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quinta-feira, março 28, 2024

Campanha do ponto preto na mão é pela violência doméstica?

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Será verdadeira a campanha que ajuda a denunciar vítimas contra a violência doméstica através do desenho de um ponto preto na palma da mão?

A campanha chamada “Black Dot” começou no Facebook no dia 13 de setembro de 2015 e consiste em um procedimento feito para que as pessoas reconheçam vítimas de abusos ou de violência doméstica. A marca secreta seria um ponto preto pintado na palma da mão da vítima!

De acordo com o texto da campanha, os médicos e policiais já estariam sendo treinados para reconhecer essas marcas nas vítimas e ao avistarem pessoas com o tal ponto preto na palma da mão, já tomariam as providências cabíveis contra o agressor.

Milhares de pessoas já aderiram à campanha Black Dot, mostrando as palmas de suas mãos com o pontinho preto!

Será que esse método funciona mesmo?

Será que isso é verdadeiro ou falso?

Marca na palma da mão seria um código secreto para denunciar abusos domésticos! Será verdade? (foto: Reprodução/Facebook)
Marca na palma da mão seria um código secreto para denunciar abusos domésticos! Será verdade? (foto: Reprodução/Facebook)

Verdadeiro ou falso?

A ideia original dessa campanha surgiu em uma fanpage criada especialmente para isso (https://www.facebook.com/blackdotcampaign, já retirada do ar), no dia 13 de setembro de 2015 e logo se tornou viral, mas a ideia não foi pra frente pois – apesar de parecer uma boa ideia a princípio – pode ser bastante perigosa para quem é vítima de violência doméstica!

Fanpage criada para incentivar a denúncia por meio da pinta preta na palma da mão!
Fanpage criada para incentivar a denúncia por meio da pinta preta na palma da mão! (foto: montagem/R7)

Podemos imaginar o seguinte: Já pensou se o agressor de uma dessas vitimas descobre que está sendo “dedurado” na web?

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As pessoas que são abusadas em casa e/ou sofrem algum tipo de violência doméstica (mulheres, na grande maioria) são vigiadas por seus agressores, que estão sempre de olho em suas vítimas. Se houver alguma desconfiança de denúncia, isso pode gerar mais abuso.

Não há nenhuma menção dessa campanha em sites oficiais da polícia ou em sites de hospitais. Tudo indica que nenhum policial esteja sendo treinado para reconhecer esse sinal “secreto” que não é tão secreto assim!

A campanha Black Dot saiu da cabeça de algum norte-americano (ou de algum usuário que fala a língua inglesa), partiu de uma pessoa e não tem o apoio de nenhuma instituição (tanto é, que já saiu do ar).

A Project Santuary, uma das principais ONGs dos Estados Unidos de amparo às vítimas de violência doméstica, emitiu um comunicado mostrando os riscos que essa campanha traz. De acordo com essa entidade, as pessoas devem parar de tirar fotos com essas pintas pretas na palma da mão e pedir para remover imediatamente as fotos de quem já fez isso nas redes sociais!

Médicos reconhecem os sinais

Não é preciso que seja desenhado um ponto preto na palma da mão para que os médicos reconheçam sinais de violência doméstica. Um profissional da área da saúde pode notar sinais de hematomas no corpo do paciente e, de alguma forma, tentar conversar com a vítima em particular.

O difícil é a vítima entregar o seu agressor…

O que fazer, então?

Se você quiser fazer algo para denunciar algum tipo de violência doméstica, ligue 180, mas esqueça essa ideia perigosa de pintar um ponto preto na mão.

O serviço 180 é a Central de Atendimento à Mulher e foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), em 2005, para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país (a ligação é gratuita).

Ou seja, ao ligar para o 180 você será atendida(o) por pessoas treinadas para lidar com violência doméstica e você pode ligar não só para para pedir orientações como também para saber como agir no caso da vítima ser alguém que você conhece (ou você mesmo).

Conclusão

Não existe uma campanha de ajuda às vítimas de violência doméstica através de pintas pretas na palma das mãos! Essa ideia surgiu de alguém que talvez estivesse com boas intenções, mas essa ação pode ser muito perigosa. Se você conhece alguém que esteja participando desse movimento, peça que pare com essa “ajuda”!

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Gilmar Lopes
Gilmar Henrique Lopes é Analista de Sistemas. Trabalha com PHP e banco de dados Oracle e é especializado em criação de ferramentas para Intranet. Em 2002, criou o E-farsas.com (o mais antigo site de fact checking do país!) que tenta desvendar os boatos que circulam pela Web. Gilmar também tem um espaço semanal dentro do programa “Olá, Curiosos!” no YouTube e co-apresenta o Fake em Nóis ao lado do biólogo Pirulla! Autor do livro de ficção Marvin e a Impressora Mágica!

