É verdade que o senador Luis Carlos Heinze citou por engano um meme com a atriz pornô Mia Khalifa em seu discurso na CPI da Pandemia?
No dia 25 de maio de 2021, as redes sociais começaram a espalhar a informação de que o senador Luis Carlos Heinze teria citado por engano um meme envolvendo cloroquina e a atriz libanesa Mia Khalifa em seu discurso na CPI da Pandemia.
De acordo com o que circulou também em grupos do WhatsApp, Heinze teria apresentado erroneamente na CPI uma montagem compartilhada em 2020 da atriz, afirmando – na ocasião – que a moça se chamava Marcela Perereira e que ela era uma médica conceituada e apoiadora do uso de cloroquina no tratamento contra a COVID.
No Twitter, o nome da atriz foi um dos termos mais comentados do dia, assim como em outras redes sociais, mas será que o senador cometeu essa gafe?
Verdade ou mentira?
Apesar do senador realmente citar uma atriz pornô em seu discurso na CPI, no dia 25 de maio de 2021, ele não se referiu diretamente à libanesa Mia Khalifa ou a qualquer outro nome da indústria do entretenimento adulto.
O fato é que pouco tempo depois que o artigo científico foi publicado, foram descobertas algumas falhas na metodologia dos estudos feitos pela empresa e que dentre os funcionários da Surgisphere havia uma atriz pornô e um escritor de livros de ficção científica.
O que era apenas uma curiosidade (uma atriz pornô exercendo outras funções) acabou marcando o fato e muitos apoiadores do uso da cloroquina se apoiam nisso para invalidar ainda mais o estudo da Sugesphere.
Alguns sites de notícias como o Congresso em Foco publicaram uma errata corrigindo a informação de que o senador, de fato, não citou a Mia Khalifa na CPI.
A fala do parlamentar ocorreu durante interrogatório da secretária de Gestão, Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, mas em nenhum momento houve menção à Mia Khalifa:
“Muitos colegas comentaram aqui sobre trabalhos. A pesquisa da “The Lancet” era fraudulenta e envolvia uma companhia de fachada chamada Surgisphere que alegava ter registro de 671 hospitais que misteriosamente pediam para permanecer anônimos e alegavam que o tratamento com hidroxicloroquina teriam matado pacientes com COVID[…] Pesquisadores começaram a investigar e descobriram que a gerente de vendas da Surgisphere era, pasmem, uma atriz pornô. Não tenho nada contra. E a diretora científica era escritora de ficção. Não era uma grande entidade médica que contratou a pesquisa. Esse é o absurdo”, completou o senador.
A repercussão foi tão grande envolvendo o nome da libanesa que ela própria fez algumas publicaçõe no Twitter brincando com a situação e avisando que ela não é médica:
Ummm I don’t know who needs to hear this (Brazil), but I’m not a doctor, so don’t take medical advise from fake memes of me you found on WhatsApp… tchau♥️
Essa história de que uma atriz de filmes adultos teria feito parte dos estudos da Surgisphere surgiu, ao que tudo indica, de uma reportagem de junho de 2020 do jornal The Guardian e a moça em questão se chama Ariane Anderson.
Publicações nas redes sociais afirmam que a viúva do funkeiro Mc Kevin é advogada do PCC e teve 2 filhos com líderes dessa facção criminosa! Será verdade?
As acusações surgiram no final de maio de 2021 e vieram acompanhadas de uma ficha atribuída à advogada Deolane Bezerra, viúva do cantor Mc Kevin, morto no dia 16 de maio. De acordo com o texto que foi bastante compartilhado nas redes sociais e em grupos do WhatsApp, Deolane seria advogada do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil.
A advogada também teve, segundo o texto, um filho com Abel Vida Loka e outro com Celebridade, dois integrantes da facção.
O assunto, que foi bastante comentado nas redes sociais, traz consigo uma ficha com dados supostamente da advogada e ainda critica a mídia por estar transformando a advogada em celebridade!
Será que isso é verdade ou mentira?
Verdade ou mentira?
Como já mostramos diversas vezes aqui no E-farsas, uma das características de um boato digital é que seus criadores se aproveitam do assunto do momento para conseguir mais compartilhamentos e curtidas. A morte do funkeiro Mc Kevin, ocorrida no dia 16 de maio de 2021, gerou enorme comoção nas redes sociais e criou um terreno fértil para inúmeras teorias e acusações contra o cantor, sua família e amigos próximos.
Dois dias após a morte do cantor, desmentimos aqui um caso bastante disseminado que mostrava um vídeo que seria do exato momento da morte do músico. Na ocasião, mostramos que o vídeo não tinha nenhuma relação com a morte de Kevin, mas muitas outras inverdades continuaram sendo espalhadas.
Dessa vez, surgiu a afirmação de que a viúva de Mc Kevin seria advogada do PCC e que teria dois filhos com integrantes da facção, mas acontece que não há provas de que isso seja verdade.
A única “prova” é a ficha que acompanha o texto, mas ela não prova nada, visto que trata-se de um documento genérico e sem qualquer identificação de sua origem, tornando muito difícil a nossa tarefa de descobrir a sua procedência.
Por via das dúvidas em relação à veracidade dos dados pessoais da doutora, ocultamos detalhes do “documento”.
Em relação ao trabalho de Deolane Bezerra, ela é mesmo advogada criminalista. No entanto, mas não encontramos nenhum processo em que ela tenha trabalhado para algum integrante do PCC. Se você quiser também procurar dentre os 233 processos que citam o nome da advogada, o site Jusbrasil é um bom lugar.
Mesmo que fosse advogada de defesa de algum integrante do PCC, isso não pode ser considerado algo ruim para sua carreira e não é crime defender quem quer que seja, visto que o papel primordial da advocacia é o de defender e velar pelos interesses do cliente e evitar excessos por parte do Poder Público.
É verdade que o Dr. Vladimir Zelenko, criador do protocolo de tratamento da COVID com coquetel de remédios contendo hidroxicloroquina. vai ganhar o prêmio Nobel da Paz?
A afirmação o médico ucraniano-americano Vladimir Zelenko irá receber o prêmio Nobel da Paz por suas contribuições no tratamento precoce do novo coronavirus surgiu nas redes sociais na segunda quinzena de maio de 2021, sendo compartilhada também em grupos de WhatsApp.
O doutor supostamente laureado com prêmio ficou conhecido por promover um coquetel de três drogas (hidroxicloroquina , zinco e azitromicina) como parte de um tratamento ambulatorial experimental para COVID-19, que ficou conhecido como “Protocolo de Zelenko” e seu nome voltou a aparecer na web brasileira após ser citado em um requerimento na CPI da Pandemia.
Será que isso é verdade mesmo?
Verdade ou mentira?
Antes de iniciar a pesquisa específica em relação ao prêmio, vamos fazer um breve resumo sobre o doutor citado na corrente compartilhada nas redes sociais. O doutor Vladimir Zelenko virou manchete em março de 2020, quando publicou um vídeo dirigido ao então presidente dos Estados Unidos Donald Trump, afirmando ter testado com sucesso um tratamento experimental para COVID-19 em centenas de pacientes com sintomas semelhantes aos do coronavírus.
Seu tratamento experimental, segundo ele, consistia em um coquetel de três drogas:
a anti-malária hidroxicloroquina;
o antibiótico azitromicina;
o suplemento dietético sulfato de zinco;
Mesmo confessando que seu projeto de estudo não chegou a ser publicado em nenhuma revista científica, muita gente acreditou que o tal tratamento poderia ser promissor e apoiou o doutor. No entanto, as plataformas onde o vídeo foi publicado como o YouTube e Facebook removeram as publicações do doutor por “violação dos termos“.
