Abraham Weintraub foi para o Banco Mundial para ter acesso às contas dos Ministros?

É verdade que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi nomeado por Trump para ao Banco Mundial para investigar as contas dos ministros do STF? 

A afirmação surgiu em diversos grupos do WhatsApp e também nas demais redes sociais na segunda quinzena de junho de 2020 e afirma que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub teria sido nomeado diretor do Banco do Mundial para investigar as contas fantasmas de ministros do STF, pois seu cargo permite que ele consiga acessar todas as operações ilegais feitas em paraísos fiscais do mundo!

Em algumas versões, a publicação ainda afirma que a indicação de Weintraub teria vindo do presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Será que isso é verdade ou farsa?

Verdade ou mentira?

A primeira coisa que chama a atenção nessa história é que nenhum jornal falou sobre isso. Tudo o que se sabe a respeito da suposta indicação de Trump vem de textos que circularam pelo WhatsApp. Não encontramos nada a respeito.

A indicação do ex-ministro para a direção do Banco Mundial partiu do presidente da República Jair Bolsonaro, no dia 18 de junho de 2020, mesmo dia em que Weintraub anunciou a sua saída do Ministério da Educação.

O Brasil divide a diretoria-executiva do Banco Mundial com a Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e Panamá. O presidente dos Estados Unidos não tem poderes para indicar um brasileiro para o Banco Mundial.

Além disso, se o governo tivesse mesmo o poder de colocar um diretor lá para investigar “a roubalheira” dos ministros, por que não nomeou alguém logo no primeiro dia de mandato? Por que esperar mais de um ano para isso?

O Banco Mundial tem acesso a todas as contas?

Não é atribuição do Banco Mundial fiscalizar contas e transações bancárias de ninguém. Também chamado de Bird (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento), o Banco Mundial faz parte das Nações Unidas e seu principal objetivo é tentar reduzir a pobreza e desigualdades sociais através de financiamento de créditos para projetos voltados para o desenvolvimento.

Os dados bancários são sigilosos em qualquer parte do mundo e o acesso a eles depende de mandado judicial.

Para os brasileiros, o sigilo bancário é uma garantia de privacidade assegurada pela Constituição Federal e a única forma de acesso é através de uma autorização judicial. Essa autorização só é concedida em casos de uma investigação. 

Só para você ter uma ideia do quão sigiloso é isso, nem mesmo o Banco Central possui acesso a estes conteúdos.

Conclusão

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub não foi nomeado por Donald Trump para ter acesso às contas em paraísos fiscais dos ministros do STF ou de quem quer que seja! Informações falsas!