de maneira distorcida.

Tudo começou com um comunicado de três páginas assinado por Deborah Tabart, CEO da “Australian Koala Foundation” (“Fundação Australiana dos Coalas”, numa tradução literal para o português) — uma organização não governamental (ONG) — no dia 10 de maio de 2019.

Deborah Tabart OAM, CEO da Australia Koala Fundation.

No primeiro parágrafo, Deborah disse:

The Australian Koala Foundation (AKF) believes Koalas may be functionally extinct in the entire landscape of Australia

Traduzindo para o português:

 “A Fundação Australiana dos Coalas acredita que os coalas podem estar funcionalmente extintos em toda a paisagem da Austrália

Captura de tela mostrando o trecho inicial do comunicado emitido pela AKF, em maio deste ano.

Embora Deborah Tabart tenha falado em nome de sua fundação, ela foi a única pessoa a citar essa possibilidade. E, o que muitos sites de notícias, inclusive científicas (a exemplo da “Superinteressante” e “Galileu“), fizeram na época? Alegaram que a fundação australiana declarou que os coalas estavam funcionalmente extintos (daqui a pouco explicaremos o que isso significa). Não cogitaram que era somente uma possibilidade, ou seja, não havia confirmação alguma sobre isso.

Captura de tela mostrando o trecho inicial da notícia publicada pelo site da revista Superinteressante, em maio de 2019.

Captura de tela mostrando o trecho inicial da notícia publicada pelo site da revista Galileu, em maio de 2019.

Nas últimas semanas, a distorção foi ainda maior. Isso porque requentaram essa declaração da Deborah, atribuíram a atual onda de incêndios, e ainda por cima citaram que “especialistas” teriam dito isso. Se apenas a Deborah Tabart disse isso, quais eram os outros especialistas?

O “Chutômetro” de Deborah Tabart

No comunicado, Deborah ainda chegou a dizer que a fundação também acreditava que a população de coalas não superava 80 mil espécimes. Contudo, ela não deixou claro como chegou a essa conclusão e não apresentou nenhum estudo sobre a atual população de coalas na Austrália. Foi simplesmente no famoso “chutômetro”.

Para não sermos injustos, existem dois mapas no site da AKF, onde a ONG alegou ter estimado a quantidade existente de coalas na região leste do país. Contudo, eles não dizem de maneira clara e precisa a metodologia adotada para estabelecer a estimativa populacional dos coalas. Ainda assim, é alegado que o mapa é fruto de 28 anos de pesquisas e milhões de dólares de investimento.

A Declaração Já Tinha Sido Questionada em Maio!

No dia 17 de maio de 2019, o site da revista britânica “New Scientist” publicou um artigo intitulado “No, koalas are not ‘functionally extinct’, but they are in trouble” (“Não, coalas não estão ‘funcionalmente extintos’, mas eles estão em apuros”). O artigo refletiu basicamente uma entrevista com a pesquisadora Christine Adams-Hosking, da Universidade de Queensland, que estudou a situação dos marsupiais.

Captura de tela mostrando um trecho do artigo publicado no site da revista “New Scientist”.

Segundo Christine, embora muitas populações de coalas estivessem decaindo de forma acentuada devido à perda de habitat e ao aquecimento global, os coalas não estavam funcionalmente extintos. Em linhas gerais, não havia sequer o risco de extinção dos coalas.

O Significado do Termo “Funcionalmente Extinto”

Christine Adams-Hosking

O termo “funcionalmente extinto” é usado em vários sentidos diferentes. Pode significar que uma espécie declinou a um ponto em que não pode mais desempenhar o papel que desempenhou num ecossistema, com efeitos significativos nesse ecossistema.

Já alguns o definem de maneira ainda mais estrita, dizendo que uma espécie é “funcionalmente extinta”, quando seu declínio leva à extinção de outras espécies. Contudo, isso não se aplica a situação passada (de maio) ou atual (após a onda de incêndios de novembro) dos coalas.

De acordo com a pesquisadora, algumas pessoas usam isso, de maneira indiscutivelmente incorreta, para descrever uma espécie que provavelmente está extinta, mas que não temos certeza. Por exemplo, quando os pesquisadores não conseguiram encontrar nenhum golfinho de rio na China, em 2006, declararam o baiji “funcionalmente extinto”.