Outras plataformas de rede social também puniram o médico, como o Twitter que suspendeu a conta de Zelenko por violar regras como “manipulação da plataforma e spam“.
Em abril de 2020, o doutor Zelenko foi alvo de investigação federal nos Estados Unidos, após dizer em uma palestra por videoconferência que a Food and Drug Administration (órgão norte-americano análogo à nossa Anvisa que regula produtos alimentícios e medicamentos nos EUA) havia concedido a aprovação a um ensaio clínico que ele estava ajudando a organizar. Após algumas semanas, Zelenko negou qualquer irregularidade e disse que achava que seu estudo tinha aprovação da FDA, mas que havia se equivocado.
No mês seguinte, a comunidade médica onde o doutor trabalhava como voluntário respondeu às afirmações do doutor, relatando que o médico não fazia mais parte da comunidade e que ele havia exagerado nos números referentes ao contágio da COVID.
Meses depois, em junho de 2020, o doutor Zelenko foi um dos “agraciados” com o Skeptical Scalpel, prêmio satírico dado aos profissionais que contribuem para o retrocesso da ciência em todo o mundo. Ele ficou entre o engenheiro molecular da Universidade de Toronto Sachdev Sidhu (que jura ter desenvolvido uma cura para a COVID-19 sem apresentar nenhuma prova disso) e o microbiologista francês Didier Raoult (um dos primeiros a insistir que a cloroquina curava pacientes do novo coronavirus).
Em uma entrevista ao então prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, Zelenko disse que havia prescrito seu coquetel para cerca de 450 pacientes que apresentavam os primeiros sintomas da covid-19, mas deixou claro que só receitou esses remédios para pessoas com mais de 60 anos ou com doenças crônicas, alegando receio por causa dos efeitos colaterais das drogas. O vídeo com a entrevista foi removido pelas plataformas sob a acusação de disseminação de informações falsas.
Cloroquina e derivados são eficazes contra a COVID?
Como o texto compartilhado nas redes sociais não especifica o ano da suposta premiação feita ao doutor, procuramos nas listas dos laureados no site do Prêmio Nobel e não encontramos nenhuma menção ao doutor. Em relação à edição de 2021, a lista de indicados é mantida em segredo pelo conselho norueguês do prêmio, mas quem foi indicado pode divulgar à vontade. É o caso do brasileiro ex-ministro da Agricultura, o mineiro Alysson Paolinelli, que teve seu nome aceito em janeiro de 2021. Os documentos de cadastro de Paolinelli no comitê do Nobel estão à disposição, o que não acontece com o doutor Vladimir Zelenko (que não apresentou nenhuma prova de que havia sido indicado para o Nobel da Paz).
Nesse resumo o nome do doutor não foi citado. Entre os mais de 300 indicados estão nomes como o de Donald Trump por sua contribuição na “paz” do Oriente Médio. Não encontramos o nome de Zelenko em nenhuma lista.
Cabe ressaltar que nem todos os indicados são, de fato, premiados. Ou seja, ser indicado não significa ganhar o prêmio.
Origens
Ao que tudo indica, essa história de que o dr. Zelenko havia ganhado (ou que irá ganhar) o Novel da Paz surgiu em fóruns de discussão ligados à teorias conspiratórias como esse, em março de 2021, e daí foi replicado sem as devidas comprovações.
Atualização 08/06/2021
O site DNA India publicou uma lista dos indicados ao prêmio de 2021. Como os nomes não são revelados pela entidade, o site se baseou em uma pesquisa feita pela agência Reuters com legisladores noruegueses e descobriu que os indicados incluem a ativista Greta Thunberg, a OMS e seu programa COVAX para garantir o acesso justo às vacinas COVID-19 para os países pobres, além de outros nomes.
O nome do dr. Zelenko (e tampouco da tal equipe de médicos citada) também não aparece nessa lista!
Atualização 11/10/2021
No dia 04 de outubro de 2021, a Academia Real das Ciências da Suécia anunciou que os ganhadores do Prêmio Nobel 2021 em Medicina são os norte-americanos David Julius e Ardem Patapoutian por suas descobertas sobre receptores de temperatura e toque no corpo humano. Conforme explicado no site do Prêmio Nobel, as descobertas da dupla de pesquisadores mostram como o calor, o frio e o toque podem iniciar sinais no sistema nervoso humano, o que é algo essencial para a sobrevivência.
“Estamos falando de 29 países que hoje têm protocolos de uso de cloroquina no mundo contra COVID. Países como China, países como Coreia do Sul, países como Cuba, que é mundialmente conhecida pela medicina avançada. Cuba tem um protocolo enorme para uso de cloroquina para COVID. Eu tenho esse protocolo todo impresso. Cuba tem um grande protocolo para uso de cloroquina para COVID”, afirmou o general da ativa aos senadores em seu depoimento.
Será que Cuba diminuiu os casos de COVID após o uso de cloroquina?
Verdade ou mentira?
A cloroquina e a sua derivada hidroxicloroquina são medicamentos usados no tratamento e profilaxia de malária, além de auxiliar no tratamento de amebíase extraintestinal, artrite reumatoide e lúpus eritematoso.
Voltando à Cuba, a ilha caribenha não adotou protocolo de combate ao coronavirus com cloroquina! Essa desinformação parece ter começado aqui no Brasil em publicações feitas em um site em julho de 2020, mas os dados apresentados pela reportagem distorcem falas das fontes originais.
O texto se baseia em declarações do pesquisador cubano Agustín Lage, consultor de um grupo de organizações que colabora com o Ministério da Saúde Pública de Cuba, mas uma busca pela reportagem completa revela que o especialista também disse que não há como provar que o medicamento influenciou ou não na melhoria dos pacientes.
“Eu não disse que a cloroquina foi responsável pela baixa mortalidade da covid-19 em Cuba. Este é um dos medicamentos, dentre outros. Na verdade, a baixa mortalidade no país é resultado da política de saúde estabelecida em plano único que envolve muitos ministérios e organizações do Estado e que inclui ações epidemiológicas e clínicas”
Aliás, o site Covid19CubaData lista o protocolo para o tratamento de pacientes cubanos com COVID e mostra que o governo não inclui hidroxicloroquina na lista de medicamentos recomendados. Esse site é atualizado pelo governo da ilha caribenha e disponibilizado para consulta por jornalista.
Situação atual da pandemia em Cuba
Basta uma simples busca no Google por “coronavirus cuba” para verificar que a informação de que os casos da doença em Cuba caíram é falsa. O gráfico abaixo mostra o contrário:
Medidas severas de restrição
Em abril de 2021, o governo cubano adotou medidas drásticas para tentar diminuir o contágio. Dentre as medidas estão restrições de mobilidade na ilha e sinalizações em casas onde possa haver pessoas contaminadas. O país tem média de quase 1.100 casos diários, cerca de 31% a mais que no fim de março de 2021.
A boa notícia é que Cuba começou a vacinar seu povo com imunizantes desenvolvidos no próprio país. Foram 5 projetos aprovados que trazem esperança aos cubanos.
Atualização: 27/05/2021
Alguns leitores entraram em contato para nos alertar de que há menção à cloroquina e derivados no protocolo cubano para pacientes com COVID. Achamos que cabe aqui mais alguns esclarecimentos.
O documento cita, de fato, a palavra “cloroquina” em algumas páginas, mas como uma recomendação para somente casos leves da doença. Mesmo assim, a recomendação é que o medicamento seja usado em doses baixas e em combinação com outros fármacos. Portanto, é errado afirmar que Cuba teve sucesso no combate à COVID com o uso de cloroquina.
