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quinta-feira, março 28, 2024

Muçulmanos protestam nas ruas com o corpo de um terrorista, mas esqueceram de tirar a bomba do corpo do morto! Será?

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Muçulmanos saíram na rua em protesto pela morte de um terrorista, mas teriam esquecido de tirar o colete de bombas do corpo do suicida, que explode na multidão! Será verdade?

O vídeo tem menos de 2 minutos de duração e se espalhou através do Twitter na segunda quinzena de junho de 2019. Nele podemos ver o momento em que uma explosão ocorre em meio a um cortejo fúnebre!

O texto que acompanha as imagens assustadoras afirma que o corpo de um terrorista suicida que teria sido morto a tiros por forças israelenses estava sendo levado pela multidão, em forma de protesto, quando o colete suicida que ainda estava no corpo do terrorista explode e mata várias pessoas (que teriam esquecido de remover a bomba do corpo do homem)!!!

Será que o vídeo é real? Será que o caso aconteceu como foi espalhado nas redes sociais?  

Texto de uma das versões compartilhadas em vários perfis no Twitter: “Um terrorista suicida foi morto a tiros por forças israelenses, muçulmanos pegaram seu corpo e começaram a protestar e não sabiam que o colete suicida ainda estava no corpo do Terrorista que eles carregavam. Veja a merda que deu.”

Verdade ou mentira?

O vídeo é real, mas a história é falsa!

Apesar do vídeo fazer um certo “sucesso” em junho de 2019, ele é bem mais antigo. A publicação mais antiga que encontramos dele no YouTube é de 30 de junho de 2012. O título do vídeo é: Campo de Damasco Zemlka momento da procissão fúnebre:

Versão da fake news publicada no Facebook!

Origem

Tudo parece ter começado com uma publicação de um usuário do Twitter chamado Shyamal Ganguly, Chowkidar, no dia 14 de junho de 2019, sobre o tal vídeo. O usuário inseriu essa história, em inglês, do terrorista e também a de que o povo teria “esquecido” de desarmar a bomba do sujeito:

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Reprodução/Twitter

Segundo o jornal indiano The Print, a postagem já havia sido vista mais de 55 mil vezes antes de ter sido removido (não sabemos se foi retirado pelo Twitter ou se foi pelo próprio usuário).

A verdade mesmo é que o vídeo é um trecho de um atentado ocorrido em um funeral sírio, em 2012. Durante o cortejo fúnebre de um ativista chamado Abdul Hadi al-Halabi – que foi morto por um atirador do governo sírio – um carro-bomba explodiu, matando pelo menos 20 pessoas. O Los Angeles Times afirma que o número de mortes chegou a 85 e a CNN apurou que cerca de 300 pessoas ficaram feridas!

Abdul Hadi al-Halabi havia sido morto um dia antes, em 30 de junho de 2012 e sua morte foi lamentada por muita gente. Quanto ao carro-bomba, não se soube ao certo na ocasião quem foram os responsáveis pelo atentado!

Boato requentado

Segundo o jornal indiano The Print, essa não foi a primeira vez que essa história afirmando que o povo havia esquecido de desarmar a bomba do terrorista suicida circulou na web. Em junho de 2018, o mesmo texto (acompanhado do vídeo da explosão) havia sido bastante compartilhado em vários idiomas. Na ocasião, a versão dizia que o “esquecimento fatal do povo” teria ocorrido na Caxemira.

Anos antes, em 2015, boato semelhante já havia se espalhado – em inglês – só que o autor da fake news publicou como uma piada, afirmando que os “muçulmanos burros” teriam morrido após esquecerem de desarmar a bomba do suicida e que eles seriam candidatos ao prêmio Darwin Awards de 2015. O Darwin Awards é um concurso fictício que “premia” anualmente as mortes mais “burras” ocorridas no ano anterior.   

Conclusão

O vídeo que mostra uma explosão durante um cortejo ocorreu em 2012, na Síria, após um carro-bomba explodir e matar dezenas de pessoas que acompanhavam o corpo de um líder local! O texto que afirma que muçulmanos protestando contra a morte de um terrorista e se esqueceram de desarmar a bomba que estava presa ao cadáver é falsa e seu compartilhamento em larga escala só ajuda a enraizar ainda mais o preconceito que muita gente insiste em ter contra certas culturas e crenças!

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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5 COMENTÁRIOS

  1. Essa lenda que de islamofobia é piada. Antes de defender a religião islâmica voce devia viajar a um país islâmico e ver como essa religião é nefasta . Primeiro me diga um país islâmico que seja democracia ? 2 um país islâmico que não trate as mulheres como propriedade do marido ou do pai . 3 país islâmico que tolere outras religião. 4 país islâmico que tolere gay ( lá sim existe ódio contra gãy , Eu duvido deixarem fazer passeata gay em países Islâmicos ).
    5 ter casamento com crianças que nem faz o próprio profeta Maomé . Os árabes tem um cultura legal e interessante , já o islã tem cultura tóxica e hedionda igual sua religião . Espero que não bloquei meu comentário somente por eu falar a realidade

  2. Essa lenda que de islamofobia é piada. Antes de defender a religião islâmica voce devia viajar a um país islâmico e ver como essa religião é nefasta . Primeiro me diga um país islâmico que seja democracia ? 2 um país islâmico que não trate as mulheres como propriedade do marido ou do pai . 3 país islâmico que tolere outras religião. 4 país islâmico que tolere gay ( lá sim existe ódio contra gãy , Eu duvido deixarem fazer passeata gay em países Islâmicos ).
    5 ter casamento com crianças que nem faz o próprio profeta Maomé . Os árabes tem um cultura legal e interessante , já o islã tem cultura tóxica e hedionda igual sua religião . Espero que não bloquei meu comentário somente por eu falar a realidade

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