Entretanto, esse não foi o sentido expresso no comunicado da AKF, visto que o termo também é usado para descrever uma espécie em que ainda existem muitos indivíduos sobreviventes, mas acredita-se que a espécie esteja condenada a longo prazo devido, por exemplo, à perda de diversidade genética. E como sabemos que foi nesse sentido? Num blog pessoal, dentro do site da AKF, no dia 14 de maio, Deborah disse que esse era o termo científico para descrever uma situação “além do ponto de recuperação”.

Os Coalas Passaram do Ponto de Recuperação? Quantos Coalas Existem na Austrália?

Não exatamente! Segundo Christine, embora algumas populações de coalas estejam, de fato, caminhando em direção a uma extinção funcional, a Austrália é um país de dimensões continentais. Há coalas por todas as partes e muitas populações estão em patamares aceitáveis. No entanto, não se pode dar uma declaração dessas e ainda mais de maneira tão ampla.

Christine também questionou o número de coalas na Austrália, que foi fornecido por Deborah Tabart. De acordo com a pesquisadora, em 2016, ela e seus colegas estimaram que havia cerca de 329.000 espécimes (num intervalo de 144.000 a 605.000 espécimes), com um declínio médio estimado de 24% nas últimas três gerações e nas próximas três gerações. E, ao contrário de Deborah, que apenas bradou, houve um amplo estudo para corroborar com essa estimativa.

Captura de tela mostrando um trecho do estudo publicado por Christine e seus colegas em 2016.

Essa estimativa pode ter mudado desde então, mas, de qualquer forma, ninguém sabe com precisão quantos coalas restam na natureza. O que sabemos é a quantidade de coalas está caindo à medida que as florestas de eucaliptos, em que vivem e se alimentam, são reduzidas para dar lugar a cidades e fazendas. A perda de habitat é a maior ameaça, assim como a maioria dos animais selvagens.

O aquecimento global também é uma outra ameaça, visto que os coalas não conseguem lidar, dia após dia, com temperaturas acima de 36 °C. Secas extremas também estão prejudicando os eucaliptos de que eles se alimentam.

Cerca de 80% do Habitat dos Coalas Foram Destruídos pela Onda de Incêndios de Novembro?

O artigo publicado pela “New Scientist” foi atualizado na semana passada. Isso porque a declaração foi a extinção funcional dos coalas voltou a circular de maneira alarmista na imprensa brasileira e internacional. E não foi apenas isso, também começou a circular que os incêndios na Austrália tinham devastado cerca de 80% do habitat dos coalas!

Na verdade, um dos primeiros veículos de renome, que começou a requentar e adicionar ainda mais caos a essa história, foi o site da revista Forbes. No dia 23 de novembro, foi publicado um artigo intitulado: “Koalas ‘Functionally Extinct’ After Australia Bushfires Destroy 80% Of Their Habitat” (“Coalas estão Funcionalmente Extintos Após Incêndios Florestais na Austrália Destruírem 80% de seu Habitat”). O artigo foi escrito por Trevor Nace, colaborador sênior de Ciências da Forbes.  Portanto, a princípio, parecia ser algo confiável, mas não era!

Um dos primeiros veículos de renome, que começou a requentar e adicionar ainda mais caos a essa história, foi o site da revista Forbes.

Ironicamente, o maior problema não foi exatamente o artigo da Forbes, mas o comportamento de outros veículos de imprensa, que simplesmente utilizaram o texto da Forbes como base para seus próprios artigos, e não fizeram nenhuma pesquisa adicional.

Não demorou muito até que essa narrativa começasse a cair por terra. No dia seguinte (24), Diana Fisher, professora associada da Universidade de Queensland e co-diretora do “IUCN Australasian Marsupial & Monotreme Species Specialist Group”, disse que os incêndios devastaram apenas 1 milhão de hectares dos 100 milhões de hectares de floresta no leste da Austrália, e que os coalas ainda estavam longe de serem declarados funcionalmente extintos.

Tuíte de Diana Fisher.

Foi justamente essa declaração, que foi acrescentada ao artigo da “New Scientist”, no dia 25 de novembro.