Na página 25 do protocolo, há avisos bem claros sobre os efeitos colaterais da cloroquina:
Vários estudos, como esse feito em Cuba e publicado em novembro de 2020, mostram que a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina não foi totalmente comprovada, uma vez que os resultados não foram conclusivos. O mesmo estudo também alerta para as reações adversas desses medicamentos, sendo as reações cardiovasculares as mais perigosas, uma vez que ocorreram com certa frequência e em relação à dose administrada.
Conclusão
Não é verdade que Cuba adotou com sucesso protocolo incluindo cloroquina para pacientes com coronavirus. O medicamento e seus derivados chegaram a ser usados há quase um ano atrás, mas o governo de lá já não recomenda mais seu uso contra a COVID-19.
Gilmar Lopes, fundador do E-farsas, bate um papo descontraído com o Mussum Alive e Dani Birita do Quebrada Pod sobre as farsas da web. Ouça na íntegra!
No dia 19 de maio de 2021, foi ao ar o episódio 75 do podcast Quebrada Pod! com a participação do criador do E-farsas.com, Gilmar Lopes. O assunto não podia deixar de ser outro: fake news.
Em uma conversa descontraída, falamos um pouco sobre algumas notícias falsas que circulam nas redes sociais, além de dar alguns toques para que as pessoas não caiam mais nos boatos digitais.
Será que o vídeo compartilhado nas redes sociais mostram o momento do acidente que matou o funkeiro MC Kevin?
As imagens começaram a circular através das redes sociais na segunda quinzena de maio de 2021, poucas horas após a confirmação da morte do músico Kevin Nascimento Bueno, o MC Kevin, que caiu da sacada de um prédio no Rio de Janeiro no dia 16 de maio de 2021.
O vídeo possui cenas fortes e mostra uma pessoa caindo de um prédio. De acordo com o texto que acompanha as imagens, o fato seria um registro do exato momento da morte do funkeiro.
Será que isso é verdade? O vídeo é real e mostra mesmo o momento da morte do cantor?
Verdade ou mentira?
Na noite de 16 de maio de 2021, o cantor de funk Kevin Nascimento Bueno, conhecido como MC Kevin, caiu da varanda de um hotel onde estava hospedado no Rio de Janeiro, morrendo pouco depois após ser socorrido e levado ao hospital. Como o assunto da morte de uma pessoa famosa gera bastante assunto nas redes, muita gente se aproveitou para criar notícias falsas e muita desinformação sobre o assunto.
Somente com essas duas informações já podemos cravar com certeza que o vídeo compartilhado não tem a ver com a morte do cantor, pois o vídeo é claramente de um fato ocorrido de dia e num andar bem acima do 5º.
Uma busca reversa pelas imagens revela que o vídeo compartilhado em maio de 2021 como se fosse do MC Kevin é, na verdade, do final de abril de 2021, quando o casal boliviano Sarah Arauco Mendoza e Dagner Joaquín Rojas Talamas morreu ao cair de uma varanda do décimo segundo andar de um prédio na cidade de Santa Cruz (Bolívia).
Os dois jovens eram ex-participantes de um programa popular boliviano chamado ‘Calle 7‘ e os vídeos das mortes foram publicados pelos vizinhos, sendo bastante compartilhados na ocasião.
Investigações preliminares da Polícia não descartam a hipótese de feminicídio seguido de suicídio, mas o caso ainda está sendo investigado.
Conclusão
O vídeo compartilhado como sendo do momento da queda do cantor MC Kevin não tem relação com a morte do cantor, pois trata-se de um caso ocorrido semanas antes na Bolívia.
Publicações afirmam que o Governo Federal teria recusado a primeira oferta de 70 milhões de vacinas da Pfizer para aceitar uma de 100 milhões no futuro! Será verdade?
Na segunda semana de maio de 2021, diversas publicações feitas nas redes sociais afirmaram que o Governo Federal teria recusado a primeira oferta de 70 milhões de vacinas dos laboratórios Pfizer propositalmente em vista de um contrato posterior, onde pode negociar quantidades maiores com menores prazos de entrega.
Postagens de mesmo teor também foram feitas em outras redes sociais, como no Twitter por exemplo, obtendo igual engajamento.
Afinal, será que o Governo Federal recusou a primeira oferta de compra de vacinas da Pfizer de olho em melhores condições no futuro?
Verdade ou mentira?
No dia 13 de maio de 2021, a CPI da Pandemia ouviu o depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, que disse aos parlamentares que o laboratório fez não só uma, mas três ofertas de venda de vacinas contra a COVID-19 para o Brasil em 2020.
De acordo com Carlos Murilo, foi apresentado no dia 16 de julho de 2020 uma “expressão de interesse”, documento semelhante ao que foi enviado a todos os países procurados pela empresa. Ao todo, foram apresentadas 3 ofertas de venda para o Brasil nos dias 14, 18 e 26 de agosto de 2020, sendo que em 11 novembro, a Pfizer reduziu sua oferta ao Brasil apenas ao contrato de 70 milhões de doses do imunizante. Devido ao atraso na resposta do país à oferta, a empresa já não poderia garantir entregas ainda para 2020.
O depoente também explicou que duas semanas depois a empresa repetiu a oferta, com algumas condições diferentes “com base no registro sanitário aprovado” (que também foi recusada) e a próxima oferta só voltou a ser feita em fevereiro de 2021.
Abaixo, um resumo do cronograma da negociação das vacinas entre a Pfizer e o Governo Federal:
Maio e junho de 2020: Reuniões iniciais sobre status de desenvolvimento da vacina
16 de julho: apresentado uma “expressão de interesse” com resumo de condições de compra do imunizante;
6 de agosto: Ministério da Saúde manifestou possível interesse na vacina;
14 de agosto: Pfizer fez a primeira oferta: uma com 30 milhões de doses e outra com 70 milhões, com possível cronograma de entrega durante o final de 2020 e 2021;
18 de agosto: Segunda oferta, com 30 e 70 milhões de doses com previsão de entrega ainda para 2020;
26 de agosto: Terceira oferta, mas com entrega para primeiro trimestre de 2021;
11 de novembro: Oferta de 70 milhões com 2 milhões no primeiro trimestre, 6,5 milhões no segundo trimestre, 32 milhões no terceiro trimestre e 29,5 milhões no quarto trimestre.
24 de novembro: Mesma oferta anterior, mas com condições diferentes tendo como base o registro sanitário aprovado;
15 de fevereiro de 2021: Oferecidas 100 milhões de doses com 8,7 milhões no segundo trimestre, 32 milhões no terceiro trimestre e 39 milhões no quarto trimestre;
8 de março: O Governo finalmente assina um contrato de compra de 100 milhões de doses do imunizante da Pfizer, sendo 14 milhões no segundo trimestre e 86 milhões no terceiro trimestre de 2021;
23 de abril: O segundo contrato por mais 100 milhões de doses, considerando 30 milhões no terceiro trimestre de 2021 e 70 milhões no quarto trimestre de 2021 foi apresentado e ainda está em fase final de tratativas.
O governo não deu respostas
Segundo o depoente, a primeira oferta feita pela Pfizer tinha validade de 15 dias e o Governo Federal não respondeu:
“Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou e nem aceitou a conversa. Não tivemos resposta […] Todas as propostas que mencionei anteriormente foram formalizadas em documentos enviados ao Ministério da Saúde.”, disse Carlos Murillo à CPI.