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17 COMENTÁRIOS

    • Disse tudo! Eu sempre duvido de qualquer tipo de campanha, mesmo porque, quando bem intencionadas, funcionais e legítimas, existe muito mais interesse econômico por trás do que humanístico, exemplo: outubro rosa. Saúde é uma preocupação constante e todos nós temos que ter acesso a todos os exames preventivos possíveis sempre!

      • Mas os exames preventivos, como por exemplo, os exames para detecção do câncer de mama são feitos e incentivados o ano inteiro.

        A campanha do outubro rosa não é para indicar o início de uma temporada de exames válidos somente nesse período e proibindo nos outros meses. A campanha do outubro rosa é uma campanha para lembrar e conscientizar as pessoas que devem procurar saber como estão de saúde, e os exames podem ser feitos a qualquer época do ano.

        Se alguma clínica ou hospital te informou que só podem fazer o exame para detectar o câncer de mama no mês de Outubro, te aconselho a denunciar este estabelecimento.

  1. Assim… depois que o mundo começou a ficar mais “feminino” a gente todo dia tem notícia de uma inutilidade bonitinha ou um eufemismo diferente.

    Agora todo mês tem uma cor diferente;

    No passado existiam as palavras “aleijado”, “gordo”, “burro”, “velho”, “feio”, e etc…
    Agora elas foram riscadas do mapa e substituídas por: “PNE”, “Plus Size”, “Pessoa com diferente percepção cognitiva”, “Pessoa de boa idade” e “Pessoa que não atende aos padrões de beleza impostos pela sociedade ocidental”, e etc…

    Vegetarianismo;

    Ultra proteção dos animais;

    Campanha de maquiar metade do rosto…

    Campanha para não se maquiar e explorar a beleza natural;

    Campanha para as mulheres não depilarem o sovaco, pois é uma imposição machista-patriarcal;

    Campanha para os homens depilarem o sovaco, pois as mulheres preferem assim e não há nada de mais em um homem raspar os pelos embaixo do braço;

    E outras coisas mais!

    Isso tem que acabar! A era dos Vikings tem que voltar! Os valores masculinos não podem morrer, ou, o mundo vai ficar chato pra cacete!

    • kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

      “Isso tem que acabar! A era dos Vikings tem que voltar!”

      Não estou tirando onda de vc irmão, mas achei muito fera sua frase. 🙂

      Já que vc esta falando de campanha disso e campanha daquilo, vamos fazer a campanha para a Volta da era Viking. \o/

      • Eu diria que uma coisa é homem e outra é masculino… uma coisa é a mulher e a outra é o feminino.

        Acho que você deve interpretar por outro viés. Embora os conceitos sejam parecidos, uma pessoa com seu grau de discernimento não vai distinguir. Tanto é que existem homens femininos e mulheres masculinizadas (sem necessariamente ser gay).

        A abordagem feminina é mais adequada a determinados campos, por exemplo: A arte. Uma pessoa nunca vai apreciar uma obra de Van Gogh, ou produzir uma arte de qualidade se seu lado feminino não for bem desenvolvido e isso não quer dizer que mesmo um machista não possa desenvolver (Vinícius de Moraes por exemplo!).

        Já a abordagem masculina se adequa melhor a outras situações, a exemplo: A produção. A visão mais simplista masculina, nos faz querer retirar tudo que é desnecessário de algum processo para alcançar um objetivo, o que não necessariamente implica que tenha que ser homem (Luiza Helena Trajano por exemplo).

        O que quero dizer, é que no quesito linguagem, a abordagem feminina é uma porcaria! Cheia de hipocrisias e falsos moralismos!

        Se tu é feio fisicamente, não há palavras que te façam ficar bonito!!! E digo mais, chama algum amigo teu de feio, vê se ele liga?

  2. Gosto do site de vocês, mas dessa vez fizeram uma pesquisa meio preguiçosa. Quando vi no Facebook essa história de ponto preto, e que era referido como sendo originalmente chamada de Black Point eu estranhei porque nesse caso ‘point’ não seria uma boa tradução. De fato quase nada aparecw no Google relacionado ao tema se a pessoa digita “Black Point”. Daí experimentei ‘Black Dot’, e descobri que é esse o termo em inglês. Não me parece que vcs estejam equivocados nas suas conclusões. Concordo com elas. Mas ‘Black Point’ não existe.

    • Também não entendi. O.o “besteirol politicamente correto”

      Alguém por conta própria tenta criar uma campanha contra a violência à mulher, onde a mulher deveria marcar uma espécie de sinal em seu corpo, indicando assim, para quem ela quiser mostrar, que sofre de violência doméstica.
      Uma ONG Norte Americana “Project Santuary” emite um comunicado informando que essa campanha não existe, ou que pelo menos não representa uma campanha oficial. Inclusive alertando aos participantes dessa campanha para que parassem com ela, devido ao alto risco de sofrerem mais violência ainda.

      dudu meu querido, me ajuda a achar o tal de “besteirol politicamente correto” que não estou encontrando.

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