O Artigo Publicado no NYTimes

Ainda no dia 25 de novembro, o site do jornal “New York Times” (NYT) também publicou um artigo negando que os coalas estivessem extintos. Para corroborar com essa negação foi consultada a Dra. Jacquelyn Gill, professora associada do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade do Maine e da Escola de Biologia e Ecologia, nos Estados Unidos. Eis o que ela disse:

O que é particularmente frustrante sobre o termo ‘extinção funcional’ é que indica uma população basicamente passou de um ponto sem volta, portanto significa que nada pode realmente ser feito. Pode parecer que os cientistas estejam tentando se esquivar ao usar tais termos ou que estejam tentando discutir sobre níveis precisamente obsessivos, mas uma afirmação forte como essa deveria significar algo

Ainda no dia 25 de novembro, o site do jornal “New York Times” (NYT) também publicou um artigo negando que os coalas estivessem extintos.

Outro detalhe que o NYT apontou é que, segundo a chamada ” Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais” (IUCN) — a autoridade sobre o status de conservação das espécies do mundo — atualmente a população de coalas está em declínio e vulnerável, mas não está em perigo.

O Artigo da Forbes Passou Por Alterações Após Ser Amplamente Criticado!

Após ser amplamente criticado, inclusive por outro colaborador da própria Forbes, o artigo de Trevor Nace sofreu mudanças. Começando pela manchete, onde agora podemos ler: “Fires May Have Killed Up To 1,000 Koalas, Fueling Concerns Over The Future Of The Species” (“Incêndios Podem ter Matado até 1.000 Coalas, Alimentando Preocupações com o Futuro das Espécies”). Também foi acrescentada uma note do editor, que diz:

Desde a publicação, o título e o parágrafo introdutório deste artigo foram alterados para refletir melhor o conteúdo do relato, e alguns esclarecimentos foram feitos“.

Após ser amplamente criticado, inclusive por outro colaborador da própria Forbes, o artigo de Trevor Nace sofreu mudanças.

Em sua defesa, Trevor Nace disse, por email, que “o uso do termo ‘funcionalmente extinto’ era o termo de Tabart, não meu, e foi divulgado por mim, juntamente com opiniões alternativas de especialistas“. Contudo, Trevor Nace não ouviu nenhum especialista, exceto Deborah Tabart. Ele até chegou a citar um artigo de Christine Adams-Hosking, no site “The Conversation”, mas em nenhum momento Christine corroborou com as declarações alarmistas de Deborah. Resumindo? Um erro grotesco, que Trevor aparentemente não teve coragem e nem dignidade de assumir.

Um Rápido Complemento

Segundo a bióloga Christine Adams-Hosking, a situação dos coalas não era boa, mesmo antes da onda de incêndios florestais. Contudo, isso não quer dizer que eles estejam extintos ou que isso esteja próximo de acontecer. Embora seja ilegal matar um coala na Austrália, seu habitat natural é altamente vulnerável. De acordo com ela, falta vontade política, por exemplo, para designar áreas de habitat como protegidas, uma vez que o governo estaria colocando os interesses econômicos acima dos interesses ambientais. Também faltaria interesse para o desenvolvimento de programas para devolver e realocar os coalas na natureza.

Para finalizar, Chris Johnson, professor de Conservação da Vida Selvagem na Universidade da Tasmânia, na Austrália, declarou ao site da “National Geographic” que a população de coalas continuará em queda devido a uma série de fatores, mas que ainda não chegamos ao ponto de que um único evento irá provocar a extinção deles.

Deborah Tabart Realmente Tem Noção da Situação dos Coalas na Austrália?

Embora Deborah alegue ter 31 anos de dedicação à preservação dos coalas na Austrália, ela não parece se importar com quem realmente estuda esses marsupiais. Na verdade, ela é a origem de toda a desinformação sobre a suposta “extinção funcional” dos coalas.

Recapitulando, a AKF emitiu um comunicado assinado por ela no dia 10 de maio deste ano, cujo primeiro parágrafo dizia que os coalas podiam estar funcionalmente extintos na Austrália. Em outubro deste ano, a Deborah Tabart agiu da mesma forma que costumamos ver os teóricos da conspiração agindo. Ela fez uma alegação sem provas e, para se defender, incitou que os outros é que mostrassem que ela estava errada.