Como resumiu bem o jornal O Tempo, o diretor geral da Pfizer na América Latina afirmou na CPI da Covid que a farmacêutica fez oito ofertas ao Governo Federal, sendo que apenas em março de 2021 – quase sete meses depois da primeira oferta – é que foi fechado o primeiro contrato para compra de vacinas contra a Covid.
Ou seja, até agosto de 2020, o Governo Federal poderia ter negociado lotes do imunizante para receber pelo menos 1,5 milhões da vacina da Pfizer ainda naquele ano, mas só foi assinar mesmo a compra sete meses depois, pagando ainda mais caro pelo produto.
De acordo com uma nota técnica assinada por Laurício Cruz, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, O Governo Federal irá pagar US$ 12 por unidade da vacina (algo em torno de R$63) na segunda compra. Ou seja, 20% mais caro do que o negociado no primeiro contrato da farmacêutica americana com o Ministério da Saúde, em que foi adquirida quantidade igual do imunizante. Isso dá algo em torno de R$ 1 bilhão a mais do que o valor anterior, valor esse que sai do bolso de todo “cidadão de bem” desse país por causa do descaso dos governantes.
O presidente foi contra vacina
Grande parte do entrave na compra das vacinas, não só as da Pfizer como de outros laboratórios, se devem à negação da eficácia desse tipo de abordagem por parte do presidente Jair Bolsonaro. Como podemos ver nesse vídeo do portal UOL, o presidente sempre se mostrou publicamente contra o imunizante:
Nesse outro vídeo, mais declarações do presidente sobre a vacinação:
Em outubro de 2020, o presidente cancelou a compra de vacinas da Sinovac, um dia após o Ministério da Saúde assinar o contrato:
Conclusão
É errado afirmar que o Governo Federal recusou uma oferta de compra de 70 milhões de vacinas da Pfizer em 2020 de olho em uma oferta melhor no ano seguinte. As compras só assinadas em 2021 com o laboratório atrasaram em muitos meses o início das vacinações!
Nesse segundo episódio, o mágico Daniel Prado conta algumas histórias a respeito de seitas famosas e de como elas fazem lavagem cerebral em seus membros!
O segundo episódio da segunda temporada de A Vida Fora da Caverna foi dividido em duas partes e nos traz explicações de como seitas destrutivas conseguiram (e conseguem até hoje) juntar pessoas e forçar seus membros a cometer atos inimagináveis e até autodestrutivos.
Daniel Prado faz levanta uma séria questão: Será que bolsonaristas são membros de uma seita?
Na primeira parte desse episódio, Prado conta algumas histórias e aborda alguns dos métodos usados em seitas pela história, como lavagem cerebral, controle da mente e hipnose.
Na segunda parte, Daniel Prado dá mais detalhes sobre como pessoas inteligentes são enganadas, além de listar semelhanças entre seitas destrutivas e o bolsonarismo.
Para entender tudo isso, ouça os dois episódios clicando nos players abaixo:
É verdade que um ex-gerente da Caixa Econômica Federal, foragido da justiça após roubar R$ 3 milhões do FGTS, é assessor do ministro do STF Dias Toffoli?
A imagem de um homem acompanhada de um texto já circula pelas redes sociais desde agosto de 2020 e voltou a ser compartilhada através de grupos no WhatsApp na segunda semana de maio de 2021. De acordo com o texto, o sujeito da foto é um ex-gerente da Caixa Econômica Federal e que ele teria fugido da polícia por mais de 4 anos após roubar R$ 3 milhões do FGTS.
O texto ainda afirma que o homem, ao invés de estar preso, estaria trabalhando como assessor de economia do ministro Antonio Dias Tofoli, no Supremo Tribunal Federal.
Será que isso é verdade?
Verdade ou mentira?
Uma das coisas mais fáceis de se fazer para espalhar desinformação é juntar uma foto qualquer com um texto simples e compartilhar nas redes sociais. O texto não precisa provar nada, o autor não precisa sequer datar a tal denúncia!
Nosso primeiro passo nesse caso específico foi tentar identificar o homem que aparece na foto. Através de buscas reversas de imagens, localizamos o sujeito. A história dele foi revelada em uma reportagem de 2013 do site O Globo.
O homem foi mesmo um gerente de uma agência da CEF e, anos antes, estava se esquivando da Justiça há alguns anos, após ser acusado de desviar R$ 3 milhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para contas bancárias de parentes. Na época da publicação da matéria, o sujeito trabalhava no STF em um cargo concursado.
Mais tarde, em 2009, após se entregar e confessar o desvio de R$ 2,5 milhões, O servidor foi condenado por lavagem de dinheiro a sete anos de prisão em regime semiaberto (pena essa que depois foi convertida para regime aberto).
Ainda, segundo o jornal O Globo, foi aplicada uma multa de R$ 50 mil ao criminoso, além da proibição ao servidor de exercer funções comissionada até 2012. Portanto, em 2013, ele já havia cumprido a sua pena e estava apto a trabalhar em cargos de confiança.
Em resposta ao jornal Estadão em setembro de 2020, o STF confirmou que o homem da foto estava trabalhando na Secretaria Jurídica e que negou que que ele tenha ocupado o cargo de assessor de Toffoli.
“Nunca houve comunicação formal ao Tribunal a respeito da prática de crimes”, informou a nota ao jornal.
Uma busca no site do STF mostra que o homem trabalha como analista judiciário da instituição (o site do STF estava fora do ar no momento da consulta, por isso colocamos um link arquivado da busca que fizemos no Google com o nome do sujeito).
Conclusão
É verdade que um ex-gerente da CEF ficou foragido por 4 anos sob acusação de desvio de R$ 3 milhões. Também é verdade que ele trabalha no STF e que já cumpriu a sua pena. É falsa a afirmação de que ele seja assessor do ministro Dias Toffoli.
Publicações nas redes sociais apresentam 3 modelos da caneta Bic Cristal e afirmam que ela não teve nenhuma alteração desde 1955! Será verdade?
A colagem de fotos de 3 canetas Bic circula na web desde 2016, mas voltou a ser compartilhado em publicações no Facebook na segunda quinzena de maio de 2021. A imagem mostra supostamente uma BicCristal de 1955, uma de 1985 e uma terceira que, de acordo com a legenda que a acompanha, seria do modelo de 2015.
Ao mostrar que as 3 canetas são iguais, o texto dá a entender que o design da caneta é tão perfeito que nunca precisou de alterações.
Será que isso é verdade?
Verdade ou mentira?
A Bic Cristal é uma caneta esferográfica bastante popular no mundo todo! Foi projetada sob encomenda do empresário francês Marcel Bich, que havia comprado as patentes de um inventor húngaro-argentino László Bíró anos antes.
A caneta esferográfica inventada por Bíró fazia tanto sucesso que esse tipo de caneta (diferente da tradicional caneta-tinteiro) acabou ganhando o nome de “caneta biro”.
A sacada de Bich foi a de produzir uma caneta cujo valor fosse incrivelmente baixo, para que ela fosse descartável e, assim, sua empresa iria ganhar na quantidade de vendas. Daí nasceu o conceito da Bic Cristal.
Para efeitos de comparação, enquanto as primeiras canetas esferográficas no Reino Unido custam cerca de 55 xelins (algo em torno de 100 dólares nos dias atuais), uma Bic custava apenas um xelim.
Bich estava muito certo em seu palpite, pois a sua caneta alcançou 100 bilhões de unidades vendidas em 2006!
Essa reportagem da BBC conta com detalhes como foi a saga de uma das mais bem sucedidas criações do século passado. Aliás, vale muito a pena ler e contemplar as excelentes ilustrações feitas para a matéria com a famosa esferográfica.
