Foto mostra a frente de um prédio toda pichada e texto compartilhado afirma que se trata da fachada do prédio da Universidade de São Paulo (USP). Será verdade?
A imagem começou a se espalhar em fevereiro de 2019 nas redes sociais e voltou a ser compartilhada no Facebook e em grupos do WhatsApp na segunda quinzena de maio do mesmo ano. Nela podemos ver a fachada de um prédio repleta de pichações e o texto que a acompanha afirma que se trata de um patrimônio público, pois a construção pertence à Universidade de São Paulo!
Será que isso é verdade ou mentira?
Verdade ou mentira?
Uma busca reversa por essa imagem no TinEye mostra que há registros dessa fachada em publicações feitas em 2013, como essa publicada no Flickr por Kate Fisher, que tirou a foto abaixo em 2010, em São Paulo:
Outra resposta dada pelo TinEye nos leva ao site My Trips, em uma publicação de 2015. Nela podemos ver que a foto que se espalhou em 2019 como sendo da fachada da USP foi tirada do site São Paulo Antiga, do nosso amigo fotógrafo Douglas Nascimento, que, aliás, já foi entrevistado pelo E-farsas em 2010:
Uma busca no site São Paulo Antiga e descobrimos que o prédio da foto é, na verdade, o Edifício Elisa, localizado na rua Teodoro Sampaio, na zona oeste da capital paulista.
Abaixo, outra foto de outro ângulo da fachada:
A foto mais recente que encontramos do edifício Elisa é de 2017, disponível pelo Google Street View. Na ocasião, o prédio já não estava mais pichado e havia sido pintado de branco e vermelho.
Segundo essa reportagem de agosto de 2018, o edifício estava abandonado desde de 2002 e tem uma dívida de IPTU com a prefeitura de São Paulo na casa dos milhões de reais. Na ocasião da publicação da reportagem, o prédio estava ocupado por 130 pessoas.
E a USP, como é?
Através do Google Maps podemos ver uma série de fotos tiradas de vários prédios pertencentes à Universidade de São Paulo.
Conclusão
A fachada de um prédio completamente pichada não pertence à Universidade de São Paulo. Trata-se de uma foto antiga de um edifício localizado no bairro de Pinheiros a 4 quilômetros de distância da USP.
@Gilmar Lopes, já que vocês abordaram essa matéria, vocês poderiam mencionar e/ou mostrar um print screen de QUEM FOI que espalhou essa Fake News. No caso desta matéria em específico, o site O Globo: Fato ou Fake mostrou um Print Screen em que estava assinalado o canal Contraposição do Facebook (Canal de direita/extrema-direita) como um dos responsáveis por espalhar isso. Eu só acho que tão ou mais importante do que mostrar Fake News é identificar QUEM FOI/FORAM os (ir)responsáveis. Mas se vocês tem receios com processos e/ou não querem comprar brigas/tretas e só noticiar que é falso de modo genérico, aí com vocês. Abraços.
Branco e vermelho?!
Sei lá! Não é?
Bom, pode ser o caso do vestido, do tênis… Mas eu vejo marrom, bege. Vermelho só vejo no “mania 10”.
Pensei que fosse uma obra abandonada da USP. Desde que a crise começou várias obras estão paradas.