Eis um trecho do comunicado, que não foi assinado por ninguém, mas que foi emitido pela AKF, no dia 17 de outubro de 2019:

No início deste ano a AKF anunciou que o Coala está funcionalmente extinto. Sustento aquilo que Tabart disse: ‘todos os níveis dos governos não têm dados para provar que estamos errados e têm apenas comitês ou audiências intermináveis. Está na hora de todos perceberem a urgência de proteger o habitat dos coalas

Em seguida, reparem bem naquilo que foi escrito:

A Australian Koala Foundation sabe exatamente onde o habitat do Coala permanece, e estou confiante de que temos mais conhecimento do que os departamentos que regulam a destruição de habitats, seja para desenvolvimento, silvicultura ou mineração

Em outubro deste ano, a Deborah Tabart agiu da mesma forma que costumamos ver os teóricos da conspiração agindo.

Cerca de Um Mês Depois…

Pois bem, cerca de um mês depois, em 14 de novembro, foi publicado um comunicado oficial da AKF sobre os incêndios florestais na Austrália. Eis o que foi mencionado:

É difícil para a Australian Koala Foundation (AKF) fazer comentários significativos sobre os atuais incêndios florestais australianos até que os incêndios terminem e as pessoas no local avaliem a situação. Vamos aguardar seus posicionamentos. O AKF acredita que a perda de qualquer coala no momento será significativa, visto que o coala já está listado como ‘Vulnerável’ sob a Lei de Proteção Ambiental e Conservação da Biodiversidade

Agora, reparem nas declarações de Deborah para o NYT, alguns dias após o comunicado oficial:

Eu quero essa luta. Pode vir. Já dirigi por praticamente todas as partes do país. Sei, com absoluta certeza, que não há uma população de coalas segura. Não me importo com o que dizem. Estive lá. Já vi isso. Já escrevi sobre isso. Eu me dedico a esse trabalho há 31 anos

Perceberam como as coisas funcionam para Deborah Tabart?

O Exagero Pode Prejudicar em vez de Ajudar nos Esforços de Conservação

Noah Greenwald, diretor de espécies ameaçadas de extinção do Centro de Diversidade Biológica — uma ONG norte-americana com sede no Arizona — acredita que o termo “funcionalmente extinto” pode gerar efeitos negativos.

Acho prematuro chamá-los de funcionalmente extintos. Isso quase sugere que deixamos de ter esperança, e acredito que ainda não chegou nesse ponto“, disse Noah.

Já a Dra. Jacquelyn Gill disse que há um grande espaço entre uma situação terrível e um ponto sem volta. Tal espaço permite que as pessoas entendam a situação e ajam.

Minha principal preocupação é que a confiança é um dos nossos maiores ativos, quando se trata da comunidade científica e da comunidade de conservação. E não quero ver isso sendo desperdiçado“, disse Gill.

A “AKF” Agiu Por Interesse Próprio?

Em maio deste ano, a revista “New Scientist” questionou a bióloga Christine Adams-Hosking sobre o motivo de tanto alarde por parte da AKF. Segundo ela, a declaração da AKF foi jogada na imprensa australiana às vésperas das eleições, nas quais questões ambientais, assim como as mudanças climáticas, estavam em alta. A AKF teria instigado os políticos a tomarem alguma atitude. Christine disse que “havia muita politicagem”, e que “de alguma forma o coala foi envolvido na história”.

Conclusão

Falso! Não há provas que os coalas estivessem “funcionalmente extintos” antes da onda de incêndios florestais, que assolou a Austrália em novembro de 2019, tampouco posteriormente. Além disso, os coalas não irão desaparecer da natureza (ao menos não por enquanto), e cerca de 80% de seu habitat natural não foi dizimado pela recente onda de incêndios.

Ao longo deste artigo mostramos como toda essa história evoluiu para chegar ao nível de desinformação que temos atualmente. Até o momento, os coalas são considerados uma espécie em estado de vulnerabilidade, que necessitam ser claramente protegidos, mas não estão em processo iminente de extinção.

- Publicidade -
Marco Faustinohttp://www.e-farsas.com/author/marco
Jornalista e colaborador do site de verificação de fatos E-farsas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. Entre junho de 2015 e abril de 2018, trabalhei como redator do blog AssombradO.com.br, além de roteirista do canal AssombradO, no YouTube, onde desmistificava todos os tipos de engodos pseudocientíficos e casos supostamente sobrenaturais.

Últimas Atualizações

- Publicidade -Compre o livro Marvin e a impressora Mágica de Gilmar Lopes

Ajude a Manter o E-farsas

- Publicidade -

Checagens Relacionadas

13 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Isso vai fechar em 20 segundos