Homenagem a essa grande invenção da humanidade:
A Bic não sofreu nenhuma alteração nesses anos todos?
O desenho da caneta Bic Cristal atual mantém as mesmas características de sua antepassada, de 1950 – como podemos ver no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque -, porém algumas alterações foram feitas nessa esferográfica desde a sua estreia.
30 anos antes, em 1961, a empresa parou de fabricar a Bic Cristal com a tradicional ponta esférica de 1 milímetro de aço e passou a utilizar esferas de tungsténio.
Além disso, logo nos seus primeiros anos, a caneta também ganhou um furinho na sua lateral, que serve para igualar a pressão de dentro com a de fora da Bic.
A Bic chegou ao Brasil em 1961, e, durante algum tempo, era proibido assinar documentos e cheques com esferográficas. Mesmo assim, a Bic vendeu 3,6 milhões de unidades em seu primeiro ano no país.
Conclusão
É verdade que as canetas Bic Cristal não tiveram muita alteração em seu design desde quando foi lançada, em 1950. No entanto, uma série de melhorias incrementais foram feitas nessa ferramenta desde então.
Vídeos publicados no Tik Tok mostram o perigo de se tirar fotos mostrando os dedos, pois hackers podem clonar impressões digitais através delas! Será verdade?
Será que é possível clonar as impressões digitais de alguém apenas através de fotos? De acordo com vídeos publicados no Tik Tok e em grupos do WhatsApp no final de abril de 2021, há um perigo real em tirar fotos mostrando as pontas dos dedos, pois hackers poderiam copiar as impressões digitais das vítimas e, de posse delas, invadir aparelhos de celular, contas bancárias e muito mais!
A recomendação, segundo o que se espalhou nas redes sociais, é que as pessoas nunca tirem fotos mostrando os dedos.
Será que isso é verdade? Assista a uma das versões do vídeo abaixo, que no Tik Tok já foi compartilhado quase 5.000 vezes:
A resposta curta para isso é: Não! Ainda não é possível criar uma cópia tão boa de uma impressão digital a partir de fotos que consiga enganar um sistema de biometria.
Na ocasião, o rapaz que se identificou como Jan Krissler revelou que usou a compilação de fotos em um software e que teria gerado as digitais em um aparelho (algum tipo de impressora 3d bastante avançada para a época) e recomendou que a ministra (e demais pessoas públicas) passasse a usar luvas como medida de segurança.
Apesar do barulho que os estudos de Krissler causaram naquele final de 2014, é bom deixar claro que o hacker não apresentou nenhuma digital impressa e tampouco conseguiu desbloquear nenhum sistema com os dados que teriam sido capturados.
Alguns meses antes, em setembro de 2014, alguns bancos internacionais começavam a introduzir o reconhecimento biométrico entre seus clientes, mas em conjunto com as veias dos dedos e, de acordo com a BBC, essa técnica também já era usada em caixas eletrônicos no Japão e na Polônia.
Ou seja, mesmo que fosse possível clonar uma impressão digital a partir de fotos, a grande maioria dos sistemas de segurança já necessitavam de dedos vivos para funcionar!
O grupo de entusiastas hackers chineses afirmou ter conseguido contornar a segurança biométrica de um smartphones em apenas 20 minutos usando fotografias de impressões digitais deixadas em um vidro.
O líder da equipe, Chen Yu, pediu para que uma pessoa da plateia tocasse em um vidro, e as impressões digitais resultantes foram então fotografadas. Usando um aplicativo especialmente desenvolvido, a fotografia da digital foi processada e supostamente impressa em um hardware que não foi divulgado publicamente.
O grupo não deu muitos detalhes de todo o processo e a digital clonada teria conseguido enganar três smartphones durante a apresentação.
Reforçando aqui que as digitais foram obtidas a partir de marcas feitas em um vidro e não diretamente de fotos de dedos.
As tentativas zoom nas imagens de dedos produziam na época um borrão em tons de pele, em vez de cristas e redemoinhos altamente específicos necessários para reproduzir seus dados biométricos.
O pessoal do site Freedom ID, entidade especializada em segurança contra roubo de identidade, investigou esse boato na época e descobriu que ele pode ter surgido em uma empresa que comercializava um “filme de segurança“. Um tipo de plástico que deve ser usado na ponta dos dedos para evitar que alguém roube suas impressões digitais.
O método para supostamente clonar digitais a partir de fotos para quebrar a segurança biométrica de um smartphone seria algo tão dispendioso e demorado que talvez não valha a pena. Mesmo que alguém tenha cópias das suas digitais, ainda seria preciso ter acesso físico ao smartphone e/ou a outras informações (no caso de um caixa eletrônico de um banco, por exemplo).
Além disso, a biometria de impressão digital dos bancos atualmente combinam vários fatores, o que torna esse tipo de fraude quase impossível.
Caso você tenha mesmo preocupação com a sua segurança em suas fotos publicadas nas redes sociais, há outros cuidados mais importantes como evitar revelar a sua localização (evitar tirar fotos na frente da escola dos filhos ou das crianças com o uniforme, ou na frente de casa), ou evitar a divulgação de sua rotina diária.
Conclusão
Não há nenhuma prova de que hackers consigam clonar impressões digitais a partir de fotos das mãos das vítimas. Ao invés de se preocupar em não fotografar as próprias mãos, evite tirar fotos que identifiquem seus dados sensíveis como localização, horários de rotina etc.
Homem aparece em vídeo voando em cima de um enorme drone em uma avenida. Será que isso é verdade ou farsa?
O vídeo apareceu nas redes sociais na última semana de abril de 2021 e mostra um homem voando baixo em uma avenida pouco movimentada, numa espécie de hoverboard.
Com apenas 40 segundos de duração, a cena chamou muito a atenção e as imagens foram compartilhadas centenas de milhares de vezes nas redes sociais e também em grupos do WhatsApp.
A notícia ruim é que o preço do veículo vai ser bem salgado: o modelo de 10 hélices deve custar cerca de US$ 36 mil (o que em real dá uns 200 mil).
No vídeo a seguir, a Omni mostra o voo que deu à empresa uma menção no livro Guinness dos recordes como a primeira a fabricar um hoverboard funcional:
Especificações
O hoverboard é um tipo de drone gigante, tem modelos com 8 e 10 hélices e possui uma estrutura de fibra de carbono. Ele é operado por controle remoto (que vai nas mãos do condutor) e, segundo o que diz a fabricante, pode levar até 227 quilos.
Conclusão
O vídeo que mostra um homem voando em um drone gigante é verdadeiro! O hoverboard existe mesmo e estará à venda em breve para o público em geral (de acordo com os fundadores da empresa que desenvolve esse projeto).
Imagem compartilhada nas redes sociais mostra capa do jornal norte-americano com a manchete “Brazil Whants To Be Free” e fotos de manifestações no Brasil! Será verdade?
A suposta capa do jornal The New York Times foi compartilhada na primeira semana de maio de 2021, no dia seguinte às manifestações pró e contra o Governo Federal que ocorreram em todo o país!
Na imagem podemos ver o jornal norte-americano com a manchete “Brazil Whants To Be Free” juntamente com fotos de manifestações ocorridas no Brasil.
O jornal teria dedicado sua primeira página inteira para mostrar como o povo brasileiro estaria manifestando seu apoio ao presidente e desejando liberdade a todo custo.
Será que isso é verdade mesmo?
Verdade ou mentira?
Logo de cara, podemos notar que a imagem foi manipulada grosseiramente. A diferença entre os títulos e o corpo das chamadas mostram que tudo não passa de uma pobre fotomontagem:
Uma busca no site do jornal New York Time pela edição impressa do dia 1º de maio de 2021 e encontramos a capa real, que não traz nada relacionado às manifestações brasileiras:
A edição do dia 2 também não trouxe nada a respeito:
Pra finalizar, cabe ressaltar alguns errinhos cometidos pelos brilhantes fraudadores de capas de jornais: a forma correta de dizer “Brasil quer ser livre” em inglês é “Brazil wants to be free” e não “Brazil whants to be free”. A palavra “wants” escreve-se sem o “H”.
A frase “Brazil from Bolsonaro” também não está correta, pois o certo seria “Bolsonaro’s Brazil” (ou “Brasil de Bolsonaro” em inglês).
Se essa capa fosse real, os editores do New York Times não iam deixar passar esses erros…
Atualização 04/05/2021
No dia 04 de maio de 2021, o perfil oficial do jornal New York Times se pronunciou a respeito, negando ter publicado a capa que circulou em seu nome:
Estamos cientes de que uma versão manipulada da primeira página do New York Times circula na internet com matérias falsas e uma imagem de manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro. O New York Times não publicou essa capa (1/2) pic.twitter.com/NSDLIle1sO
No vídeo dessa semana, explicamos a verdade sobre 7 notícias falsas que se espalharam envolvendo o nome do presidente Jair Bolsonaro.
A ideia desse vídeo não é a de “passar pano” pra político e tampouco enaltecer essa turminha. Não existe santo na política! Queremos apenas apenas mostrar que o E-farsas não tem lado político e que desmentimos notícias falsas aqui desde 2002, independente de qual lado venha.
Para mostrar a nossa isenção e também para mostrar que não somos partidários, revelamos agora a verdade sobre 7 fake news envolvendo o presidente Jair Bolsonaro.
É verdade que a ativista ambiental sueca Greta Thunberg disse para os chineses pararem de derrubar árvores para fazer pauzinhos, mas foi avisada que o hashi é feito de bambu?
O texto ganhou força em compartilhamentos nas redes sociais e em grupos do WhatsApp no final de abril de 2021 e narra uma saia justa pela qual a ativista ambiental Greta Thunberg teria passado em um encontro com chineses. Segundo o que diz no texto, Greta teria pedido aos chineses que parassem de derrubar árvores para fazer hashi (os pauzinhos usados como talher por orientais e asiáticos), mas teve uma resposta não muito elegante, pois os chineses teriam a aconselhado a voltar para a escola para aprender que os hashis são feitos de bambu.
Além disso, completa o texto, a adolescente teria passado uma vergonha ainda maior quando os chineses a aconselharam a não usar papel higiênico, visto que ele é feito de madeira!
Será que isso é verdade ou mentira?
Verdade ou mentira?
O hashi é usado como talher em uma tradição milenar entre os povos do Extremo Oriente, como a China, o Japão, o Vietnã e a Coreia. Apesar de ser popular a versão feita com bambu, o hashi também pode ser de madeira, marfim ou metal, e de plástico mais recentemente.
Sobre o papel higiênico, curiosamente, ele também surgiu na China. O primeiro uso de papel higiênico na história humana data do século VI, na China medieval, quando no ano de 589 o funcionário público Yan Zhitui escreveu sobre o uso desse importante item de limpeza corporal.
O papel higiênico brasileiro é feito com papel reciclado ou com a polpa da madeira sustentável de eucalipto, como mostra o vídeo abaixo:
Greta Thunberg disse isso?
Procurando por publicações em outros idiomas sobre o assunto, descobrimos que essa história envolvendo o tal pedido da adolescente aos chineses circula desde janeiro de 2020, quando uma postagem sobre o suposto discurso da ativista surgiu no Twitter, sem nenhuma fonte, e em inglês:
Greta said don’t use chopsticks. Cuz it is symbol of environmental destruction. #GretaThunberg you acclaim panda to stop biting bamboo. I think you should shut up. Cuz you waste oxygen and made smelly CO2 emission. pic.twitter.com/w99UYRn3Cr
Alguns meses depois, em abril de 2020, a agência de checagem norueguesa Faktisk tentou localizar provas de que Greta Thunberg disse algo relacionado a hashis e desmatamento e não encontrou nada sobre isso ter acontecido.
Em resposta à agência Reuters, a assessoria de imprensa da menina negou que ela tenha feito tal afirmação a respeito dos hashis.
Antes de finalizar, gostaríamos de deixar essa matéria de 2013 do jornal norte-americano Washington Post que levantou na ocasião que cerca de 80 bilhões de palitos descartáveis eram produzidos anualmente na China. Isso, segundo o jornal, fazia com que cerca de 20 milhões de árvores fossem cortadas por ano, “destruindo florestas” para alimentar a tradição, afirmava o texto.
De acordo com essa matéria de 2013 do jornal Epoch Times, as próprias autoridades chinesas tem consciência disso. Tanto é que eles já haviam aumentado em 5% os impostos para esses utensílios, em 2006, e em 2008, várias celebridades chinesas fizeram uma campanha para que o povo parasse de usar o tal hashi.
É… talvez, se a Greta tivesse mesmo pedido para os chineses pararem de comer com hashi para preservar o meio ambiente, não estaria de todo errada…
Conclusão
Não há provas de que a ativista ambiental Greta Thunberg tenha pedido aos chineses que parassem de comer de “palitinho” para acabar com o desmatamento! Notícia falsa!
Assunto voltou a ser comentado na web após exemplo dado pelo presidente Bolsonaro em entrevista! Afinal, é verdade que o torniquete é recomendado para vítimas de picada de cobra?
No entanto, uma afirmação feita pelo presidente quase passou em branco dentre as falas do presidente: Bolsonaro disse que, em caso de emergência, é preciso se fazer alguma coisa, e citou como exemplo o tipo de socorro que se deve prestar a uma vítima de picada de cobra.
Segundo Bolsonaro, é preciso fazer uma sucção ou um torniquete no local ferido!
A recomendação foi comentada nas redes sociais e levantou uma série de dúvidas. Afinal, o que deve ser feito em caso de picada de cobra?
Essa história do torniquete ajudar no tratamento de urgência é verdade mesmo?
Verdade ou mentira?
Nessa reportagem de janeiro de 2020 do UOL, foi levantado que entre 2000 e 2018, o Ministério da Saúde havia registrado 500.901 acidentes com cobras no país. Ou seja, algo em torno de 26 mil picadas em média por ano.
A mesma reportagem também ouviu especialistas que foram unânimes: não se deve fazer torniquete e/ou sugar o local da ferida em hipótese alguma!
Para quem ainda hoje em dia acredita que chupar o local da picada ajuda, saiba que isso favorece a entrada de microrganismos na ferida, podendo causar outras infecções (que podem resultar em problemas até maiores que os causados pela picada).
Nesse vídeo feito em parceria com o Instituto Butantan, o repórter Celso Cavallini esclarece várias dúvidas a respeito de picada de cobras e a partir do 27º minuto começa a falar sobre torniquetes:
Procuramos um especialista
Entramos em contato com o biólogo Henrique Charles, profissional especializado em cobras que já nos ajudou a esclarecer vários boatos que circulam pela web. Henrique nos explica que o uso de torniquete é contraindicado para casos de picada de cobras, pois pode-se criar um edema no local e as consequências podem ser muito graves:
“NUNCA faça TORNIQUETE! A peçonha já circulou e o torniquete poderá aumentar o edema e a necrose no local, além de dificultar a ação do soro antiofídico. O torniquete aumentará as chances de amputamento ou perda de mobilidade dos membros.”
Henrique também explica que não é preciso perder tempo tentando capturar o animal:
“Se a serpente estiver visível, pode tirar algumas fotos, mantendo distância segura. Não perca tempo com o animal, não é necessário!
No hospital, o médico fará exames clínicos para saber que tipo de soro deverá administrar, caso confirme o envenenamento.”
Segue abaixo a nota completa enviada pelo biólogo Henrique para o E-farsas:
O que fazer em caso de Picada de Cobra:
Se possível, lave o local da picada com água e sabão e procure socorro imediatamente. Beba água, beba muita água! Procure o hospital de emergência o mais rápido possível! Caso não seja possível, acione um dos serviços: bombeiros (193), SAMU (192) ou defesa civil (199), pois todos estes órgãos estão devidamente capacitados para socorrer vítimas de serpentes peçonhentas! Mantenha o acidentado calmo, de preferência com a área da picada elevada e o paciente deitado. Se a serpente estiver visível, pode tirar algumas fotos, mantendo distância segura. Não perca tempo com o animal, não é necessário! No hospital, o médico fará exames clínicos para saber que tipo de soro deverá administrar, caso confirme o envenenamento.
O que NUNCA FAZER: NUNCA faça TORNIQUETE! A peçonha já circulou e o torniquete poderá aumentar o edema e a necrose no local, além de dificultar a ação do soro antiofídico. O torniquete aumentará as chances de amputação ou perda de mobilidade dos membros. Nunca use produtos como emplastros, urina ou pó de café, pois poderão contaminar o local e te farão perder o tempo precioso para o atendimento adequado. Nunca faça cortes, furos ou chupe o local da picada. Isso poderá causar hemorragia ou contaminação grave. Não atrase o atendimento médico, na busca por tratamentos alternativos, nem tentando capturar a cobra, pois poderá ser picado novamente, ou aumentar o número de vítimas, além de perder um tempo crucial, diminuindo as chances de uma recuperação plena e rápida. Mantenha a vítima hidratada e calma e vá imediatamente para o hospital!
Biólogo Henrique Abrahão Charles e Bióloga Rita de Cássia Lamonica Charles Especialistas em Serpentes Para mais informações acesse o nosso site www.biologohenrique.com e siga o Biólogo Henrique nas redes sociais @biologohenrique
O que fazer em caso de picada?
Lavar o local da picada com água ou com água e sabão;
Manter o paciente deitado e hidratado;
Procurar o serviço médico mais próximo;
O que não fazer em caso de acidente com cobras?
Não fazer torniquete ou garrote;
Não cortar o local da picada;
Não perfurar ao redor do local da picada;
Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes;
Não beber bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos;
Não perder tempo tentando capturar o animal.
Como sempre, a prevenção é o melhor remédio
O melhor mesmo é evitar picada de cobras! Como as cobras nunca atacam e sempre picam por se defender, o recomendado é evitar acidentes:
Use calçados de cano alto em áreas de matas e beiras de rios;
Recomenda-se o uso de luvas de couro ao manusear lenha, folhas secas etc.;
Como a maioria das serpentes está mais ativa ao amanhecer e ao entardecer, evite caminhar em vegetação rasteira e jardins nesses períodos;
Mesmo de luvas, nunca coloque as mãos dentro de tocas ou buracos na terra;
As cobras também gostam de ficar em ocos de árvores, cupinzeiros etc. Portanto, evite manusear esses locais;
Acabe com os ratos do local. As cobras adoram essa “delícia” e a falta de oferta do alimento deve afastá-las.
Conclusão
Não use torniquete e não sugue o local da ferida de picada de cobras! Esses procedimentos acabam por agravar o quadro do paciente!
Imagem compartilhada nas redes sociais afirma que 2% da arrecadação de impostos dos veículos com placa do Mercosul são enviados para a entidade Reconstrucción Nacional de Cuba (Renac)! Será verdade?
A imagem voltou a circular em diversas publicações nas redes e também em grupos do WhatsApp no final de abril de 2021 e mostra uma placa de automóveis do novo modelo adotado por países que fazem parte do Mercosul.
Compartilhado juntamente com a imagem, um texto revela um suposto esquema criado para beneficiar Cuba, onde 2% de tudo o que é arrecadado de impostos de veículos que usam esse tipo de placa estariam sendo enviados para a reconstrução daquele país, por meio de uma entidade chamada Renac (que, de acordo com o texto, seria uma sigla para “Reconstrucción Nacional de Cuba”)!
“[…] um processo de integração regional conformado inicialmente pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai ao qual recentemente incorporaram-se a Venezuela e a Bolívia, esta última em processo de adesão.”
“A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente.”
A Renac existe?
Nas nossas buscas, não encontramos nada relacionado à tal da Reconstrucción Nacional de Cuba (apenas sites e blogs que copiaram o mesmo texto que se espalha pela web desde 2018).
De acordo com o Detran-RJ (Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro), a placa possui o símbolo do Mercosul, a bandeira do Brasil, a bandeira do estado e o brasão da cidade em que o veículo foi registrado. Em 2018, quando o órgão listou os elementos presentes na então nova placa, a obrigatoriedade desses dois últimos itens (a bandeira do estado e o brasão da cidade em que o veículo foi registrado), ainda estava sendo reavaliada pelo Ministério da Cidade.
Desinformação recorrente
Essa notícia falsa já foi desmentida em 2018 por vários veículos de imprensa, como o Portal do Trânsito, que explicou na ocasião que tanto a Resolução Mercosul/GMC/ nº 33/14, quanto a Res.729/18 do Contran não fazem menção a qualquer tipo de arrecadação, muito menos em relação a inscrição Renac na placa.
Tanto isso é verdade que ao fazer uma busca reversa por essa imagem da placa que voltou a ser compartilhada em abril de 2021, encontramos a imagem original – publicada em setembro de 2018 – que não tem a inscrição “RENAC”.
Como podemos comparar abaixo, a foto da placa original foi adulterada:
Conclusão
É totalmente falsa a afirmação de que 2% da arrecadação de impostos de veículos do Mercosul são revertidos para a reconstrução de Cuba (Renac)! Essa mesma desinformação já havia circulado em 2018, quando foi desmentida por diversos órgãos de imprensa!
O documento teria sido enviado para as chefias dos núcleos jornalísticos da TV Globo com instruções para descredibilizar o Governo e focar nas mortes pelo novo coronavirus! Será verdade?
A imagem surgiu no final de abril de 2021 e mostra uma foto de um documento sigiloso divulgado por um apresentador que havia sido demitido das Organizações Globo, com instruções rígidas para que o Jornalismo da casa focasse apenas na COVID-19 e tentem descredibilizar as ações do Governo no combate à pandemia do novo coronavirus.
Dentre as 10 ordens contidas no documento vazado, a direção da emissora teria proibido que os jornais mencionassem o número de pacientes recuperados em 2020 e que dedicassem 80% do tempo à temática da COVID.
Será que esse documento é real?
Verdade ou mentira?
Antes de prosseguir, uma coisa precisa ficar clara aqui: a Rede Globo de Televisão é uma das maiores emissoras do mundo e, assim como toda empresa, deve possuir regras e diretrizes que todos seus colaboradores devem seguir. No entanto, esse “documento” que se espalhou através de grupos do WhatsApp está longe de ser real e explicamos os motivos a seguir.
A primeira coisa que chama a atenção no tal documento é que ele está cheio de erros ortográficos. Por mais defeitos que a Rede Globo possui, transmitir um documento tão importante como esse, ainda que de forma sigilosa, ocorreria com um esmero maior, sem erros grotescos como “republica” (sem acento no “u”) e “politica” (sem o acento no primeiro “i”).
Outro detalhe que denuncia a fraude é o logotipo utilizado no documento. Como podemos ver no site da emissora, quem fez a tal carta usou uma versão antiga, de 2008:
Até aqui esperamos que você já tenha chegado à mesma conclusão que nós: de que o documento é falso! Mas vamos supor que você ainda tenha alguma dúvida, podemos fazer um teste aleatório com qualquer telejornal da TV Globo, de qualquer dia e de qualquer horário.
Vamos no carro-chefe da casa, a edição do Jornal Nacional do dia 15 de abril de 2021. Logo de cara, o site da Globo mostra uma das manchetes: “A Caixa Econômica antecipa os saques do auxílio emergencial” uma notícia não relacionada à COVID…
A Globo disponibilizou 18 vídeos de notícias apresentadas nessa edição do Jornal Nacional, sendo apenas 5 sobre assuntos relacionados à pandemia (apenas 27% do telejornal foi sobre o novo coronavirus e não 80% como exige o tal documento vazado). A mesma edição falou de outros assuntos, como a notícia do treinador Renato Gaúcho não ser mais o técnico do Grêmio.
Pegando como referência outro telejornal da Globo, o Jornal Hoje, podemos constatar que dos 27 vídeos da edição do dia 26 de abril de 2021 disponibilizados no site da emissora, apenas 12 tem alguma relação com a pandemia (cerca de 44%).
A edição de um dos telejornais da emissora do dia 22 de abril de 2021, por exemplo, também contraria uma das “ordens expressas” contidas no “documento” ao noticiar a morte do ex-deputado Edmundo Galdino. O político morreu de parada cardíaca.
O Jornal Nacional também noticiou outras mortes (que não das causadas pela COVID-19), como essa de um instrutor de voo que morreu em acidente com um jatinho:
Mais um ponto que nos ajuda a determinar com certeza que se trata de um documento falso é que nenhum outro veículo de comunicação acreditou na imagem. Uma prova como essa seria um prato cheio para alguma concorrente da Rede Globo, mas ao que parece, ninguém deu muita atenção para o tal apresentador demitido (sem nome) que supostamente divulgou o “documento”.
A Rede Globo desmente
Além desses argumentos que colocamos aqui nesse artigo, também podemos contar com uma nota divulgada pela própria Rede Globo, onde a emissora afirma que a imagem de um “documento sigiloso” que circula nas redes sociais é completamente falsa:
“A rede Globo continuará vigilante e atuará de pronto na prevenção e em reação às denúncias de campanhas veiculadas em sites que disseminam desinformação, como sempre fez, e reafirma o seu compromisso com informação correta e com o seu o público.”, diz um trecho da nota.
Conclusão
A imagem com um suposto documento sigiloso, vazado por um ex-apresentador da Globo, com instruções para que a emissora descredibilize o Governo é falsa!
É verdade que o Pentágono atestou que vídeos vazados da marinha norte-americana mostrando pirâmide luminosa no céu são mesmo de discos voadores?
As imagens foram gravadas em 2019, mas só foram publicadas na segunda semana de abril de 2020 pelo cineasta Jeremy Corbell e mostram pontos luminosos em forma de pirâmide nos céus de algum lugar na costa dos Estados Unidos.
Logo depois da publicação feita no perfil do Instagram de Corbell, surgiram postagens nas redes sociais afirmando que o Pentágono teria confirmado que o vídeo é real e que se trata de um verdadeiro caso de avistamento de discos voadores.
Será que isso é verdade? Será que finalmente os Estados Unidos admitiram que estamos sendo visitados por seres de outros planetas?
Verdade ou mentira?
As imagens são reais, mas não há nenhuma chance disso ser prova de visitantes extraterrestres! 🙁
As fotos e os vídeos foram feitos em 2019 pela Marinha dos Estados Unidos e ficaram conhecidos somente em abril de 2021, quando o documentarista Jeremy Corbell e o repórter George Knapp (famoso por cobrir histórias envolvendo OVNIs há décadas) os espalharam nas redes sociais.
Foram publicados um vídeo filmado com câmeras de visão noturna no mar e fotos de smartphones capturadas na cabine de um caça e isso gerou grande curiosidade entre os ufólogos.
Apenas no canal de Corbell no YouTube, o vídeo já foi visto mais de um milhão de vezes:
O que realmente disse o Pentágono?
De acordo com uma nota divulgada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, as imagens são reais e foram capturados pelo pessoal da Marinha dos Estados Unidos, mas não há nenhuma menção por parte do Pentágono (ou de qualquer órgão oficial) de que os pontos luminosos sejam de origem extraterrestre:
“Posso confirmar que as fotos e vídeos mencionados foram feitos pelo pessoal da Marinha […] A UAP (Força-Tarefa) incluiu esses incidentes em seus exames em andamento […] Como dissemos antes, para manter a segurança das operações e evitar revelar informações que possam ser úteis a potenciais adversários, o DOD não discute publicamente os detalhes das observações ou exames de ataques relatados em nossos campos de treinamento ou espaço aéreo. Designados, incluindo aqueles incursões inicialmente designadas como UAP”, disse a porta-voz do Pentágono Susan Gough na nota
Qual a explicação?
A explicação para os pontos luminosos em forma de pirâmide é tão simples que muita gente prefere duvidar (afinal, imaginar que seres de outros planetas vem à Terra apenas para aparecer em um vídeo de baixa qualidade e à noite é bem atraente e conveniente), mas trata-se somente, e tão somente, de um recurso fotográfico chamado Efeito Bokeh, onde o objeto em segundo plano (ou o fundo) fica desfocado.
Ao fotografar luzes desfocadas no segundo plano, elas aparecem com a forma geométrica que combina com a forma do diafragma da câmera. Essas formas podem ser arredondadas, quadradas, piramidais ou qualquer outra.
Esse efeito pode ser feito trocando-se o tipo de obturador da câmera, como podemos ver nesse vídeo bacana do Manual do Mundo, que ensina a criar um desfoque em forma de coração:
Repare no efeito Bokeh desse vídeo:
Ainda não está convencido?
O pesquisador Mick West, fundador do excelente fórum Metabunk, fez uma pesquisa meticulosa juntamente com os membros do fórum a respeito dessas imagens e concluiu que:
o vídeo foi feito com câmeras com o diafragma triangular
o vídeo capturou as luzes de aviões que faziam a rota Los Angeles-Havaí
a segunda luz que aparece fixa no céu é provavelmente o planeta Júpiter
O vídeo com um resumão de tudo está em inglês, mas acreditamos que dê pra entender:
Conclusão
O Pentágono disse que as imagens vazadas da Marinha dos EUA são reais, mas não confirmou que as imagens são de discos voadores. O órgão sequer classificou o caso como OVNIs!
No 1º episódio da 2ª temporada de A Vida Fora da Caverna, entenda o que é o efeito Dunning-Kruger, comportamento observado em quem pensa que sabe das coisas.
Nesse episódio do podcast A Vida Fora da caverna, o mágico ilusionista Daniel Prado explica o efeito Dunning-Kruger e como a burrice vem dominando o planeta nos últimos anos.
Batizado em homenagem a Justin Kruger e David Dunning – dois cientistas da Universidade norte-americana de Cornell – e publicado em 1999, o efeito Dunning-Kruger é observado em indivíduos que pensam dominar profundamente alguma habilidade, apesar de não reconhecerem sua própria incompetência.